terça-feira, 20 de outubro de 2015

Governo entrega mais de 7 mil itens para produtores rurais que participam de feiras livres

Barracas, jalecos, caixas plásticas e balanças eletrônicas estão entre os equipamentos que serão repassados a agricultores familiares de vários municípios mineiros --------------------------------------- Programa de Apoio às Feiras Livres vai beneficiar 320 municípios mineiros ---------------------------------------- O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda), pretende entregar, até o final deste ano, 800 barracas, 1.600 jalecos e 4.800 caixas plásticas para cidades que promovem feiras livres com a produção de agricultores familiares. A medida faz parte do Programa de Apoio às Feiras Livres, uma das ações da política de incentivo à Agricultura Familiar. Para cumprir essa meta, a Seda informou que está em fase final a licitação para compra de 53 “kits-feira”, que serão entregues até dezembro de 2015, somando cerca de 80 distribuídos aos produtores ao longo do ano.Cada kit é composto por 10 barracas, 20 jalecos e 60 caixas plásticas. Para os próximos anos estão previstos investimentos de mais de R$ 3 milhões, que beneficiarão agricultores familiares de 320 municípios mineiros. Também será incluída no pacote a entrega de balanças digitais e lixeiras. Incentivo O superintendente de Acessos a Mercados e Comercialização da Seda, Lucas Scarascia, destaca que o programa visa dar aos pequenos produtores mais infraestrutura para expor e vender suas mercadorias. Scarascia ressalta ainda que o incentivo ás feiras livres é importante porque são instrumentos que dão autonomia comercial aos agricultores e aumentam a renda. “São espaços de convivência, de troca de experiência, além de proporcionar segurança alimentar aos consumidores, valorização da produção local e respeito a vocação de cada região”, salienta o superintendente. Fonte de renda Até o final de outubro, o Programa de Apoio às Feiras Livres vai somar 25 municípios contemplados. Entre as cidades que já receberam o “Kit-Feira” está Aracanduva, no Vale do Jequitinhonha. A prefeita Maria Arlete Azevedo diz que o kit serviu para motivar os 25 agricultores familiares que expõem todo sábado na feira livre do município. A venda de mercadoria na feira livre é a principal fonte de renda das famílias desses agricultores, que não teriam condições de custear equipamentos como barracas, caixas plásticas e jalecos. Segundo Maria Arlete, o fornecimento dos itens pelo Governo do Estado dá impulso aos produtores e incentiva as famílias a permaneceram no campo. Dignidade ao feirante Agricultores familiares de Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), também estão na lista dos que já receberam o “kit-feira”. “As barracas e outros itens dão dignidade aos pequenos agricultores e valorizaram seus produtos”, afirma Luiz Felipe Cunha, diretor executivo da Associação de Educação, Ecologia e Solidariedade Amanu. A entidade reúne 35 agricultores familiares que, duas vezes por mês, participam da feira livre “Raízes do Campo”. “Essa política de apoio à agricultura familiar vem atender a uma demanda antiga dos movimentos sociais, dos pequenos produtores rurais. É importante para estimular esse produtor, para que ele possa gerar renda e se manter na terra”, conclui Luiz Felipe. Beneficiados Além dos produtores familiares de Jaboticaturas e Aracanduva, também estão entre os beneficiados, até o final deste mês, os agricultores dos municípios de Araçuai, Berilo, Capelinha, Chapada do Norte, José Gonçalves de Minas, Novo Cruzeiro, Francisco Badaró, Turmalina e Veredinha (Vale do Jequitinhonha); Bocaiúva, Coração de Jesus e Monte Azul (Norte de Minas); Bom Sucesso (Centro-Oeste); Brumadinho, Ibirité e São José da Lapa (RMBH); Campo do Meio, Inconfidentes e Santana da Vargem (Sul de Minas); Dores do Turvo (Zona da Mata); Mesquita (Vale do Aço); Paracatu (Nordeste de Minas); e São João Del Rei (Campo das Vertentes). Programa O Programa de Apoio às Feiras Livres vai fornecer o “kit-feira” para 320 municípios em quatro anos. No total, serão investidos R$ 3 milhões neste período. A intenção do Estado é ampliar a venda dos agricultores familiares, contribuindo para a consolidação de assentamentos agrários e para o estímulo à plantação de produtos orgânicos. Fonte: www.agenciaminas.mg.gov.br

