sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Mito e Filosofia, Platão e Aristóteles

Mito e Filosofia, Platão e Aristóteles

*Ivandilson Miranda Silva

O mito é a primeira explicação, produzida pela humanidade, para justificar a existência dos fenômenos que rondavam o nosso mundo. A principal característica desse tipo de explicação era o discurso fabuloso, ilógico, sobrenatural, não racional. Geralmente, acreditava-se numa pessoa mais experiente que tinha autoridade por ter testemunhado o fato que está narrando ou por ter recebido a notícia de quem testemunhou os acontecimentos narrados.

A Filosofia nasce da necessidade de explicar os fenômenos de forma racional e lógica, saindo do mundo mágico e misterioso da mitologia. Mas não podemos deixar de considerar que a mitologia provoca o surgimento do pensamento filosófico.A filosofia, então, vai dando os seus primeiros passos com os filósofos pré-socráticos e se paradigmatiza com Sócrates que acreditando nas potencialidades da razão aponta o caminho para uma vida ética a partir do controle dos instintos. O pensamento racional já estava instaurado na Grécia antiga.

Os pós-socráticos, em especial, Platão e Aristóteles, vão criar escolas filosóficas com perspectivas bem diferenciadas demonstrando assim que a principal característica da filosofia é a produção de ideias e o debate público dessas indagações sobre a vida, a morte, o bem, o mal, o quente, o frio, o Ser e o Devir, a existência e essência...

As principais questões apresentadas por Platão na sua filosofia são: a preocupação com a política e os rumos do Estado, a ética, a estética , desconfia dos sentidos e recusa a passagem da sensação ao conceito, não se interessa pelo estudo da natureza, antecipa-se ao método de Descartes (1596- 1650) e acredita num mundo transcendente, onde estão as idéias inatas (nascidas conosco) nas quais se concentra toda a realidade, a razão aniquila e destrói as paixões. Sair da caverna é alcançar o mundo das ideias.

Aristóteles, mesmo sendo discípulo de Platão, não vai concordar com o seu pensamento apresentando um outro olhar sobre a filosofia que se caracteriza pela: vocação naturalista, observação do mundo físico/ concreto, onde os conceitos são tirados da experiência mediante a evidência, se interessa pelo estudo da natureza, o verdadeiro conhecimento vem da experiência, a razão governa e domina as paixões. “Nada está na mente que não tenha passado pelos sentidos”.

A partir dessas diferenças entre as concepções filosóficas de Platão e Aristóteles vamos construindo vários questionamentos sobre a origem e a verdade das coisas como: o que vem primeiro a idéia ou realidade, o conceito ou a experiência? os sentidos enganam? o que vejo não é verdadeiro, mas sim uma representação do que penso? preciso experimentar primeiro as coisas para depois criar os conceitos?

Assim a filosofa vai consolidando as suas escolas. Empirismo, Racionalismo, Existencialismo, Idealismo e vários outros “ismos” presentes na teoria do conhecimento.

* Graduado em Filosofia Pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL), Especialista em Metodologia do Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação Pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Mestrando em Cultura e Sociedade Pela FACOM-UFBA, Professor do Núcleo de Humanas da UNIME-PARALELA-SAVADOR.

Circulação - Festival Estudantil de Teatro - FETO


A circulação do FETO - Festival Estudantil de Teatro começa no mês de março. As cidades de Belo Horizonte, Itabira, João Monlevade e Uberlândia receberão 4 espetáculos e duas oficinas durante esta circulação. Os espetáculos que fazem parte da circulação foram indicados pelos jurados do FETO 2010. As reapresentações têm como objetivo dar continuidade aos trabalhos e contribuir com o processo de formação desses novos atores, diretores, produtores e técnicos.

Itabira recebe a programação da circulação, com a oficina Arte- Educadores, realizada do dia 24 à 26 de março na Casa de Drummond. Os interessados já podem se inscrever gratuitamente para as oficinas da circulação do FETO até o dia 14 de março pelo site (
www.fetobh.art.br).

Inscrições abertas para oficina da circulação do FETO em Itabira

O Programa Cultural Vivo Encena apresenta a circulação do FETO – 2010 que passa por Belo Horizonte, Itabira, João Monlevade e Uberlândia com quatro espetáculos e duas oficinas

O FETO – Festival Estudantil de Teatro começou sua circulação. Quatro espetáculos da décima edição do festival serão realizados em Belo Horizonte, João Monlevade, Itabira e Uberlândia, além de duas oficinas que acontecerão no mês de março. A cidade de Itabira receberá a oficina de Arte educadores do dia 24 a 26 de março, ministrada pela educadora e atriz Gláucia Vandeveld. Esta oficina pretende instrumentalizar o professor que tenha interesse no teatro como elemento de atuação em sala de aula, possibilitando por meio da prática e teoria o seu enriquecimento pedagógico. Os interessados já podem se inscrever gratuitamente para as oficinas da circulação do FETO até o dia 14 de março pelo site (www.fetobh.art.br).
Neste ano, a circulação integra o Programa Cultural Vivo EnCena, que, assim como o FETO, tem como objetivo contribuir com a arte-educação, o desenvolvimento cultural, a formação de público e a inclusão sociocultural nas artes cênicas, por meio da construção de redes colaborativas.
Os espetáculos que fazem parte da circulação foram indicados pelos jurados do FETO 2010. As reapresentações têm como objetivo dar continuidade aos trabalhos e contribuir com o processo de formação desses novos atores, diretores, produtores e técnicos. Além disso, promove a troca de idéias e linguagens entre os jovens, leva essas produções para cidades do interior de Minas Gerais a preços populares e motiva a mobilização cultural nesses locais. A oficina de Arte educadores, que será realizada em Itabira, pretende promover a reflexão e a prática do ensino de artes entre educadores de Itabira e região. Além da oficina, a cidade de Itabira receberá o espetáculo “A comédia da Esposa Muda (Que falava mais do que pobre na chuva!), que será apresentado às 16 horas no dia 27 de março na Praça Dr. Acrísio.
O Festival Estudantil de Teatro acontece em Belo Horizonte desde 1999. O FETO oferece a possibilidade de trocas e vivências entre estudantes de diferentes níveis de formação, além de espaço para apresentação, diálogos e integração com outros grupos. “A circulação do FETO chega ao interior de Minas Gerais, dando continuidade às nossas ações formativas, desse modo descentralizando e ampliando o festival para outras cidades”, comenta Bárbara Bof, idealizadora e coordenadora geral do Festival Estudantil de Teatro.
A circulação do FETO é uma realização da Associação No Ato Cultural, focado no trabalho com educação e cultura. O programa Cultural Vivo EnCena apresenta esta circulação, que conta ainda com os benefícios da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e patrocínio da Vivo.

Programa Vivo EnCena
O Programa Cultural Vivo EnCena atua nas artes cênicas, promovendo a formação de público, desenvolvimento humano e profissional de jovens artistas e técnicos por meio de iniciativas como as do FETO. A intenção do Programa ao compor esta REDE de pessoas e iniciativas diversas é criar um ambiente fértil para a experimentação e compartilhamento de conhecimento, estimulando o desenvolvimento profissional e a inovação no teatro brasileiro. O Vivo EnCena também acredita que com usos culturais e sociais dos serviços de comunicação, as pessoas vivem melhor e podem ter mais acesso à cultura, para que esse intercâmbio traga resultados positivos sobre a carreira de todos.

Serviçoes e Datas Importantes

Oficina – Arte Educadores

A oficina pretende instrumentalizar o educador que tenha o teatro como elemento na sua atuação em sala de aula. A partir de aulas práticas, reflexões sobre o trabalho realizado e discussões de textos teóricos sobre teatro educação; o educador terá a possibilidade de ampliar e enriquecer sua prática pedagógica, considerando a particularidade e especificidade do exercício teatral, e reconhecendo o teatro como um saber, sem perder de vista seu caráter artístico.

Gláucia Vandeveld é atriz, formada pela Escola de Arte Dramática da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – EAD. ECA. USP, com especialização em arte–educação pela Fundação Clóvis Salgado/ CEFAR – Palácio das Artes. Foi professora de teatro do Ensino Fundamental e Médio das Escolas: Albert Einstein, Escola da Serra e Colégio Loyola. Atualmente integra o elenco do Grupo Espanca! no espetáculo Congresso Internacional do Medo.

Local: Casa de Drummond - Praça do Centenário, 137, Penha. Itabira.
Data: 24 a 26 de março (quinta a sábado)
Horário: quinta e sexta (de 8:00h às 13:00h), sábado (de 9:00h às 12:00h e 13:00h às 16:00h)
Público-alvo: Educadores, professores, monitores, alunos de pedagogia e áreas afins, da rede pública e particular.
Vagas: 20
Inscrições pelo site
www.fetobh.art.br até 14 de março

Outras Informações:
No Ato Cultural: (31) 2555-8575
Sosti Reis: (31) 8433-4719
Site:
www.fetobh.art.br

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Do tempo do professor. Do professor no tempo

Do tempo do professor. Do professor no tempo

“A escola possui algumas estratégias para manter a motivação do professor, para que a situação seja boa para todos. Um ambiente bom para todo mundo favorece a educação”. (Luiz de Oliveira, diretor da escola EMEF São Luiz Gonzaga, Passo Fundo, RS)

Todos somos sujeitos aprendentes da vida, do tempo e do conhecimento. Em especial, educadores e educadoras, ao reiniciarmos mais um ano letivo, nos perguntamos sobre o nosso tempo, sendo ainda desafiados a nos situarmos no nosso momento histórico. Surgem inevitáveis perguntas: como ocupamos nosso tempo? Qual é o tempo que temos para a gente quando precisamos trabalhar quarenta ou sessenta horas semanais? No ritmo e na intensidade de nosso trabalho, conseguimos compreender que os diferentes ritmos de aprendizagem de nossos educandos sugerem tempos de intervenção diferentes de nossa parte?

