sexta-feira, 7 de novembro de 2008

1º Congresso de catadores de materiais recicláveis do Rio de Janeiro

1º Congresso de catadores de materiais recicláveis do Rio de Janeiro
Políticas Públicas - 05/11/2008
Catadores de lixo se reúnem

O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR/RJ), juntamente com o Instituto Brasileiro de Inovações em Saúde Social (IBISS), realiza o 1º Congresso que reúne os catadores de materiais recicláveis do Rio de Janeiro. Sob o tema "Lixo e Cidadania", o evento ocorrerá entre os dias 14 e 16 de novembro, no Centro Cultural da Ação e Cidadania, na Praça Mauá.

Segundo o IBGE, o Brasil possui cerca de 230 mil catadores de lixo, sendo que 17.655 estão no Rio de Janeiro. A profissão se constitui, portanto, na principal fonte de renda para muitas famílias.

Por conta disso, o evento pretende mobilizar os catadores dos 92 municípios do Estado e autoridades, reunindo cerca de 900 participantes para oficinas, painéis, debates, apresentações culturais e divulgação de casos bem sucedidos nas áreas de reciclagem e inclusão social. Será oferecido também atendimento para prevenção e avaliação da saúde dos participantes.

O Congresso tem patrocínio da Petrobrás, Eletrobrás e diversos apoiadores. Segundo a organização, o apoio de empresas é importante, uma vez que um dos temas a ser discutido no evento é "o cumprimento das leis designadas aos catadores, que são fundamentais para a organização da categoria e a construção de políticas públicas". Políticas para o setor e fortalecimento da organização dos trabalhadores, por sua vez, são importantes para a o desenvolvimento social e econômico dessa população, mas também para a difusão de práticas relacionadas à coleta de lixo que favoreçam o meio ambiente.

Lixo e Meio ambiente
As formas mais utilizadas de tratar o lixo, nos dias atuais, gera estragos não só para meio ambiente, mas também à saúde daqueles que vivem dele. O lixão de Jardim Gramacho, que está situado no município de Duque de Caxias, onde trabalham cerca de três mil catadores, é exemplo disso.

Tijolo produzido a partir de resíduos do Jardim Gramacho na cooperativa "Eu quero liberdade"
Foto: Jaqueline Morais / Imagens do Povo
O local recebe cerca de 8,5 mil toneladas de lixo, inclusive hospitalar, diariamente. A superlotação é resultado de um sistema de coleta não planejado e sem perspectivas que priorizem o meio ambiente e a cidadania. O lixo que vai para o Jardim Gramacho reúne o que é produzido em cinco cidades da Baixada Fluminense, além de 85% dos detritos provenientes do Rio de Janeiro.

Tuberculose e hanseníase são doenças facilmente detectadas entre os catadores que têm de lidar com o lixo hospitalar. Além disso, o material jogado nos aterros clandestinos do Jardim Gramacho atinge diretamente a Baía de Guanabara.

A situação do lixão e até seu possível fechamento, será um dos temas debatidos no Congresso dos Catadores. O assunto preocupa os trabalhadores, uma vez que mesmo com todos os problemas, é do aterro que tiram seu sustento.

Para o vice-presidente da Cooperativa de Catadores de Jardim Gramacho, Sebastião Santos, a solução para essa situação esta na implantação de "um programa sócio-ambiental de coleta seletiva e a criação de um Centro de Triagem". É a partir destas perspectivas que os trabalhadores pretendem levar adiante a discussão, tendo sempre o meio ambiente como norte.

1º Congresso Estadual do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis
Quando: 14, 15 e 16 de novembro
Onde: Centro Cultural da Ação e Cidadania, Praça Mauá
Inscrições: Gratuitas. Podem ser feitas no site http://www.mncr-rj.com.br/ até o dia 09/11

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