terça-feira, 6 de outubro de 2015

VII Festival Sagarana celebra Cultura e Ruralidades

Evento será realizado entre 8 e 11 de outubro, integrando culturas tradicionais, shows, oficinas, saberes do sertão, encontro de parceiros e diálogos para a preservação do cerrado e transição agroecológica ................................................................................. “Porque a vida é um mutirão de todos, por todos remexida e temperada.” João Guimarães Rosa (Grande Sertão: Veredas) ................................................................................. Entre 8 e 11 de outubro, o sertão mineiro recebe o VII Festival Sagarana – Feito Rosa para o Sertão, realizado no povoado de Sagarana, em Arinos (MG). Serão quatro dias para celebrar Cultura e Ruralidades e dialogar sobre temas importantes para a preservação do cerrado e da biodiversidade sertaneja. Em sua sétima edição, o Festival Sagarana – Feito Rosa para o Sertão consolida um ciclo de propósitos, buscas, horizontes e sonhos coletivos, ancorados na promoção da identidade, valorização dos saberes e fazeres tradicionais, desenvolvimento sustentável e autoestima das comunidades sertanejas do Vale do Rio Urucuia. O Festival oferece shows, apresentações de cultura tradicional, oficinas, seminários, rodas de prosa, vivências, gastronomia, caminhadas ecológicas e visita a pontos turísticos, atraindo tanto as comunidades rurais locais e as cidades do Vale do Rio Urucuia quanto pessoas e grupos de Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo e outros estados. Será realizado ainda o VII Encontro dos Parceiros do Vale do Rio Urucuia, importante momento de articulação territorial que deu origem ao Festival. Todas as atividades são gratuitas e se estendem pelo Centro de Referência em Tecnologias Sociais do Sertão (Cresertão), Escola Municipal, Prefeitura Comunitária, Comunidade Nossa Senhora Aparecida e espaços abertos da Vila de Sagarana. Entre as principais atrações culturais estão o Cortejo de Folias de Reis, Encontros de Fanfarras, Mutirão das Fiandeiras, Sarau Roseano, Cineclube Brasileirando, Caminhada Ecoliterária e apresentações de Pereira da Viola (MG), Cataventoré (MG), Martinha do Coco (DF), Mamulengo Presepada (DF), Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF), Shandala (SP), As Diadorinas, (MG) Batuquenjé (DF) e Áridos (MG). As oficinas e seminários incluem temas como educação para o campo, gastronomia, recursos hídricos, corporeidade, transição agroecológica, narrativas literárias, agricultura familiar e economia solidária. Vídeo-chamada: https://www.youtube.com/watch?v=uul60SL1FKg Histórico O Festival Sagarana nasceu em 2008, centenário de nascimento do escritor João Guimarães Rosa. Em seis anos, o evento extrapolou a simples iniciativa de um encontro anual de parceiros pelo desenvolvimento regional e ganhou repercussão nacional, com a oferta de uma programação diversificada que articula os saberes e fazeres tradicionais do sertão mineiro com as inovações das tecnologias sociais e o diálogo voltado para o controle social de políticas públicas. Esta integração propicia um ambiente para a troca e o compartilhamento de cultura, conhecimento e informação, que auxiliam a percepção das comunidades sobre a importância da proteção e conservação do cerrado e suas veredas, bem como a autoestima com a identidade e o território. Seguindo o Caminho do Sertão A imagem do fio, pacientemente elaborado pela fiandeira, aponta para a trama solidária em que são tecidas, a muitas mãos, a cidadania e a autonomia produtiva desejadas. Demarca, no mapa do sertão urucuiano, as veredas percorridas pela rede intersetorial de colaboradores. Os diversos parceiros, articulados e irmanados na travessia para um modelo de desenvolvimento sustentável, se fortalecem no cuidado com a vitalidade da tradição oral, da cultura popular, da terra, das águas, da fauna e da flora do Cerrado e convidam a todos para compartilhar e celebrar a tessitura emancipatória Feito Rosa para o Sertão. Acompanhe a programação completa e a cobertura oficial do Festival: Blog: www.festivalsagarana.wordpress.com Fanpage: www.facebook.com/sagaranafestival Vídeos: www.youtube.com/festivalsagaranamg