Sabemos da grande responsabilidade de educar que a comunidade deposita na gente. Demonstramos, sempre, nossa disposição de empreenderemos nosso melhor tempo e nossas melhores energias para o desabrochar das potencialidades e habilidades de nossas crianças, adolescentes e jovens. E temos a responsabilidade de fazer a aprendizagem acontecer, porque nós somos os especialistas da educação. Para tanto, desejamos reafirmar nossos compromissos, cobrando dos gestores da educação os meios e apoios que necessitamos para darmos conta deles.

Estamos dispostos e motivados a colaborar com propostas políticas e pedagógicas que resgatem a dignidade da nossa profissão. Todos os dias somos convidados para re-fazer a nossa opção pela profissão que escolhemos, pois “educar é nossa vida, lutar é a nossa atitude”. Estamos atentos e esperançosos com as manifestações do Secretário estadual de educação José Clovis de Azevedo sobre o sentido da educação: a aprendizagem dos alunos. O Secretário tem insistido na idéia de que a aprendizagem é um direito de todos, portanto a escola pública deve permitir o acesso ao conhecimento com qualidade social. Tem sinalizado de que é preciso recuperar e modernizar as estruturas físicas de nossas escolas para inspirar dignidade dos educadores e dos educandos. Tem afirmado os princípios do acolhimento, do cuidado e da inclusão como os pilares para a construção de um novo senso comum sobre os sujeitos da escola pública e da aprendizagem. Tem apostado que a democratização, a participação e a formação dos professores serão as alavancas para a qualidade do ensino público da rede estadual do Rio Grande do Sul.

São grandes e ousadas as propostas para a educação pública do Rio Grande do Sul. Resta que respondamos como será possível, a partir das práticas e diversidades cotidianas de nossa escola, fortalecermos a dimensão desejante do aprender e do ensinar. “É preciso resgatar o desejo e o prazer de ensinar dos professores, assim como o desejo de aprender dos alunos” (Ginez Leopoldo R. de Campos, professor)

Os educadores e educadores vivem tempos em busca de sua dignidade e de reconhecimento social. Desejam, contudo, alcançar a sua realização, com qualidade de vida. Não esperam, contudo, nenhuma fórmula mágica, mas esperam que seja feita pela educação aquilo que realmente precisa ser feito. Desejam um tempo de trocas, tempo para estudar, tempo para refletir e repensar as suas práticas. O tempo, mais uma vez, para além de um desejo, é uma necessidade para re-colocar o papel do professor em nosso tempo histórico. Como disse Felipe Biasus, na tentativa de nos motivar: “acreditar é preciso/buscar o sonho é fundamental/estar ciente da frustração é necessário”.

Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos

Nei Alberto Pies, professor da rede estadual do RS e rede municipal de Passo Fundo-RS. Licenciatura em Filosofia e especialista em metodologia do ensino religioso. Educador popular e ativista de direitos humanos. Associado à Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo há 15 anos. Desde o ano de 2007 publica artigos em periódicos e jornais locais e regionais, relacionados com os temas da cidadania, direitos humanos, inclusão, política, filosofia e educação.

Da roça ao mestrado em agroecologia em Cuba

Da roça ao mestrado em agroecologia em Cuba

Poliane Oliveira Dutra

“Oportunidades surgem na vida da gente graças a muita luta do povo pobre organizado.” (Poliane)

