terça-feira, 9 de setembro de 2008

Unifesp é apontada a melhor do Brasil

15 dias após demissão de reitor, Unifesp é apontada a melhor do Brasil

Ranking foi divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Ministério da Educação.
PUC-Rio, em 9º, é única particular top 10. USP e Unicamp não participam.

Fernanda Bassette Do G1, em São Paulo

As 10 melhores universidades do Brasil

01º - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - SP - Federal -439
02º - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) - RS - Federal - 425
03º - Universidade Federal de Viçosa (UFV) - MG - Federal - 417
04º - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - MG - Federal - 414
05º - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - RS - Federal - 410
06º - Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) - MG - Federal - 402
07º - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)- RJ - Federal - 392
08º - Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)- SP - Federal - 390
09º - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)- RJ - Privada - 385
10º - Universidade Federal de Itajubá (Unifei)- MG - Federal - 381

Duas semanas depois de o então reitor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) -Ulysses Fagundes Neto - pedir demissão do cargo junto com toda a alta cúpula da universidade por suspeitas de mau uso do cartão corporativo, ela foi apontada como a melhor universidade do Brasil, segundo o Índice Geral de Cursos (IGC) - um novo indicador lançado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta segunda-feira (8).

Das dez primeiras colocadas, nove são federais, sendo quatro do estado de Minas Gerais. A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) é a única instituição particular que está entre as dez, segundo o índice. Ela alcançou 385 pontos na escala e está oito posições atrás da Unifesp.

O ranking - que é o primeiro considerado oficial pelo MEC - separou as universidades, os centros universitários e as faculdades e institutos para evitar discrepância nos dados. Esta reportagem relata os resultados das universidades.

Entre os centros universitários, o Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (Cefet-SC), lidera. Já entre as faculdades isoladas e institutos, a primeira da lista é a Escola Brasileira de Economia e Finanças (Ebef) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio. O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), aparece na quinta colocação. Confira aqui o ranking dos centros universitários e das faculdades.

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  • A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) não fazem parte do ranking porque elas não participam do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) - um dos índices usados no cálculo do IGC.

    A Unifesp alcançou 439 pontos em uma escala entre 0 e 500 pontos possíveis e é considerada pelo MEC a 'top' das universidades do país. “Certamente, estes resultados têm a ver com o passado da universidade. Estamos medindo hoje uma coisa do passado, que diz respeito às últimas gestões. O resultado legitima o trabalho da universidade toda”, afirma a pró-reitora de graduação temporária, Lúcia de Oliveira Sampaio.

    Segundo ela, a crise política que culminou com a renúncia do então reitor está relacionada aos gastos da instituição, se eles foram feitos de maneira correta ou não. “A avaliação tem um outro sentido, que mostra se a universidade está indo bem ou não. E os resultados mostram que a Unifesp está indo bem”, aponta.

    O bom resultado, para Lúcia, “não é de todo inesperado”. “A Unifesp teve sempre boas graduações e uma pós-graduação muito grande. Sempre foi prestigiosa. Nos últimos três anos é que houve uma expansão para outras áreas do conhecimento. Espero que ela tenha o mesmo caminho da tradição que tem sido colocada nos últimos anos.”

    Minas tem 4 no 'top 10'

    Entre as dez melhores universidades do país, quatro estão em Minas Gerais. São elas: Universidade Federal de Viçosa (UFV), com 417 pontos; Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 414 pontos; Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), com 402 pontos e Universidade Federal de Itajubá (Unifei), com 381 pontos na escala.

    Ainda entre as dez melhores, o Estado de São Paulo tem a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o Estado do Rio de Janeiro tem a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Estado do Rio Grande do Sul tem duas universidades consideradas top: a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

    Veja aqui o ranking oficial do MEC (em ordem alfabética)
    *o arquivo deve ser aberto em excel.

    São Paulo concentra 4 das 10 piores

    Apesar de a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) ser considerada a pior universidade do país - com 149 pontos na escala de 500 possíveis, o Estado de São Paulo concentra quatro das dez piores universidades.

    As quatro universidades paulistas que estão na "lanterna" são particulares. São elas: Universidade do Grande ABC (UniABC), que somou 169 pontos; seguida da Universidade de Santo Amaro (Unisa), que está com 173 pontos; a Universidade Ibirapuera (UNIb), com 183 pontos e a Universidade Bandeirantes de São Paulo (UniBan), que tem 195 pontos.

    Como funciona o IGC

    Segundo o Inep, o IGC é um indicador que engloba em um único índice a qualidade dos cursos de graduação, mestrado e doutorado de cada instituição de ensino superior do do Brasil. Ao todo, 173 universidades, 131 centros universitários e 1.144 faculdades, institutos isolados e outras modalidades de ensino superior foram avaliados.

    Segundo o Inep, o IGC de cada instituição inclui a qualidade de todos os seus cursos de graduação, mestrado e doutorado, distribuídos na totalidade de campi e municípios onde a instituição atua.

    Para chegar na nota, o cálculo levou em consideração a média dos Conceitos
    Preliminares de Curso (CPCs) da instituição – componente relativo à graduação e à nota do aluno no Enade – e o conceito fixado pela Capes para a pós-graduação..

    A média dos conceitos dos cursos é ponderada pela distribuição dos alunos entre os diferentes níveis de ensino (graduação, mestrado e doutorado). Para esta primeira divulgação do IGC, foram utilizados os CPCs referentes às edições do Enade no período de 2005 a 2007.

    O CPC considera, além de resultados de avaliação de desempenho de estudantes, infra-estrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos e corpo docente. A nota da Capes é referente à avaliação do triênio de 2004 a 2006.

    Nem todas conseguiram o IGC

    Do total de 1.837 instituições cadastradas no MEC em 2008, 78,8% têm IGC. As
    que ainda não tiveram o seu indicador calculado são instituições novas, que não possuem concluintes em seus cursos e não têm a nota do Enade, por exemplo.

    Colaborou Simone Harnik - Do G1, em São Paulo

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