terça-feira, 15 de setembro de 2015

AS TRÊS ÁRVORES DA ESQUINA DOS AFLITOS E A NOVA FUCAM

"... Mas renova-se a esperança Nova aurora a cada dia E há que se cuidar do broto Pra que a vida nos dê Flor e fruto". Milton Nascimento / Wagner Tiso -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Por Gildázio Santos Ex Aluno e atual vice presidente da FUCAM --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A relação de quem viveu por muito tempo, morou ou fez uma visita um pouco mais duradoura ao Centro Educacional de Esmeraldas, em alguma medida se relacionou com a famosa "Esquina dos Aflitos" e suas frondosas e inesquecíveis três árvores. As árvores que testemunharam sob suas sombras, os choros de saudades, os suspiros de paixões juvenis, cantadas, beijos roubados, emprestados e consentidos, amores, desamores, afetos, desafetos, poesias, encantos, músicas desafinadas sussurradas aos ouvidos e até selinhos de despedidas. Que registraram medo dos perigos na esquina, anunciados por Belchior em sua canção Como Nossos Pais, com a voz rouca insistia em cantar: “... eles venceram e o sinal estava fechado pra nós, que éramos jovens.” Foi o berço de amores passageiros, duradouros e até eternos, conheço volumosas famílias que iniciaram com um beijo ou tapinha nesta esquina, com uma singela despedida, ao sair do ensaio do coral ou da igreja, o caro leitor também deve conhecer mais de um caso. Lamentavelmente, as três árvores, atingidas por fungos foram perdendo suas vitaminas e nos últimos anos, desnutridas foram golpeadas com uma doença fatal que as trouxeram a óbito. Diante da triste perda, a atual coordenação do Centro Educacional de Esmeraldas, decidiu cortar os caules, galhos secos e aproveitar de alguma forma a madeira. Também irá encomendar um estudo científico, para verificar quais outras espécies poderão ser plantadas em substituição as plantas históricas. Essa tarefa de plantio tende a ser realizado no período do dia árvore, próximo 21 de setembro, ou no início da primavera dia 23, de setembro, coincidentemente no dia do 103º aniversário natalício, do Coronel Manoel José de Almeida, Fundador da FUCAM. Nascer, reproduzir e morrer é o ciclo natural da vida de qualquer espécie, isso foi o que aprendemos nas primeiras aulas de Ciências. Algumas mentes brilhantes e profundamente inspiradas, com o suporte das mídias sociais começaram a relacionar a morte e o corte das árvores, ao trabalho da atual gestão da FUCAM. Tal iniciativa pareceu muito interessante e oportuna, o nascimento de uma “Nova FUCAM” que está em curso. A análise é simbólica e carregada sentidos, não cremos que alguém usou de maldade ou de má fé ao querer criticar a gestão. Neste momento é importantíssimo que se faça o controle social e as críticas qualificadas, que devem ser feitas nos espaços adequados. Porém, a morte das árvores e o corte dos caules e galhos não combinam com o atual momento da instituição. O que realmente caracteriza nosso presente é a oportunidade de plantar novas árvores. Elas definitivamente serão plantadas na "Esquina dos Aflitos" e serão plantadas em todos os solos férteis. A nossa “esquina” continuará sendo palco de novas histórias e uma Nova FUCAM, que será edificada nos pilares sólidos da História. A FUCAM será reinventada em sintonia com as leis. Elas carregam consigo as atuais políticas públicas da criança e do adolescente, juventude, da educação, da assistência social, do trabalho, agricultura familiar, da cultura. Tudo isso contribuirá decisivamente com a redução da pobreza rural e urbana por meio da profissionalização da juventude e acesso a renda, a economia popular solidária e ao empreendedorismo. "Já choramos muito Muitos se perderam no caminho Mesmo assim não custa inventar Uma nova canção Que venha nos trazer Sol de primavera Abre as janelas do meu peito A lição sabemos de cor Só nos resta aprender". Beto Guedes / Ronaldo Bastos