Todas as fases da vida são muito importantes desde que nascemos até quando, pela morte, passamos para a vida plena. Acredito que a juventude é a fase mais linda e mais forte da vida. Faço esta afirmação sabendo que corro o risco de estar cometendo um erro, mas insisto em fazer, porque estou vivenciando esta fase da minha vida. Sou uma jovem e acredito que nesta fase é quando sonhamos mais, buscamos mais, temos mais esperança e coragem, sentimos uma vontade imensa de mudar o mundo e sabemos que, se nos dão essa oportunidade, somos capazes de mudá-lo. É verdade o que dizia Che Guevara “O alicerce fundamental da nossa luta é a juventude.” Se queremos fazer revolução em qualquer parte do mundo é necessário envolver a juventude.
Mas diante de uma conjuntura tão complexa que vivemos e pelo fato do nosso país ser capitalista, com tanta desigualdade, tanta injustiça e tantos problemas sociais, a pergunta que surge é: como anda a juventude brasileira? Muitos jovens no nosso Brasil diariamente enfrentam com realidades tão duras, tão difíceis que as expectativas de uma vida melhor, os sonhos, nem conseguem fecundar, criar e recriar em suas mentes e em seus corações. Se tudo é tão difícil, o jovem pode se perder. Somos milhões. O que fazer? Qual o projeto que existe para a juventude? Atualmente encontramos milhares de jovens alienados pelos meios de comunicação, pelas músicas sem fundamento e cultura, milhares se destruindo nas drogas e na prostituição, a grande maioria não consegue estudar. Fazer uma faculdade é impossível para a maioria. As limitações da vida para a juventude são tantas que os jovens acabam perdendo o direito de sonhar e o fato da maioria dos jovens não estarem envolvidos em grupos sociais organizados e comprometidos com a mudança da sociedade, não contribuem com o potencial revolucionário que existe dentro de cada jovem para a mudança do nosso país. A grande maioria limita-se na vida a lutar pela sobrevivência, que é uma luta árdua e pesada, e outros resumem suas vidas a mesquinharias.
Faço essa introdução porque acredito na juventude como instrumento de mudança da sociedade. Sei que não é fácil ser jovem e mulher em uma sociedade tão individualista e com um sistema tão perverso como o capitalismo. Acredito que a juventude precisa ser valorizada, convocada para o mutirão de construção de uma sociedade diferente, o Brasil que queremos. Se hoje sou uma jovem que sonho e tenho perspectivas para o meu futuro é graças à organização e a luta dos movimentos sociais do campo nos quais me engajei e faço minha militância.
Outro dia tive a alegria de ler um texto, um testemunho da jovem Gisele Antunes, que era menina de rua e hoje faz medicina em Cuba. Fiquei muito comovida com sua história. Ao ler, senti força, alegria e esperança. É vital acreditar na vida. Que bom conhecer uma jovem que, ao encontrar uma oportunidade de crescer como cidadã, agarrou a chance e está lutando. Animada por Gisele, resolvi contar um pouco da minha história, na esperança de socializar um pouco das proezas que os movimentos sociais populares vêm conquistando. Ao contar, revelarei também meu reconhecimento e eterna gratidão a todos que me apoiam na luta. Quem sabe servirá de luz e esperança para outras pessoas, outros jovens.
Durante toda minha vida vivi no campo. Sou uma jovem de 26 anos da região Noroeste do estado do Espírito Santo. Vivo no município de Barra de São Francisco, em uma comunidade que se chama Valão Fundo, um lugarzinho muito gostoso, aconchegante de se viver que tem como principal cultura e renda para as famílias o café conilon. Aqui aprendi o que é viver em comunidade. Tenho uma ligação muito forte com a mãe terra, com o campo, com a agricultura, com as pessoas do campo. Sou de família pobre. Os meus pais eram camponeses, viviam somente da renda que a terra gerava. Aos oito anos de idade, perdi minha mãe Genilda Dalva de Oliveira Dutra por problemas de coração. Meu pai Ilson Ricardo Dutra, cansado com a lida na terra, desistiu de ser camponês e foi para a cidade de Vitória, capital do Espírito Santo. Foi ser ajudante de pedreiro, trabalhar na construção civil. Minhas duas irmãs e eu não fomos com nosso pai, pois seria muito difícil cuidar de três filhas na cidade grande. Ficamos na roça, cada uma morando com um tio, irmãos da minha mãe. Fui criada por meu tio Gênis Oliveira Sobrinho, carinhosamente chamado de Tizil, irmão da minha mãe e pela minha tia Maria da Penha Miranda de Oliveira, sua esposa, que são meus padrinhos, pessoas que admiro e amo muito, a eles sou eternamente grata pelo carinho, cuidado e contribuição na minha formação. Esse momento da minha vida foi muito difícil. Perdi minha mãe, meu pai e fui criada separada das minhas irmãs. Desde então coloquei como propósito na minha vida que o estudo seria um farol da minha vida.
Quando fui fazer a 6ª série do Ensino Fundamental a minha vida mudou completamente. Conheci a Escola Família Agrícola – EFA -, que trabalha com a Pedagogia da Alternância. O estudante fica uma semana na escola e uma semana na comunidade, trabalhando a teoria/Práxis, onde desenvolve a Educação do Campo. As EFAs são escolas que foram feitas com uma pedagogia própria e apropriada para os jovens do campo; mostram que é possível trabalhar uma educação libertadora e emancipadora do ser humano. Por este projeto me apaixonei e pela primeira vez na minha vida comecei a ver luzes, esperanças. Identifiquei-me com a escola, com a proposta pedagógica. Aprendi a valorizar a cultura camponesa e a fortalecer a minha identidade de jovem da roça. Reconheci que jovem da roça também tem valor. Sou camponesa com orgulho. Não tenho vergonha de capinar, plantar, colher, viver da terra.
Dentro da sua proposta pedagógica, as Escolas Famílias Agrícolas têm como objetivo a formação integral do sujeito e despertar no estudante a importância de ser um sujeito protagonista do seu meio, da sua comunidade, pois todo estudo é voltado para a realidade do estudante, onde acreditamos na primasia da vida sobre a sala de aula. A vida ensina muito mais do que a sala de aula. Por isso fazemos um estudo contextualizado na realidade do povo camponês. Não aprendemos a ter uma visão romântica do campo. As EFAs, que já são cerca de 150 no Brasil, despertam nos jovens o senso crítico e a capacidade de análise e a convicção de que é preciso se organizar e lutar por um campo com melhores condições de vida.
Ao discutir os nossos problemas da roça, comecei a entender porque nosso povo do campo sofre tanto, a entender porque existia o meeiro, porque é tão caro para os camponeses produzirem e difícil encontrar mercado para os seus produtos, a falta de investimento na pequena agricultura, a camponesa. Pela primeira vez na vida ouvi falar e conheci os movimentos sociais do campo. Foi por causa da proposta pedagógica da Escola Família Agrícola que dentro da escola fui me destacando como liderança, fui me envolvendo. Com o passar do tempo foi despertando em mim, de maneira forte e muito segura, que eu queria ser monitora de Escola Família Agrícola, quer dizer, ser educadora da Pedagogia da Alternância em alguma Escola Família Agrícola.
Estudei nesta escola que fica situada em Barra de São Francisco, ES, até a 8ª série, pois nesta escola não tem Ensino Médio. Para eu conseguir continuar no projeto da Pedagogia da Alternância, teria que ir estudar em uma EFA de Ensino médio em outro município, pois na época não tinha no meu município. Foi uma grande frustração na minha vida, pois não consegui; era muito longe. Fui para a escola convencional do meu município, popularmente conhecida como estadual, senti na pele a diferença dos estudos. Mas serviu para reforçar em mim que eu não deveria desistir dos estudos e do que eu sonhava. Mas continuei militando na EFA. Fui eleita para fazer parte do conselho da Associação dos agricultores da escola. Tornei-me a primeira ex-estudante a fazer parte de uma associação dos agricultores das EFAs, em nível de estado. Por isso sempre estive presente na vida da escola, participando de reuniões, encontros, assembleias etc. Comecei a fazer parte da Pastoral da Juventude Rural – PJR -, que também trabalha com os jovens da roça, onde fortaleci ainda mais a minha identidade camponesa.
A PJR é uma pastoral que reivindica melhoria de vida para a juventude rural, com o intuito de fazer do campo um lugar com condições dignas de vida, que tem um caráter libertador e atua junto aos movimentos sociais do campo. Na PJR eu continuo militando. Comecei a participar das CEBs – Comunidades Eclesiais de Base -, que é a parte da igreja com a qual me identifico muito, porque trabalha com a Teologia da Libertação. E até hoje bebo da espiritualidade libertadora que a CEBs proporciona, onde me fortaleço a cada dia.
Em 2003 terminei o Ensino Médio na rede pública estadual. E tinha o sonho de poder fazer uma faculdade, mas sabia que seria muito difícil. Dinheiro não tinha para pagar e tinha consciência do estudo fraco que tive no Ensino Médio e seria muito difícil passar em uma universidade pública. Mesmo assim tentei vestibular em duas federais. Não tinha mais dinheiro para pagar inscrição em outras universidades e, como milhares de jovens pobres do Brasil, chorei muito, porque não consegui passar. Uma certeza repetia no meu coração: quero continuar estudando. Continuei militando e trabalhando.
Em 2004 aconteceram duas coisas muito importantes para mim: comecei a lecionar em uma EFA e iniciei um curso universitário. Primeiro, fui convidada para fazer o curso de Graduação em Licenciatura Plena em Ciências Agrárias na Universidade Federal da Paraíba - UFPB. Quem me convidou foi a RACEFFAES - Regional das Associações dos Centros Familiares de Formação por Alternância do Espírito Santo -, que coordena politicamente e pedagogicamente 19 EFAs no norte do Espírito Santo. Ao ouvir a proposta, fiquei muito feliz, pois estava perto de realizar um dos meus maiores sonhos. Curso esse em convênio com a UFPB/PRONERA e Via Campesina dentro do método da Pedagogia da Alternância. Cada etapa do curso era de dois ou três meses, tínhamos o “tempo Universidade” e o “tempo comunidade”. Foi uma felicidade sem tamanho. Aceitei a proposta e fui estudar na Paraíba, na turma da Via Campesina, representando a RACEFFAES. Foi uma experiência incrível. Nossa turma era formada por jovens camponeses de 17 estados do Brasil. Que riqueza cultural! Aprendi muito, além do estudo científico adquirido, cresci muito como pessoa, como militante e politicamente, aprendi muito com os movimentos sociais. Sofremos muito preconceito na Universidade, a ponto de alguns professores, que se diziam ser tão estudados, se negarem a dar aula para nós, porque éramos Sem Terra. Conquistar infra-estrutura, alimentação, livros, transporte só com muita luta. Algo tremendamente relevante foi estudar no Nordeste e conviver com o povo nordestino. Quanta sabedoria! Minha turma foi a primeira turma de Ciências Agrárias da Via Campesina, uma grande conquista. Além da minha turma, há várias outras turmas de outros cursos, que já terminaram e outros que ainda estão estudando. São cursos de História, Pedagogia, Veterinária, Agronomia, Economia, Direito, Comunicação, Agroecologia etc. Tudo conquistado graças a muita luta da classe trabalhadora, dos movimentos sociais do campo.
Segundo, em 2004, conquistamos uma EFA de Ensino Médio Profissionalizante em Barra de São Francisco e tive a oportunidade de realizar outro grande sonho: o de me tornar monitora de Escola Família Agrícola. Comecei a trabalhar na escola onde estudei. Já podia lecionar, pois estava cursando uma licenciatura. Foi uma grande realização, enquanto pessoa e profissionalmente. Poder trabalhar em um projeto que acredito me faz feliz.
Em 2008 concluí a faculdade de Ciências Agrárias. Com muita dificuldade fizemos uma linda festa. Lembro que ninguém da minha família participou, porque não tinha condições financeiras para poder viajar e participar. No ano de 2008 tive a oportunidade de trabalhar na secretaria da Via Campesina, em Brasília, a convite do MST acompanhando a luta contra os transgênicos e as transnacionais. Quanto aprendizado! Ampliei meu leque de conhecimento e contribui com a classe trabalhadora. Foi também um momento de muita angústia na minha vida, pois presenciei de perto o descaso de deputados, senadores, das autoridades com o nosso povo brasileiro. Eu participava de Audiências Públicas e saía indignada com o que ouvia dos pretensos representantes do povo brasileiro, mas serviu para fortalecer em mim que a mudança que queremos para o Brasil infelizmente não vai acontecer via processo eleitoral. É preciso o povo se organizar e fazer a revolução.
Em 2009 voltei a lecionar na EFA de Ensino Médio de Barra de São Francisco, já licenciada e com mais condições de contribuir com as EFAs. Oportunidades surgem na vida da gente graças à luta do povo pobre organizado.
Desde que comecei a minha militância, toda vez que ouvia falar de Cuba sentia uma forte vontade de conhecer a pequena ilha socialista que serve de exemplo para todos que sofrem as agruras do capitalismo. E eis que, através dos movimentos sociais do campo, pintou a oportunidade de eu estudar em Cuba. Eu e outros oito jovens da Via Campesina estamos fazendo mestrado em Agroecologia na Universidade Agrária de La Havana, em Cuba. Estudar no meio do povo cubano, representando a Via Campesina, é no mínimo um processo de humanização na vida da gente e a confirmação da certeza que a luta dos movimentos sociais é justa, legítima e necessária.
Estudei em Cuba sete meses, em 2010. Vi e vivenciei verdadeiras proezas, verdadeiros milagres. Dizer que Cuba não tem problema é mentira, mas também dizer que o socialismo não funciona é outra mentira. É impossível não admirar e não respeitar a história de luta por libertação de Cuba e do povo cubano. Fidel Castro não é ditador, pelo contrário, é admirado, respeitado e amado pelo seu povo e tanta gente digna pelo mundo afora. Dia 3 de setembro de 2010, participei de um Ato Público em La Havana, onde Fidel discursou. A multidão foi para as ruas somente para ouvir ele falar. Diferente do que a Mídia passa, em Cuba não existe ditadura; há, sim, um poder popular. O povo tem representantes escolhidos por eles através dos conselhos populares. E cada representante popular que trabalha no governo não recebe por isso. Recebe seu salário de outro trabalho que exerce na sociedade, como, por exemplo, professores, cozinheira, secretária etc. Trabalham no governo e no trabalho formal para poderem receber seus salários como qualquer outro trabalhador cubano. Em Cuba, há 500 deputados eleitos que não recebem salário por ser deputado.
Outro ponto muito importante que a mídia ignora é o bloqueio econômico imposto sobre Cuba pelos Estados Unidos, que é muito injusto e dificulta a vida de todos por lá. Cuba não é um país rico em recursos naturais e depende de muitos produtos externos e compra tudo mais caro, devido ao bloqueio. Por isso o povo vive com condições limitadas.
O governo faz verdadeiro milagre. Mesmo com tanta limitação, o povo tem acesso a Educação de qualidade. Já imaginou, nenhum cubano é analfabeto! Isso é único. Mais de 35% da população cursa ensino superior.
O sistema de saúde funciona. Tantos médicos, enfermeiras. Tenho 26 anos e aqui no Brasil nunca vi um médico negro, nunca consultei com um. Em Cuba vi vários e consultei com vários. Em Cuba, medicina não é profissão de branco rico, é profissão de quem tem dom para exercê-la. Na pequena ilha não existe racismo, as pessoas são livres. Tem investimento e incentivo para o esporte, para a cultura, o povo tem acesso ao cinema, teatro, dança etc, por um preço acessível, não se vê violência. Os cubanos são muito felizes, adoram conversar, dançar, são divertidos.
Na agricultura estão mostrando na raça que é possível produzir de forma agroecológica de maneira livre sem alimentar o monopólio das transnacionais no uso de agrotóxicos e adubos sintéticos. Cuba está em uma luta para garantir a produção de alimentos e importar o mínimo possível. O Governo fornece subsídios, assistência técnica, implementos agrícolas para incentivar a agricultura na produção de alimentos; compra 80% da produção dos camponeses por um preço justo e repassa esses produtos para o povo por um preço muito mais baixo. Vi e vivenciei momentos com um povo culto, alegre, que são alimentados com a mística do cuidado, do não consumismo, do não desperdício, consciente do sistema no qual vivem e por isso não querem outro, porque sabem que com o sistema capitalista os pobres não têm vez e nem voz. Pude sentir a solidariedade, acolhida, o internacionalismo que Cuba tanto defende, prova disso que somos nove jovens pobres da Via Campesina estudando em Cuba em convênio com o Governo Cubano e assim, como nós, mais de 15 mil jovens do mundo todo. Em Cuba, pela Via Campesina temos companheiros estudando medicina, veterinária, agroecologia, História da Arte e outros cursos. Cursos esses que são conquistas da organização e da luta do nosso povo pobre, da classe trabalhadora que nesta instância, representados pela Via Campesina, pelos movimentos sociais do campo.
No mestrado discutimos e aprendemos muito sobre a Agroecologia, que é uma nova ciência, um novo paradigma que está colocado para nós que precisamos estudar, entender e colocá-la em prática. A Agroecologia vai muito além de simplesmente substituir na agricultura insumos sintéticos por insumos orgânicos. Agroecologia é uma postura de vida, junto com ela vem uma mudança da estrutura da sociedade, do sistema, porque defende a vida e o Planeta. Defende a produção limpa de alimentos saudáveis, não simplifica os agro-ecosistemas, respeita a complexidade da natureza. E vai contra esse modelo de exploração, de consumismo e destruidor da vida. Sem Agroecologia não é possível uma sociedade diferente.
Sou uma jovem pobre que tive oportunidade de estudar e passo-a-passo estou realizando meus sonhos. Tenho certeza que se não fosse meu envolvimento, minha militância nos Movimentos Sociais Populares, jamais teria conseguido chegar até aqui e sei que é somente uma fase, uma parte do caminho a ser caminhado. Conquistaremos muito mais! Acredito na juventude e no potencial dos jovens, sei que, se estão no lugar certo e com as pessoas certas, fazem a diferença que querem ver no mundo. E sei que a Via Campesina tem um projeto para a juventude camponesa e é um espaço fértil para a juventude fazer militância. Como dizem é o meio social que forma o ser e a minha formação é no campo, para o campo e as pessoas do campo. Sei da importância da militância nos movimentos sociais e quero continuar firme na luta colocando meu conhecimento a serviço da classe trabalhadora, como diz a estrofe do hino “deixa-me ser jovem não me impeça de lutar, pois a vida me convida a uma missão realizar”. E eu sei da minha missão e do lado de que eu quero ficar. E você, jovem? Vem militar também, entra na roda com a gente. . . Vem!

