Mais de 900 milhões de pessoas passam fome no mundo, diz ONU
da Folha Online
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O número de pessoas com fome no mundo subiu de 850 milhões para 925 milhões em 2007, por causa da disparada dos preços dos alimentos, anunciou nesta quarta-feira em Roma o diretor da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Jacques Diouf. "O número de pessoas subnutridas antes da alta dos preços de 2007-2008 era de 850 milhões. Este número aumentou durante 2007 em 75 milhões, alcançando os 925 milhões", declarou Diouf em audiência nas Comissões das Relações Exteriores e de Agricultura do Parlamento italiano.
Stephen Morrison - 06.jan.2008/Efe
Equipe da Cruz Vermelha distribui alimentos, em acampamento de refugiados no Quênia
O índice FAO dos preços dos alimentos teve aumento de 12% em 2006 em relação ao ano anterior, de 24%, em 2007, e de 50%, durante os sete primeiros meses deste ano, acrescentou Diuf.
"É preciso investir US$ 30 bilhões por ano para duplicar a produção de alimentos e acabar com a fome", acrescentou. Diouf afirmou que "o desafio é de grandes proporções e é necessário dar de comer a 9 bilhões de pessoas em 2050".
Segundo ele, este valor é "bastante modesto" se comparado às somas desembolsadas pelos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) em incentivo à agricultura (US$ 376 bilhões) ou aos gastos com armamento (US$ 1,2 trilhão), em 2006.
O diretor-geral da FAO reiterou que as previsões indicam que, mesmo que a produção de cereais no mundo melhore, os preços se manterão estáveis nos próximos anos e a crise dos alimentos se prolongará nos países pobres.
Metas contra a fome
Os países membros da FAO se comprometeram durante uma cúpula no início de junho em Roma a reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem de fome até 2015, apesar da crise de alimentos, segundo a declaração final desta reunião.
Este texto, obtido após árduas negociações, reitera as conclusões das cúpulas sobre alimentação de 1996 e 2002: "Alcançar a segurança alimentar" e "reduzir à metade o número de pessoas subnutridas até 2015, no máximo".
Em Roma, Diuf considerou que, com as tendências observadas hoje, "esta meta seria alcançada em 2150 em vez de 2015". Na cúpula de Roma, os doadores se comprometeram a conceder mais de US$ 6,5 bilhões para a luta contra a fome e a pobreza.
Miséria
Em julho, no ápice da crise alimentar no mundo com o início da escalada dos preços dos alimentos, a ONU e o Banco Mundial haviam alertado contra o avanço da miséria.
O índice FAO dos preços dos alimentos teve aumento de 12% em 2006 em relação ao ano anterior, de 24%, em 2007, e de 50%, durante os sete primeiros meses deste ano, acrescentou Diuf.
"É preciso investir US$ 30 bilhões por ano para duplicar a produção de alimentos e acabar com a fome", acrescentou. Diouf afirmou que "o desafio é de grandes proporções e é necessário dar de comer a 9 bilhões de pessoas em 2050".
Segundo ele, este valor é "bastante modesto" se comparado às somas desembolsadas pelos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) em incentivo à agricultura (US$ 376 bilhões) ou aos gastos com armamento (US$ 1,2 trilhão), em 2006.
O diretor-geral da FAO reiterou que as previsões indicam que, mesmo que a produção de cereais no mundo melhore, os preços se manterão estáveis nos próximos anos e a crise dos alimentos se prolongará nos países pobres.
Metas contra a fome
Os países membros da FAO se comprometeram durante uma cúpula no início de junho em Roma a reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem de fome até 2015, apesar da crise de alimentos, segundo a declaração final desta reunião.
Este texto, obtido após árduas negociações, reitera as conclusões das cúpulas sobre alimentação de 1996 e 2002: "Alcançar a segurança alimentar" e "reduzir à metade o número de pessoas subnutridas até 2015, no máximo".
