segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Teia 2008 - Abertura Oficial do Evento

Teia 2008 - Abertura oficial do evento


Heitor Reis (*)

Convidado por Mestre João Angoleiro e sua esposa Marilene, meus amigos de Belo Horizonte, e pelo artista plástico
Piassa, de São Paulo, amigos deles, fui à abertura da Teia 2008, no Teatro Nacional em Brasília-DF.

Ao entrar, nos encontramos com
o ator Sérgio Mamberti, novo presidente da Funarte (Fundação Nacional das Artes), ex-titular da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, saudado efusivamente por meus anfitriões, o qual acompanhamos até as primeiras cadeiras daquela casa.

Após ouvirmos uma magistral apresentação do Hino Nacional nas cordas de
Pereira da Viola, já poderíamos ter ido embora com o dia ganho. Eu já o ouvi tocando Bolero de Ravel, também de uma forma extraordinária! Mas a coisa não parou por ai!...

Chico Simões, Coordenador-Geral da Teia Brasília 2008, com sua genialidade, criatividade e perspicácia, conduziu todo o evento, após interpretar um de seus personagens, sempre vestido como tal.

Seguem, abaixo, as pílulas que julguei relevantes anotar para democratizar aquele solene e lúdico momento:

"Quando foi que alguém pensou que o povo lá da ponta, dos terreiros de cadomblé pudesse estar em pé de igualdade, num encontro de Pontos de Cultura como este? Nós sempre fizemos cultura, mas somente agora estamos sendo reconhecidos como tal." (Mãe Lúcia, do Conselho Nacional de Pontos de Cultura e do Ponto de Cultura Coco de Umbigada)

"Todos os produtores de cultura do país tem direito ao acesso à Lei Rouanet, como os de Rio e São Paulo." (Silvestre Gorgulho, Secretário da Cultura do DF)

"Pontos de Cultura são empreendimentos econômicos e foram pensados para isto, com a diferença de que os operários da cultura os administram democraticamente." (Paul Singer, titular da Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES do Ministério do Trabalho e Emprego)

"Por que esta terra maltrata tanto o seu povo? Ponto de Cultura é para a gente tratar bem o outro!" (Célio Turino Secretário de Programas e Projetos Culturais do MinC, profundamente emocionado, após relembrar cenas de sua militância desde a juventude.)

"Não pode haver cultura de primeira e de segunda classe! Juntos, podemos mudar a realidade e já o estamos fazendo."

Sérgio Mamberti, novo presidente da Funarte - Fundação Nacional das Artes)

"Se a educação é o corpo, a cultura é a alma de um povo! Iniciamos hoje o movimento de colocar a cultura no centro da agenda do país. Vamos colocar na Constituição Federal do Brasil a cultura como direito social da população (PEC 236) e vincular 2% do orçamento federal, 1,5 % do orçamento estadual e 1% do orçamento dos municípios para a cultura (PEC 150)."

(Deputado Federal José Fernando Aparecido de Oliveira)

"Os Pontos de Cultura são a realidade! E as leis devem ser mudadas para que se adequem a esta realidade." (Chico Simões, além de Coordenador desta Teia, é mamulengueiro, educador comunitário, atua na coordenação do Ponto de Cultura Invenção Brasileira e da Rede Escola Viva)

"Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta. Que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda." (Cecília Meireles, citada por Paulo Vanucchi, titular da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República)

"Não devemos esquecer nossa história! Séculos de escravidão... Queremos reabrir feridas para lavá-las e construir um país sem traumas e com liberdade. Que liberdade é esta em as oportunidades são diferentes? Em que uma criança ganha um computador aos cinco anos de idade e, outra, vai conhecer um, apenas aos dezesseis, num telecentro do governo." (Paulo Vanucchi)

Aí, já não dava mais vontade de ir embora!... Fomos uns dos últimos e ainda achamos o restaurante da Teia aberto às 23 horas, quando encerramos a noitada, recompondo as energias para um novo dia de encantamento, magia, sonho e choque de realidade, com algumas coisas funcionando mal ou não funcionando.

Um exemplo disto foi a projeção do vídeo do Ministro da Cultura, que está viajando, o qual não tinha som e foi suprimido da abertura, após algumas tentativas, para gozação da galera. Mas isto foi coisa da administração do Teatro Nacional, isentando a equipe da Teia de qualquer responsabilidade. Enquanto milhares de outras fluíam harmoniosamente. A melhor Teia possível, como diz Chico Simões!...

(*) Heitor Reis é um adolescente meso-centenário ou um centenário meso-adolescente. Engenheiro civil, militante do movimento pela democratização da comunicação e em defesa dos Direitos Humanos, membro do Conselho Consultor da CMQV - Câmara Multidisciplinar de Qualidade de Vida (
www.cmqv.org ) e articulista. Nenhum direito autoral reservado: Esquerdos autorais ("Copyleft"). Contatos: (31) 3243 6286 - heitorreis@gmail.com - 12/11/2008

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