Barra de São Francisco, ES, 18 de fevereiro de 2011

Informativo REDESAN nº 03/2011 - 1ª quinzena de fevereiro


Nº O3 / 2011 - 1ª Quinzena de Fevereiro

Editais para Equipamentos Públicos de Alimentação e Nutrição (EPAN)

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) elabora neste período os editais 2011 para apoio aos Equipamentos Públicos de Alimentação e Nutrição.
Poderão se habilitar municípios que tenham perfil para estruturação de Restaurantes Populares (RP), Bancos de Alimentos (BA) e Cozinhas Comunitárias (CC) diante de constatadas necessidades para participação na política de erradicação da pobreza extrema no país.
É previsível que, tão logo sejam publicados os referi dos editais no DOU, os municípios tenham em torno de 30 dias para manifestações formais.
Acompanhar a publicação referida pelo site do MDS (www.mds.gov.br) e/ou pela Plataforma RedeSAN (www.redesan.ufrgs.br
)

“Janela com o MDS” retorna nas quartas-feiras de março

O “Janela com o MDS”, espaço aberto através do Projeto RedeSAN / FAURGS / MDS para trocas e consultas entre gestores de SAN de todo o país com os técnico do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), volta nas quartas-feiras, das 16 às 17h30 (horários de Brasília) – a partir de março .
As primeiras edições deste ano estarão direcionadas para os Editais referidos acima. A partir daí o MDS poderá fornecer orientações complementares a municípios e gestores que tenham suas propostas pré-estruturadas.
A participação é livre e gratuita, mas solicita-se inscrição prévia na Plataforma da RedeSAN (www.redesan.ufrgs.br), para recebimento de usuário e senha.
(Essa orientação é para quem ainda não tenha participado de Cursos da RedeSAN).

2011 é ano de Conferências Dde SAN em todo o país

Estados e M unicípios já se mobilizam para realização das suas Conferências de SAN. A IV Conferência Nacional de SAN (IV CNSAN) já está convocada para o período de 07 a 10/novembro/2011 – em Salvador / Bahia.
O Manual Orientador da IV CNSAN está disponibilizado no site do CONSEA-Nacional (www.planalto.gov.br/consea) mas poderá, também, ser acessado pelo link abaixo.
Os CONSEAs-estaduais já se mobilizam para os encaminhamentos do planejamento e organização das Conferenciais Estaduais.

Manual Orientador.pdf

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Atividades de Educação Ambiental - Março/2011 - SMMA/PBH

Atividades de Educação Ambiental

Programação de Março / 2011

Centro de Extensão em Educação Ambiental / Sala Verde - SMMA

Gerência de Educação Ambiental
Secretária Municipal de Meio Ambiente
Prefeitura de Belo Horizonte

· Atividades do Centro de Extensão em Educação Ambiental / Sala Verde

· Oficinas de Educação Ambiental

Data: 15 – 3ª feira
Horário: 08:30 às 11:30
Atividade: SOS Nossas Águas

Data: 17 – 5ª feira
Horário: 14:00 às 17:00
Atividade:
BH História Ambiental

Data: 22 – 3ª feira
Horário: 08:30 às 11:30
Atividade: Mãos à Obra: Confecção de Mandalas com folhas e sementes secas

Data: 24 - 5ª feira
Horário: 14:00 às 17:00
Atividade: Mãos à Obra: Confecção de Mandalas com folhas e sementes secas

Data: 29 - 3ª feira
Horário: 08:30 às 11:30
Atividade: BH História Ambiental

Data: 31 - 5ª feira
Horário: 14:00 às 17:00
Atividade: SOS Nossas Águas

Visitas Orientada e Trilhas Ecológicas

Data: 11 – 6ª feira
Horário: 13:30 às 17:30
Atividade: Trilha Ecológica - Jardim Botânico - Museu de História Natural - UFMG*

Data: 14 - 2ª feira
Horário: 13:30 às 17:30
Atividade: Visita Orientada - Centro de Educação Ambiental do Barreiro - Ex-reserva Particular Ecológica - Vallourec Mannesmann

Data: 18 - 6ª feira
Horário: 08:00 às 12:00
Atividade: Visita Orientada - Aterro Sanitário de Betim

Data: 21 - 2ª feira
Horário: 08:00 às 12:00
Atividade: Trilha Ecológica - Parque Municipal das Mangabeiras

Data: 25 - 6ª feira
Horário: 08:00 às 12:00
Atividade: Visita Orientada - Parque Natural Municipal Chácara do Lessa (Sabará)

Data: 28 - 2ª feira
Horário: 13:30 às 17:30
Atividade: Visita Orientada - Salão do Encontro (Betim)*

* Existência de taxa a ser cobrada pela instituição visitada.

Ambiente em Foco

Data: Dia 23 – 4ª feira
Horário - 14:00 às 17:00
Atividade: Palestra - Transformações e Permanências na Paisagem de Belo Horizonte

· Público-alvo: Cidadãos, a partir de 16 anos, interessados nas questões socioambientais.

Inscrições a partir de 25/02/2011, de 08:00 às 17:00, pelo telefone 31 3277-5199 ou pessoalmente.

Número de inscrições por mês: Até 04 atividades por pessoa.

· A ausência sem prévio aviso, em uma das atividades, implicará no cancelamento das demais inscrições para o mês.

Seja pontual: A vaga dos inscritos será assegurada somente até o horário de início da atividade.

· Curso de Extensão em Educação Ambiental - XXII BH Itinerante.
Às 4ª feiras - 08:00 às 12:00 - Carga Horária: 110 horas.

· Inscrições para o 2º Semestre de 2011: Julho de 2011.

· Ecoteca - Biblioteca e Videoteca especializada em temas ambientais - 2ª à 6ª feira, de 09:00 às 17:00 - 3277-5194.

· Receba, pela internet, a programação das atividades do Centro de Extensão em Educação Ambiental / Sala Verde da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Solicite pelo telefone: 31 3277-5199 ou acesse o site:
www.pbh.gov.br/meioambiente

· Gerência de Educação Ambiental - GEEDA
Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SMMA
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte - PBH
www.pbh.gov.br/meioambiente
geeda@pbh.gov.br

Centro de Extensão em Educação Ambiental / Sala Verde
Av. Afonso Pena, 4.000/6° andar - Cruzeiro
Belo Horizonte
Minas Gerais
Brasil
CEP 30.130-009

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Show Carlos Farias na Adega Brigadeiro

Carlos Farias, cantor e compositor mineiro, apresentará o espetáculo "prosa e cantoria" neste sábado, 26 de fevereiro, na Adega Brigadeiro, a partir das 21 horas. Venha conhecer as suas novas composições, recheadas de histórias interessantes.

Além da melhor comida de buteco de BH, a casa servirá um prato especial: "Kenga na pimenta" - Celebre com a sua confraria.

Serviço:

Show Carlos Farias - prosa e cantoria
local: Adega Brigadeiro (comer bem com o máximo de prazer)
Endereço: Av. Brigadeiro Eduardo Gomes, 1401, Bairro Glória - BH - tel: 3474-8705
Data: 26/02/2011 - sábado - 21 horas
Couvert artístico: 6 reais
Informações: 3474-8705 / 9377-7501/ 9943-3414
Apresentação: Epovale Produções Artísticas
epovaleeventos@yahoo.com.br

Sobre violência policial

Sobre violência policial

Mais uma vez, entre outras, estamos estarrecidos com as cenas de violência no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte.

