Seminário discute situação nutricional do povo xakriabá
Representantes do Consea e Funasa pretendem apresentar soluções para o problema de desnutrição dos indígenas
O Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional de Minas Gerais (Consea-MG), em parceria com a Fundação Nacional de Saúde e com o Distrito Sanitário Especial Indígena/Minas Gerais e Espírito Santo (Dseis-MG/ES), promove nesta quinta-feira (20) Seminário de Segurança Alimentar e Nutricional do Povo Indígena Xakriabá, na aldeia Brejo Mata Fome, em São João das Missões, Norte do Estado. O objetivo é mapear a situação alimentar e nutricional desse povo e apresentar soluções para o problema de desnutrição. O encontro será das 8h às 16h30, na Escola Estadual Indígena Bukimujo.
Segundo o secretário-executivo do Consea-MG, Celi Márcio, a meta é formar uma comissão local para estudo e aprofundamento da política de segurança alimentar e nutricional sustentável para a criação do sistema municipal de segurança alimentar, incluindo o conselho municipal. "Pretende-se ainda constituir uma agenda de trabalho, tendo como referência a implementação das ações pactuadas, com objetivos, metas definidas e resultados esperados, incluindo a avaliação e monitoramento das ações", explica.
A expectativa é que o evento reúna aproximadamente 200 participantes, entre trabalhadores da saúde indígena, representantes do Consea-MG e lideranças indígenas. Estarão presentes ainda membros da Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável Médio São Francisco, da Cáritas Diocesana de Januária, do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, da Rede de Educação Cidadã – Talher Minas Gerais, do Instituto de Governança Social, do Conselho dos Povos Indígenas, do Instituto Dom Luciano de Apoio à Causa Indígena, da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Januária, da Funasa e Dsei-MG/ES.
Situação Xakriabá
São João das Missões fica a 280 quilômetros de Montes Claros. Possui 10.230 habitantes, dos quais 8.141 se encontram na zona rural, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A nação Xacriabá no município é de 7.500 indivíduos, o equivalente a 70% da população.
São vários os fatores sociais e econômicos que refletem no estado nutricional do povo xakriabá, como limitação do território, má qualidade da terra, clima seco, chuva escassa, entre outros. Esses aspectos têm influenciado para que ocorra um grande percentual de crianças desnutridas.
Uma das estratégias do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) indígena é capacitar profissionais para atuar na realidade desses povos, efetivando o acompanhamento das ações de saúde e visando à articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde e controle social. Para esse fim, foi criado o Curso de Especialização de Vigilância Alimentar e Nutricional para Saúde Indígena, parceria entre Funasa e Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fiocruz, como parte da implementação do Sisvan.
Esse curso é voltado para capacitação dos profissionais e gestores de saúde da Funasa e de órgãos parceiros de todo o Brasil que atendem à população indígena, para colaborar na construção e consolidação do Sisvan para Saúde Indígena. Um total de 241 pessoas no Brasil fez o curso, dentre os quais seis trabalhadores de saúde indígena Xakriabá.
Na conclusão desse curso foi apresentado o projeto de intervenção "A Educação em Saúde e Mobilização Social como estratégia para Segurança Alimentar e Nutricional do Povo Indígena Xakriabá."
Segurança alimentar
Dentre as iniciativas públicas que buscam a melhoria da qualidade de vida, destacam-se as políticas de segurança alimentar e nutricional, tendo em vista, principalmente, a crise mundial de alimentos. A Segurança Alimentar e Nutricional consiste no direito humano de ter acesso a uma alimentação saudável, na qualidade e quantidade suficiente de alimentos para suprir suas necessidades básicas, segundo o presidente do Consea-MG, dom Mauro Morelli. O estímulo a uma alimentação saudável respeita a sustentabilidade da produção alimentícia e as especificidades locais e culturais. "Não se pode esquecer que as futuras gerações também necessitarão de alimentos para sobreviver", adverte dom Morelli.
Outras informações no Consea-MG pelo telefone (31) 3249-9200.
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