Heitor Reis (*)
A organização do evento produziu um DVD registrando pontos marcantes do I FNPC, realizado em Belo Horizonte ano passado e o reproduziu na abertura do evento deste ano, o qual deverá ser distribuĩdo aos delegados do evento.
Ali, pude pescar algumas falas que demonstram a essëncia básica dos Pontos de Cultura:
"Ponto de Cultura é...
* acreditar nas iniciativas culturais de nosso povo, potencializando e dinamizando suas iniciativas culturais.
* o governo não substituir a cultura, mas estimular um ponto de partida para que a própria comunidade conquiste um centro cultural, uma biblioteca, um cinema, um teatro, uma rádio ou uma TV comunitária.
* se contrapor à lógica do Estado que visa centralizar e criar entraves burocráticos à iniciativas populares e democratizantes.
* recepção e irradiação da cultura popular.
* estimular a autonomia e o protagonismo cultural de nosso povo." (Célio Turino, Secretário de Programas e Projetos Culturais do Ministério da CulturaMinC)
"Ponto de Cultura é uma grande oportunidade do Brasil conhecer o Brasil!" (Lula)
"Ponto de Cultura é colocar a cultura como prioridade na cesta básica do povo brasileiro." (Gilberto Gil, Ministro da Cultura na ocasião)
Chico Simões atua na produção desta Teia 2008 e na coordenação do Ponto de Cultura Invenção Brasileira e da Rede Escola Viva. Foi extremamente gratificante testemunhar em sua fala, durante a reunião de ontem, com a equipe que compôe a Comissão de Comunicação do evento e os convidados para a cobertura colaborativa. Ele enfocou a questão da conscentração econômica do país em oposição aos Direitos Humanos como eu tinha feito dois dias antes.
Daí, meu tietismo em destacar a fala dele nesta abertura:
* Rompemos com o conceito de que cultura é algo limitado a uma elite intelectual, distante do povo.
* Estamos vendo sociedades e impérios sucumbirem por dar apenas valor comercial às coisas, enquanto nossa prática vem sendo agregar valor simbólico.
* Esta é a melhor Teia possível no momento, ainda muito longe deste mundo mais justo que habita dentro de cada um de nós.
* Não devemos nos esquecer dos ausentes, os quais nos troxeram até aqui e sobrevivem através de nós.
Eu poderia me dar por satisfeito com tudo isto, mas ainda ousei entrevistar Célio Turino e colocar minha tese sobre a desproporção de nossa insensibilidade diante do estupro de uma mulher por um homem e diante do estupro social que abocanha 75 % da riqueza nacional para apenas 10 % da população, mencionando meu tal texto, como inimigo dos Direitos Humanos.
Com uma naturalidade e simpatia raras, ele disse que já o tinha lido, em função do envio de uma amiga: "Olha o que estão falando da Teia aqui!" E, para minha alegria, afiirmou que tinha gostado daquela abordagem. E acrescentou ludicamente, como que para assegurar-me que estava falando sério: "Eu sabia do teu nome, mas não relacionei com tua pessoa." Afiinal, estive com ele raras vezes e por pouco tempo. A entrevista está fidedignamente registrada em vídeo para breve divulgação, dependendo das prioridades de nossa equipe de editores. Enquanto ela não sai, divulgo o que memorizei:
"A história da humanidade pode ser contada em estupros. Os agricultores separaram alguns deles para tomar conta dos inimigos e protegê-los, enquanto cuidavam da lavoura. Logo, o poder de defesa passou a ser usado para explorar os próprios agricultores... Um país com tamanha disparidade como o nosso é um ambiente extremamente propício para implantarmos uma nova cultura, mais alegre, mais gentil e mais encantadora, sem o que nos tornaremos como os opressores que condenamos."
(*) Heitor Reis é um adolescente mesocentenário ou um centenário meso-adolescente. Engenheiro civil, militante do movimento pela democratização da comunicação e em defesa dos Direitos Humanos, membro do Conselho Consultor da CMQV - Câmara Multidisciplinar de Qualidade de Vida (www.cmqv.org) e articulista. Nenhum direito autoral reservado: Esquerdos autorais ("Copyleft"). Contatos: (31) 3243 6286 - heitorreis@gmail.com - 12/11/2008
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