Aproveito este blog para expor algumas opiniões, não com a pretensão de pontificar a verdade, mas com o intento de estimular o debate. Afinal, é através de um debate sereno, democrático e respeitoso que podemos avançar nos entendimentos sobre o tema da relação entre polícia e sociedade.

Para fins didáticos, faço minha exposição (sintética e parcial) dividindo a análise em três partes distintas: a polícia, a comunidade e os governos.

a) A polícia: todas as democracias têm instituições policiais – indispensáveis para a garantia da paz, da segurança e dos direitos de cidadania. Porém, em hipótese alguma, numa sociedade democrática, é permitido às polícias o uso da força de forma desproporcional. Em outras palavras, à polícia não é dado o direito de, salvo em casos excepcionais, usar da violência para quaisquer ações.

No início deste ano, como já comentamos neste blog, uma portaria do Ministério da Justiça e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, da Presidência da República, determinou que os agentes de segurança pública não deverão disparar armas de fogo, exceto em casos de legítima defesa própria ou de terceiro, contra perigo iminente de morte ou lesão grave. A portaria proíbe que policiais atirem numa pessoa em fuga e que esteja desarmada ou que, mesmo na posse de alguma arma, não represente risco imediato de morte ou de lesão grave a ninguém.

Tudo isso seria desnecessário se as polícias brasileiras não figurassem entre as mais violentas e arbitrárias do mundo. Pesquisas (do próprio Ministério da Justiça) sobre homicídios (no Brasil) têm apontado altos índices de letalidade da ação policial. Por essas e por outras (corrupção, violência, extorsão) podemos afirmar, com tristeza, que, no geral, segmentos de nossas polícias ainda não absorveram em suas práticas os princípios basilares do Estado Democrático e de Direito, entre as quais, a primazia e prevalência da dignidade humana. São instituições autoritárias e arbitrárias que precisam de reformas urgentes. Enquanto as instituições policiais (e de resto, muitas instituições públicas em geral) não extirparem de seus quadros todos os envolvidos com violência, morte e corrupção não teremos um estado verdadeiramente democrático. Teremos nichos democráticos dentro de instituições antidemocráticas.

b) As comunidades têm todo o direito de se manifestarem contra as arbitrariedades e abusos policiais ou quaisquer arbítrios praticados por agentes públicos. Não podem se calar, nem capitular frente ao medo. Erram somente quando usam da força e da violência, justamente para combaterem a mesma força e violência que denunciam serem vítimas.

Quando membros da comunidade destroem o patrimônio público, queimam ônibus ou depredam bens de terceiros, perdem parte da razão e, mais que isso, possibilitam que os conversadores (das polícias, da imprensa e dos governos) utilizem os velhos argumentos da criminalização da pobreza e dos movimentos sociais para justificar todo o tipo de arbitrariedade policial nas manifestações das comunidades.

A comunidade deve usar de estratégias mais eficazes para combater todos os tipos de abusos. Vejam as manifestações populares que têm derrubados governos autoritários mundo afora: mobilização, vocalização das denúncias (ocupando pacificamente espaços públicos e demandando cobertura da mídia, por exemplo) e usando desse maravilhoso recurso, ainda sem censura governamental, a internet. A comunidade deve e pode registrar as imagens de violência, postando-as em sites gratuitos, exibindo-as para a imprensa; ou seja, cortando o cordão de isolamento tradicional que impede a pobreza de se manifestar publicamente. Deve e pode, sim, ocupar os espaços públicos num grito de revolta (a garantia de manifestação é preceito constitucional). É justo e compreensível, além de legal, protestar em frente aos palácios dos governantes, dos tribunais da justiça, dos comandos das polícias, das sedes do Ministério Público, das ouvidorias, das casas legislativas. Os poderosos devem ouvir o clamor dos pobres. Quando os fatos se tornam públicos e inquestionáveis, as mudanças tornam-se inevitáveis.

c) Os governos: enquanto tivermos governantes medrosos e lenientes com a violência policial (e com a corrupção geral que campeia em vários órgãos da administração pública) não poderemos dizer que vivemos numa democracia. Isso vale para os três poderes. Não adianta apontar o dedo somente para o Executivo – que tem grande responsabilidade, principalmente com as reformas policiais. Mas quando não existem leis severas contra a corrupção e a violência institucional, toda ação pública corre o risco da discricionariedade. Então, nossos legisladores, o Judiciário, o Ministério Público – que constitucionalmente deveria controlar as polícias -, deveriam fazer sua parte para a consecução dessas reformas. Portanto, os governos podem atuar no sentido reformar nossas instituições republicanas, incluindo as polícias, para adequá-las aos tempos democráticos.

Infelizmente, o que aconteceu no Aglomerado da Serra não é exceção. Todos os dias, nas vielas das favelas e das comunidades pobres, em vários estados da federação, de variados modos, o cidadão pobre é aviltado em seus direitos básicos. Vejam na internet os inúmeros relatos de violência e abuso policial, de corrupção de agentes públicos, de afronta, por agentes do estado, aos direitos de cidadania (hoje mesmo vi uma reportagem que mostrava crianças pelo Brasil afora estudando no chão e com fome, por deficiências nos prédios escolares). É preciso que o povo ocupe as ruas para que nichos de conservadorismo e autoritarismo que impedem mudanças institucionais sejam destronados e para que, de fato (e não somente de direito) vivamos numa sociedade democrática e justa.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Pós-Graduação Lato Sensu - Mediação em Arte, Cultura e Educação

Pós-Graduação Lato Sensu - Mediação em Arte, Cultura e Educação

Escola Guignard - UEMG - Belo Horizonte/MG

Inscrições: 14 a 25 de Fevereiro

Informações: 31 31949308

O contexto contemporâneo apresenta grandes desafios para os profissionais que trabalham com a arte, a cultura e a educação. Em termos teóricos, é necessário pensar a arte e a cultura como mediadoras para a condição plenamente humana e, ao mesmo tempo, como campos tão complexos que requerem ações de mediação para proporcionar experiências plenas para públicos de perfis muito diversos. Em relação às questões práticas, as novas configurações no campo da produção e das trocas simbólicas exigem uma visão multidisciplinar e abrangente.

Tendo em vista esse cenário, o curso Mediação em Arte, Cultura e Educação se inscreve no esforço de desenvolvimento de um projeto de ampliação e qualificação da ação de gestores culturais, artistas, agentes culturais, produtores, educadores formais e informais e profissionais em geral, no desempenho do papel de mediadores, de forma a permitir competência teórica e metodológica para a promoção de diálogos e trocas interculturais.

Clique na imagem para mais informações

Dez empresas dominam mercado global e dificultam reação à alta de preços

Alimentos mais caros, e nas mãos de poucos. Dez empresas dominam mercado global e dificultam reação à alta de preços

Um punhado de grandes empresas domina os setores de alimentos, sementes, fertilizantes e transgênicos, no atacado e no varejo globais, agravando as dificuldades dos países de conter o impacto da disparada dos preços nas suas economias — a segunda em três anos — e reduzindo a sua capacidade de reação a crises. Dados da ETC, organização especializada no acompanhamento de alimentos, indicam que apenas dez empresas — entre elas Cargill, Bunge, Louis Dreyfus e ADM — dominam o mercado mundial neste segmento. O grupo restrito concentra nada menos do que 67% das marcas registradas de sementes e 89% dos agroquímicos.

A reportagem é de Vivian Oswald e publicada pelo jornal O Globo, 20-02-2011.

Nem mesmo o Brasil, celeiro global, escapa da sina. Responsáveis por pouco mais de 7% de tudo o que o país exportou no ano passado, as quatro empresas figuram na lista dos 14 maiores exportadores do país: Bunge (3ª posição), Cargill (6ª ), Louis Dreyfus (7ª ) e ADM (14ª ). De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o grupo controla o armazenamento de grãos do país e ainda condiciona o financiamento da produção e pesquisa, além da aquisição das plantações, à venda dos fertilizantes e defensivos agrícolas, segmentos que também dominam.

— Em março, vamos ver a força destas empresas. É o anúncio da safra dos Estados Unidos. Como são todas americanas (à exceção da Louis Dreyfus), diante do que sair lá, vão pautar o que temos de plantar aqui — disse a presidente da CNA, Kátia Abreu.

Grandes controlam exportação aqui e compras lá fora

As mesmas grandes tradings que exportam no Brasil são as empresas que compram, na outra ponta, no exterior, dominando todos os extremos da cadeia. Das 13 milhões de toneladas do último leilão de milho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para regular os preços da commodity no Brasil, 11,2 milhões foram comprados pelas grandes empresas.

O diretor de Assuntos Corporativos da Bunge, Adalgiso Telles, garante que as grandes empresas não têm o poder que se imagina e que os preços são ditados pelos volumes de oferta e demanda. Ele atribui as pressões recentes nos preços de alimentos às enchentes e secas pelo mundo e à alta da demanda de consumidores de países como Índia e China.

— Como podem ter controle de preços, se os lucros de empresas como a Bunge oscilam próximos de 1% do seu faturamento? — diz.

As três maiores redes de supermercados que operam no Brasil, Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar, que detêm cerca de 50% dos alimentos comercializados no país, também estariam pautando o que o consumidor brasileiro come, do campo à mesa, segundo o diretor de Política agrícola e Informações da (Conab), Silvio Porto. A maioria dá até as sementes que quer plantadas.

— Até pouco tempo, quase não se consumia manjericão e outros temperos frescos. Os supermercados nos pediram para plantar e tivemos que aprender a lidar com a planta. Depois, o pessoal tomou gosto. Eu mesma passei a fazer salada sempre com manjericão — diz a produtora Carmelita Horn, que abastece grandes redes em Brasília.

Porto afirma que os grandes determinam uma espécie de padronização nos hábitos de consumo segundo os seus próprios interesses. Ao ignorar os regionalismos, sujeitam o país inteiro às oscilações de preços sem abrir margem para a substituição de produtos por iguarias locais, obrigando o consumidor do Nordeste ao Sul a consumir os mesmos itens. Elas também tiram do mapa a concorrência dos pequenos e médios mercados, aumentando ainda mais a dependência dos clientes.

Pão de Açúcar tem rede de 415 fornecedores

O vice-presidente Corporativo do grupo Pão de Açúcar, Hugo Bethlem, garante que não existe concentração no varejo brasileiro, diferentemente do que há na Europa, por exemplo. Segundo ele, é o cliente que dá as regras.

— As empresas não têm essa força. Dos 20 mil produtos novos lançados pela indústria por ano, apenas 2% têm mais de dois anos de vida útil — defendeu Bethlem.

Ele admitiu que o Pão de Açúcar foi pioneiro ao desenvolver 415 fornecedores de frutas, legumes e verduras, ajudando a escolher desde a semente a garantir que estão todos certificados.

— Isso garante a quantidade, a qualidade e o preço que o cliente quer — afirmou.

Outra grande falha apontada por todos os especialistas é o fato de a infraestrutura — ou a falta dela — nos países em desenvolvimento também estar concentrada nas mãos de alguns, oferecendo pouca concorrência e encarecendo de maneira significativa o custo dos transportes.

— Quando começamos a ver um processo extremamente significativo de concentração nos âmbitos dos insumos, grãos, produção, infraestrutura, varejo, atacado, sementes e químicos, é preocupante. É suicídio e perda total de controle por parte do Estado, que perde a capacidade de intervir — diz Porto.

A economista sênior da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Concepción Calpe, explicou que a concentração não é o principal fator responsável pela alta dos preços, mas agrava o cenário e reduz as armas dos governos. Ela diz que o freio à alta de preços passa pelo aumento da produção e o investimento em tecnologia e inovação.

Preços estão no maior patamar desde 1990

Já a redução da volatilidade, diz, passa por uma maior regulação no mercado financeiro. Concepción garante que aumentar os estoques dos produtos não resolve os problemas mundiais e oferecem um custo muito alto para os países.

Números da FAO mostram que a inflação das commodities já supera aquela registrada em 2008, no auge da alta dos preços dos alimentos. O índice subiu em janeiro pelo sétimo mês seguido, registrando o maior patamar desde o início da série histórica, em 1990, a 230,7 pontos. De acordo com dados do Banco Mundial, o setor de alimentos e agrícola corresponde a 10% do PIB global, o que equivale a mais de US$4,8 trilhões.

Cargill, ADM e Dreyfus não comentaram o assunto. O Carrefour e o Wal-Mart também não.

Fonte: Instituto Humanitas

Contratação de Profissionais

Contratação de Profissionais

A Diretoria de Meio Ambiente e o Departamento de Recursos Humanos da CMT Engenharia Ltda, empresa responsável pela execução e acompanhamento do projeto Básico Ambiental do Projeto de Integração do São Francisco com as Bacias do Nordeste Setentrional – Ministério da Integração Nacional, está mobilizando equipe para a elaboração de Planos de Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos Reservatórios e de Planos Diretores Municipais, conforme previsto na Licença de Instalação do Projeto.

Para este trabalho estamos contratando profissionais das áreas de Sociologia, Engenharia (Florestal, Sanitária e Infraestrutura), Geografia, Economia, Biologia (Flora, Fauna e Limnologia), Geologia, Estudos Socioeconômicos, Urbanismo, Aspectos Legais e Institucionais e Comunicação e ainda Técnicos em Geoprocessamento, Cadista e digitadores que desenvolverão trabalhos nos municípios dos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, por um período estimado de 18 a 24 meses, e deverão residir em Pernambuco. O início dos trabalhos está previsto para começo do mês de abril/2011. Os salários mais ajuda de custo para profissionais de nível superior variam de R$ 5.280,00 a R$ 9.241,00 e para o nível técnico variam de R$ 634,00 a R$ 2.245,00.

Os interessados deverão cadastrar seu currículo no site da empresa:
www.cmtengenharia.com.br

Diretoria de Meio Ambiente e Departamento de Recursos Humanos.
CMT Engenharia Ltda

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Volatilidade de preços e crises alimentares

Volatilidade de preços e crises alimentares

Sem decisões que permitam mudanças estruturais a longo prazo, acompanhadas de vontade política, a insegurança alimentar global permanecerá

Jacques Diouf

A história precisa ser sempre um eterno recomeço? Estamos enfrentando o que poderia ser uma outra grande crise alimentar. O Índice de Preços dos Alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) voltou a atingir seu nível mais alto no final de 2010.

E, nos próximos anos, a volatilidade e os preços continuarão altos, se não atacarmos as causas estruturais do desequilíbrio do sistema agrícola internacional. Seguimos reagindo a fatores conjunturais e, portanto, a gerenciar crises.

Até 2050, será necessário aumentar em 70% a produção agrícola mundial e em 100% nos países em desenvolvimento.

Para isso, a primeira e mais importante questão é a do investimento: a participação da agricultura na ajuda oficial ao desenvolvimento agora está em torno de 5%, e deve retornar ao patamar de 19%, de 1980, alcançando os US$ 44 bilhões por ano.

O orçamento destinado à agricultura pelos países de baixa renda e importadores de alimentos, que hoje gira em torno dos 5%, deveria atingir um mínimo de 10%, e os investimentos privados nacionais e estrangeiros, que representam cerca de US$ 140 bilhões por ano, deveriam subir para US$ 200 bilhões. Esses valores são uma fração do que se gasta anualmente na compra de armas, em torno de US$ 1,5 trilhão. Em seguida, temos o comércio internacional de produtos agrícolas, que não é livre nem justo.

É preciso, ainda, chegar a um consenso nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) para colocar fim à distorção dos mercados e das medidas comerciais restritivas.

Os países da OCDE proporcionam à sua agricultura um apoio equivalente a quase US$ 365 bilhões por ano, e seus subsídios e proteção tarifária a favor dos biocombustíveis causam o desvio de 120 milhões de toneladas de cereais do consumo humano para o setor de transportes.

Por último, temos a especulação financeira exacerbada pelas medidas de liberalização dos mercados futuros de produtos agrícolas, em um contexto de crise econômica e financeira. Essas condições tornaram instrumentos de arbitragem de risco em produtos financeiros especulativos que substituem outros investimentos menos rentáveis.

É urgente introduzir novas medidas de transparência e de regulamentação para fazer frente à especulação nos mercados futuros de produtos agrícolas. Em um contexto também incerto do ponto de vista climático, marcado por inundações e secas, é necessário poder financiar pequenas obras de controle de água, meios de armazenamento locais e estradas rurais, assim como portos de pesca e matadouros.

Só dessa forma será possível garantir a produção de alimentos e melhorar a produtividade e a competitividade dos pequenos agricultores, diminuindo os preços ao consumidor e aumentando a renda das populações rurais, que representam 70% dos pobres no mundo.

A aplicação dessas políticas globais deve ser baseada no respeito dos compromissos assumidos pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento. A gestão de crises é importante, mas a prevenção é melhor. Sem decisões que permitam mudanças estruturais a longo prazo, acompanhadas de vontade política e dos recursos financeiros necessários para sua aplicação, a insegurança alimentar permanecerá.

Isso dará margem a instabilidade política em diversos países e poderá ameaçar a paz e a segurança mundial. Se não forem seguidos por ações, os discursos e promessas das grandes reuniões internacionais apenas aumentarão a frustração e a revolta em um planeta cuja população vai aumentar dos atuais 6,9 bilhões de pessoas para 9,1 bilhões no ano de 2050.

Jacques Diouf é diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Alta dos alimentos lançou 44 milhões na pobreza em países em desenvolvimento


18 de fevereiro de 2011

Alta dos alimentos lançou 44 milhões na pobreza em países em desenvolvimento

Relatório do Banco Mundial sugere que índices de aumento no preço dos alimentos são alarmantes e já disponibilizou US$1,5 bilhão, equivalentes a R$ 2,2 bilhões, para minimizar os impactos.

A nova alta no preço dos alimentos lançou 44 milhões de pessoas na pobreza em países em desenvolvimento, desde junho passado. A informação faz parte de um relatório do Banco Mundial e foi divulgada na última terça-feira (15) , antecipando-se ao encontro do ministros das Finanças do G-20, em Paris.

Níveis Perigosos - Para o presidente do Banco Mundial, Robert B. Zoellick, os preços globais dos alimentos estão aumentando "a níveis perigosos", ameaçando dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Zoellick disse ainda que, em muitos países, as pessoas gastam mais da metade de seus salários com comida.

De acordo com a última edição do Food Price Watch, índice do preço dos alimentos do Banco Mundial, houve um crescimento de 15% entre outubro de 2010 e janeiro de 2011, 29% acima dos níveis do ano passado.

A situação só não foi mais grave por causa da boa safra em muitos países africanos e o aumento moderado do preço do arroz. O Banco Mundial colocou à disposição cerca de R$ 2,2 bilhões para minimizar o impacto da alta. Mais de 40 países de baixa renda já receberam ou ainda receberão assistência.

Fonte: Rádio das Nações Unidas

Assessoria de Comunicação
(61) 3411.3349 / 2747
www.presidencia.gov.br/consea
ascom@consea.planalto.gov.br

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Feira do Bebê & Gestante comemora 15 anos em BH

Feira do Bebê & Gestante comemora 15 anos em BH, com abertura nesta terça-feira (22/2), no Minascentro

Um dos eventos mais tradicionais da capital mineira, já consolidado no calendário de negócios da cidade, a Feira do Bebê & Gestante comemora 15 anos de existência e traz boas novidades. O evento será aberto ao público nesta terça-feira (22/2), às 14h, no Minascentro (Rua Guajajaras, 1022, Centro) em Belo Horizonte (MG), agregando ao mix de expositores novidades dos segmentos de moda infantil e infanto-juvenil.

A expectativa do grupo organizador, Êxito Marketing e Eventos e MG Marketing, é atrair 40 mil visitantes ao Minascentro nos seis dias do evento. A feira reúne fabricantes e lojas de atuação nacional dos segmentos que compõem o mercado de produtos e serviços voltados para o bebê e a gestante, incluindo móveis, artigos de decoração, enxoval completo, carrinhos, brinquedos, moda lingerie para gestantes, roupas para crianças, bebês e gestantes e moda infantil.

A primeira edição de 2011 contará com cerca de 100 expositores, incluindo empresas localizadas em Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo. No mix estão fábricas de moda bebê e gestante, laboratórios, instituições de ensino, lojas de brinquedos, decoração para quarto de bebê, calçados infanto-juvenil e bebê, bijuterias, kit bebê, móveis para quarto do bebê e da criança, enxovais, livraria, maternidades, estúdios fotográficos, entidades ligadas ao setor, artesanato, consultoria de saúde, alimentação, puericultura e carrinhos para bebê.

Em 2011, pela primeira vez em 15 anos de história, a Feira do Bebê e da Gestante passa a ter três edições anuais em Belo Horizonte. Além desta de fevereiro, o evento será realizado ainda em junho e outubro deste ano.

Serviço:
Feira do Bebê e Gestante, Moda Infantil e Infanto-Juvenil
Data:
22 a 27 de fevereiro de 2011
Local:
Minascentro (Rua Guajajaras, 1022, Centro)
Horário da feira:
3ª a 6ª feira (22 a 25/2) - 14h às 22h
Sábado (26/2) - 10h às 22h
Domingo (27/2) - 10h às 20h

Entrada gratuita para gestantes, maiores de 60 anos e crianças até 12 anos
Ingresso – R$ 5,00 (vendido na portaria do evento)
Informações: MG Marketing
(31) 3226-6500
www.mgmarketing.com.br

Informações para a imprensa:
Ampla Comunicação:
Liège Camargos / Marianna Moreira / Isabella Magalhães
(31) 8899-0353 / 3226-1116 / 3221-9241
ampla@amplacomunicacao.com.br
Fevereiro/2010


Mega Evento Nutrição 2011

Clique na imagem para informações

14ª Conferência Nacional de Saúde

14ª Conferência Nacional de Saúde

Tema
“Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pública, patrimônio do Povo Brasileiro”
Eixo
“Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS”
- Política de saúde na seguridade social, segundo os princípios da integralidade, universalidade e equidade;
- Participação da comunidade e controle social;
- Gestão do SUS (Financiamento; Pacto pela Saúde e Relação Público x Privado; Gestão do Sistema, do Trabalho e da Educação em Saúde).

Questões Orientadoras
Está em elaboração pela Comissão Organizadora um texto orientador e o Regimento Interno que irão subsidiar as etapas municipais e estaduais da 14ª CNS.

Etapas
Municipal – 01 de abril a 15 de julho de 2011;
Estadual – 16 de julho a 31 de outubro de 2011;
Nacional – 30 de novembro a 04 de dezembro de 2011

Fonte:
http://www.conselho.saude.gov.br

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

De poder e de serviço - Nei Alberto Pies

De poder e de serviço

Nei Alberto Pies

“Quem procura governar os homens não o deve fazer desejando um bem para si mesmo.Um homem deve procurar governar os outros homens quando o coração lhe pede que se entregue; quando estala com dores que não são suas; quando descobriu a beleza que existe em fazer da vida um serviço”.(Paulo Geraldo)

Como seres inter-dependentes, todos precisamos e buscamos reconhecimento social. A forma como organizamos nossa vida pessoal e comunitária está impregnada de uma determinada visão de mundo. A política, como arte do bem-comum, vem perdendo terreno para outras visões onde, infelizmente, as vontades e interesses individuais prevalecem sobre os interesses coletivos. A democracia virou peça retórica. Cumpre resgatar o verdadeiro sentido da política e da democracia, sob pena de sermos tomados pelo pragmatismo egocêntrico, que nos impede de exercê-las em seu sentido mais amplo.

Muitas pessoas, ao ocuparem espaços de chefia em empresas, escolas ou em cargos públicos, são muito hábeis em construir seus projetos de poder. Para tanto, usam o expediente de “limpar a àrea”, tentando neutralizar a ação política de todos aqueles ou aquelas que ameaçam suas ações autoritárias. Outro expediente largamente utilizado é desconstituir as demais pessoas do ponto de vista pessoal e profissional, pregando sua incompetência e desqualificação. Por fim, quando julgam necessário, apelam para o expediente da humilhação, através da permanente pressão no local de trabalho ou da exposição pública dos conflitos.

Não basta ser alçado a um espaço de poder. É preciso ter legitimidade e reconhecimento dos pares para poder exercê-lo com autoridade de dirigente. É preciso também conquistar a confiança dos “dirigidos”, com base na compreensão, tolerância, respeito, ética, justiça e, sobretudo, pela coerência entre aquilo que se afirma e aquilo que se faz. A autoridade de uma pessoa sempre é medida pela legitimidade que ela construiu entre seus pares para estar aonde está.

O reconhecimento social faz parte de nossa construção de sujeitos. Como disse Paulo Freire, “ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos, na prática social que tomamos parte”. A educação é um espaço de construção de sujeitos, por isso mesmo a educação que se pretende democrática, cidadã e emancipatória pressupõe práticas pedagógicas que levem (ou permitem) que os sujeitos sejam os porta-vozes de sua própria história, de sua própria cidadania. Pressupõe ainda que educadores e educandos estejam permanentemente avaliando as contradições que envolvem seus modos de ser, pensar e agir.

A democracia tem de ser um exercício cotidiano e permanente nas empresas, nas repartições públicas, nas famílias, nas escolas, nos mais diferentes espaços de trabalho. A humanização dos seres humanos passa pela democratização das relações sociais a que todos estamos envolvidos, cotidianamente. Nossas relações de convivência social serão mais saudáveis quanto maior for nossa capacidade de agir democraticamente.

Em nome da dignidade, da autonomia, do respeito e do amor próprio resistimos bravamente às mais diferentes práticas de poder autoritário. Democratizar as relações sociais significa, sobretudo, qualificar a nossa condição de humanidade, através da educação. A qualidade da educação também passa pela democratização. Se assim o é, vamos combinar que ainda temos muito mais a aprender do que a ensinar.

Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.

Concurso de Dotações para Formação Pré-acadêmica

Concurso de Dotações para Formação Pré-acadêmica: Equidade na Pós-Graduação

A Fundação Carlos Chagas e o Escritório do Brasil da Fundação Ford anunciam seu novo projeto em parceria: Concurso de Dotações para Formação Pré-acadêmica: Equidade na Pós-Graduação. O concurso se propõe a financiar universidades para realizar e institucionalizar cursos preparatórios para processos seletivos na pós-graduação (ver edital), destinados a pessoas oriundas dos mesmos grupos focalizados pela ação afirmativa na graduação.

Serão apoiadas até 13 propostas de diferentes universidades, no valor de até R$ 100.000,00 (cem mil reais), para cada proposta individual e R$ 170.000,00 (cento e setenta mil reais) para proposta em consórcio, para que, no período de até três anos a partir da assinatura do contrato, sejam implementados Cursos de Formação Pré-acadêmica para Seleção na Pós-graduação.


Edital Concurso.pdf


Equidade-Formulário Para Candidatura.doc

Fúlvia Rosemberg
Coordenadora do projeto
Concurso de Dotações para Formação Pré-acadêmica:
Equidade na Pós-Graduação

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Projeto Além dos Muros

Convite: Projeto Além dos Muros

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De onde vem a miséria humana?

De onde vem a miséria humana?

autor: Maurício Fabião*

Maceió, 14/02/2011.

O senso comum (e o censo governamental...) considera que a miséria é apenas uma questão de falta de dinheiro. Existem inúmeros estudos econômicos pretendendo estabelecer uma linha da miséria que se desprenda do clássico "1/4 do salário mínimo", para que a miséria de renda possa ser medida, calculada, avaliada, esquematizada, racionalizada. Mas existe uma dimensão fundamental da miséria que escapa à maioria dos estudos. De onde vem a miséria humana?

Quando pensamos em um ser humano pleno, temos em mente alguém educado, saudável, seguro, livre, com oportunidades iguais, morando adequadamente, bem remunerado, se divertindo e, sobretudo, amado e feliz. Para quase todas essas características acima, nós temos indicadores para medir. Mas como se mede a felicidade de ser amado ou a infelicidade de não ser amado? E aqui não estou falando somente do amor romântico, mas do amor social.

O amor social é uma qualidade coletiva. É a capacidade de uma comunidade de pessoas ser capaz de expressar e materializar o seu amor por seus membros, construindo um ambiente de colaboração e solidariedade. Quando digo uma comunidade de pessoas estou me referindo desde uma família à uma cidade. Existe um ditado africano que diz que para educar uma criança é preciso toda uma comunidade. Isso é amor social. Porém, com a globalização neoliberal, os laços de fraternidade que envolvem as pessoas são cada vez mais rasgados. E ao invés da simpatia dos vizinhos, temos que encarar a triste realidade de que as pessoas estão cada vez mais individualistas, mais egoístas, mais frias. Como Marx escreveu há mais de 150 anos (e não envelhece): "O capitalismo transformou todas as relações humanas em relações de troca".

A miséria humana vem da indiferença, vem do desprezo, vem da falta de solidariedade, da falta de amor. Se nós, enquanto sociedade, considerássemos um absurdo a indignidade de alguém viver em condições subhumanas, a miséria já teria acabado. Mas como naturalizamos a desigualdade, toleramos a miséria humana. A persistência da miséria no Brasil vai além da questão monetária, tem a ver com a falta de amor social, com a falta de solidariedade coletiva. É isso que devemos estimular cada vez mais.

Nos últimos anos, o país foi mobilizado em Conferências Nacionais para debater diversos temas, entre eles a educação. Está em tramitação no Congresso Nacional o novo Plano Nacional de Educação. Em nenhum dos seus artigos está relacionado o impacto da educação na redução da miséria, mesmo considerando que diversos estudos apontam para uma relação direta entre aumento da escolaridade e diminuição da extrema pobreza. Mas a educação é capaz de fazer mais do que elevar a renda.

A educação pode aumentar a cidadania, ou seja, a capacidade de ter consciência dos seus direitos, de exercê-los e lutar para que eles sejam garantidos, mantidos e ampliados. A educação é fundamental para o fim da miséria. Mas isso precisa ser feito com mais recursos (de 7% à 10% do PIB), que os Governos FHC e Lula vetaram (o primeiro por ter tido a cara-de-pau de vetar e o segundo por ter tido a cara-de-pau de manter o veto e, no final do governo, vetar os 50% do Pré-Sal para a educação). A educação de qualidade, que é aquela que reduz a miséria, não se faz só com mais dinheiro. Mas se a gente imaginar um banco sem dinheiro, a gente pode imaginar o que acontece com uma escola sem recursos adequados. E a solução está ao alcance da mão: pode vir com o Custo Aluno-Qualidade, calculado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Vamos ver o que vingará no PNE.

Mas para finalizar a questão da miséria humana: para além das estatísticas, para além dos projetos técnicos, para além dos estudos, das palestras, dos artigos (como esse...), o que realmente importa é o ser humano e seus direitos. O Marcelo Freixo (deputado estadual pelo Rio de Janeiro) insiste muito que a questão é da dignidade humana. E considero que ele está certo: num mundo onde 2/3 são pobres, 1 bilhão passam fome, onde morrem 8 jovens por dia no estado do Rio de Janeiro por arma de fogo, onde o déficit por moradia é brutal, onde ser jovem-preto-pobre-favelado é ter uma sentença de morte estampada no peito, onde milhares de mulheres precisam de prostituir para ter como viver, onde o trabalho infantil ainda vigora, onde ainda existe trabalho escravo, onde o salário de um grande jogador de futebol equivale à renda anual de dezenas de famílias... precisamos de mais amor social. Precisamos nos sentir parte de um todo, de um coletivo, de uma comunidade, de um mundo. Um só mundo. Um mundo que seja nosso. Um mundo que seja de todos.

* Maurício França Fabião é mestre em ciências sociais pela Uerj, coordenador estadual da Campanha Nacional pelo Direito à Educação no Rio de Janeiro e diretor do Instituto Mais Cidadania.
Contatos:
mauriciofabiao@hotmail.com
Blog:
http://mauriciofrancafabiao.blogspot.com

II Edital de Seleção de Programas e Projetos e Celebração de Convênios do Conselho Estadual de Direitos Humanos - CEDIF

II Edital de Seleção de Programas e Projetos e Celebração de Convênios do Conselho Estadual de Direitos Humanos - CEDIF

http://www.conselhos.mg.gov.br/cedif/

O Conselho Estadual de Diretos Difusos - CEDIF, órgão Gestor do Fundo Estadual de Defesa de Direitos Difusos - FUNDIF está com Edital aberto para o financiamento de projetos nas áreas de meio ambiente natural, cultural e urbanístico.

Conforme a Resolução CEDIF nº 08/2010, de 15 de dezembro de 2010, podem concorrer o órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta, estadual ou municipal e entidade privada sem fins lucrativos.

As instituições interessadas em receber o financiamento deverão protocolar seus projetos no período de 17 de janeiro de 2011 a 18 de março de 2011. O Protocolo poderá ser presencial ou pelo correio: Rua da Bahia, nº 1148, sala 328, Centro, Belo Horizonte, MG – CEP 30.160-906, telefone (31) 3213-0833.

· Edital -
Resolução CEDIF nº 08/2010 (117kb)
·
Anexo I (82kb)
·
Anexo II (102kb)
·
Anexo III (39kb)
·
Anexo IV (30kb)
·
Anexo V (60kb) - Não precisa ser impresso e nem preenchido, apenas para conhecimento.

Orientações para destinação de recursos ao
FUNDIF (970kb)

Informe aos Proponentes do Edital 2009


Edital 2009


Notas Jurídicas
n. 2.254 e n. 2.281
Recomendação
MPMG n. 002/2010

A Lei Estadual nº 14.086 de 06/12/2001, regulamentada pelo Decreto mineiro nº 44.751 de 11/03/2008, criou o Fundo Estadual de Defesa de Direitos Difusos - FUNDIF, com a finalidade de promover a reparação de danos causados ao meio ambiente, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e a outros bens ou interesses difusos e coletivos, bem como ao consumidor, em decorrência de infração à ordem econômica.

Convocatoria Publica a Becas Top


Convocatoria Publica a Becas Top

Programa Top de capacitación profesional en gestión pública (1er. Semestre 2011)

Top otorgará un número limitado de becas totales (gratuitas) y parciales para los siguientes cursos del Programa de Capacitación Profesional:

* Elaboración de Indicadores de Productos, Resultados, Efectos e Impacto

Ver: http://www.top.org.ar/Curso_idr.aspx
* Desarrollo de Proyectos en Ámbitos Públicos aplicando Marco Lógico

Ver: http://www.top.org.ar/Curso_papml.aspx
* Indicadores de la Calidad Ambiental

Ver: http://www.top.org.ar/curso_ica.aspx
* Administración de la Capacitación

Ver: http://www.top.org.ar/curso_adc.aspx
* Gestión de la Calidad en Ámbitos Públicos

Ver: http://www.top.org.ar/curso_gcap.aspx
* Elaboración de Planes Estratégicos de Unidades de Gestión

Ver: http://www.top.org.ar/curso_pea.aspx
* Elaboración de contratos de Gestión por Resultados

Ver: http://www.top.org.ar/curso_gpr.aspx
* Evaluación del Déficit de Capacitdad Institucional

Ver: http://www.top.org.ar/curso_dci.aspx

Contenido cursos de capacitación

Ver: http://www.top.org.ar/prog_capacitacion.aspx

Régimen de becas de capacitación

Ver: http://www.top.org.ar/convocatoria_capacitacion.aspx

Solicitar beca de capacitación

Ver: http://www.top.org.ar/Preinscripcion_cab.aspx

Condiciones de Otorgamiento de Becas

¿Quienes son elegibles para becas?

a) Funcionarios en actividad de organismos públicos de países de Latinoamérica, España y Portugal;
b) Alumnos de programas de grado y posgrado relacionados con la gestión pública;
c) Docentes de grado o de posgrado en materias relacionadas con la gestión pública;
d) Miembros activos de organizaciones no gubernamentales que realicen actividades comprobables de interés público y que cumplan con los requisitos de los respectivos regímenes de becas.
(Para becas de posgrado es indispensable disponer de título universitario de grado)

Para mayor información:
cursos@top-formacion.org.ar

Becas Otorgadas madiante Convenio con La OEA

Becas a otorgar mediante convenio con la Organización de los Estados Americanos OEA

Ver: http://www.educoas.org/portal/es/oasbecas/distancia.aspx?culture=es&navid=281

Para consultas, comuníquese con la oficina de la OEA correspondiente a su país

Ver: http://www.educoas.org/portal/es/oasbecas/ones.aspx?culture=es&navid=281

Red Laboral Top

Oportunidades de trabajo para consultoría y docencia en ámbitos públicos latinoamericanos

Regístrese como consultor, asesor o docente en temas públicos. Si usted desea en ofrecer sus servicios como posible consultor, asesor o docente a organizaciones públicas o académicas latinoamericanas, regístrese en la base de datos de expertos de TOP e incluya su CV (hoja de vida) actualizado. Este servicio es totalmente gratuito. Vea las oportunidades actuales. También se le avisará, si lo solicita, un aviso cuando en la red aparezca un requerimiento que pudiera ser coincidente con su perfil profesional.

Ver oportunidades laborales en la red laboral top:

http://www.top.org.ar/redlaboraltop.aspx

Registre su CV en la red laboral TOP:
http://www.top.org.ar/weblaboral/WL_Frm_RegistroCV.aspx

Publique avisos de búsqueda de consultores, docentes o expertos individuales para trabajar en proyectos de consultoría o prestar servicios de asesoramiento, docencia o capacitación en ámbitos públicos o académicos latinoamericanos, publique sus avisos de búsqueda.

Para mayor información:
redlaboraltop@top.org.ar

Boletines de Interés

Enlaces a otros boletines de interés

* Boletín Reforme del CLAD:

http://www.clad.org.ve/ultimos-boletines-reforme
Centro Latinoamericano de Administración para el Desarrollo

* Boletín Ética y Desarrollo del BID:

http://www.iadb.org/publications/
Boletín semanal de la Iniciativa Interamericana de Capital Social, Ética y Desarrollo del BID

* Boletín Public:

http://www.esade.edu/public
Boletín del Instituto de Dirección y Gestión Pública de ESADE

* Actualidad UIM:

http://www.uimunicipalistas.org/actualidad/boletin.php
Boletín de la Unión Iberoamericana de Municipalistas

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Seminario Nacional Projetos Municipais com Recursos Federais no Novo Governo


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Ficha de Inscrição

Programa.pdf