Em Roma, Diuf considerou que, com as tendências observadas hoje, "esta meta seria alcançada em 2150 em vez de 2015". Na cúpula de Roma, os doadores se comprometeram a conceder mais de US$ 6,5 bilhões para a luta contra a fome e a pobreza.
Miséria
Em julho, no ápice da crise alimentar no mundo com o início da escalada dos preços dos alimentos, a ONU e o Banco Mundial haviam alertado contra o avanço da miséria.
Ali Ali - 11.ago.2008/Efe
Palestinos recolhem sacos de alimentos no centro de distribuição da ONU, em Gaza
A alta dos preços dos alimentos ameaça reverter todos os avanços globais com desenvolvimento e levar 100 milhões de pessoas em todo o mundo para baixo da linha de pobreza, advertiram no secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-Moon, e o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
A declaração de ambos foi feita na ilha de Hokkaido, no Japão, onde aconteceu a reunião de cúpula anual do G8 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia).
Na ocasião, Ban e Zoellick cobraram dos países do G8 uma ação urgente para combater a atual crise e para prevenir futuras altas nos preços dos alimentos.
Segundo o secretário-geral da ONU, o mundo enfrenta três crises simultâneas e interligadas - dos alimentos, do clima e de desenvolvimento --para as quais são necessárias soluções integradas.
"Nossos esforços até agora têm sido muito divididos e esporádicos. Agora é a hora de termos um enfoque diferente", afirmou Ban.
"A ONU está pronta para ajudar com todos esses desafios globais", disse. Segundo ele, "todo dólar investido hoje equivale a dez amanhã ou cem no dia seguinte".
01/08/2008 - 16h30
FAO pede à América Latina que não desperdice comida
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da France Presse, em Santiago
A América Latina pode melhorar, de forma rápida e eficaz, a disponibilidade total de comida, reduzindo o desperdício que faz com que milhares de toneladas de alimentos em bom estado sejam perdidas, recomendou a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) em um relatório divulgado nesta sexta-feira, em Santiago.
Apenas no Brasil, são desperdiçadas, anualmente, cerca de 70 mil toneladas de alimentos, com uma perda de 64% do que se planta, devido ao mau gerenciamento da cadeia produtiva e a hábitos de alimentação, destaca o informe.
No México, são 23 mil toneladas de comida jogadas no lixo por ano, em função do descuido no manejo de alimentos, principalmente cereais e frutas. Já na Colômbia o desperdício é de pelo menos 15 mil toneladas, segundo o documento da FAO --que tem no Chile seu escritório regional para a América Latina.
"Não temos dados confiáveis em outros países, mas estamos falando de quantidades aterradoras", disse Andrés Pascoe, um dos autores do relatório, à agência France Presse. "O desperdício de alimentos em época de crise, soluções para o paradoxo do sistema de alimentação global."
O paradoxo se apresenta porque, nessa região, uma das mais ricas em produção de alimentos, cerca de 52 milhões de pessoas passam fome e 9 milhões de crianças sofrem de desnutrição.
A maior parte dos alimentos que se desperdiçam vai para as lixeiras e lixões tradicionais, aumentando os níveis de lixo, em vez de serem aproveitados para fertilizantes ou de entrarem em circuitos de bancos de alimentos, restaurantes populares ou produção de bioenergia, completou a FAO.
O enorme desperdício acontece em casa, no nível da produção e das vendas --provocando, nessas três áreas, consideráveis perdas econômicas.
Nas famílias ele acontece porque a maioria compra muito mais comida do que realmente consome, junto com a cada vez menor preparação de alimentos caseiros e uma diminuição do costume de reaproveitar a comida.
Nesse caso, a FAO recomenda fazer um bom uso e cuidar dos alimentos comprados, estimular o desenvolvimento de fertilizantes caseiros para manter pequenas hortas, aproveitar os alimentos dos dias anteriores e melhorar as técnicas de conservação.
Na produção, muitos alimentos se perdem na colheita e no transporte, motivo pelo qual devem ser melhoradas as técnicas para coletá-los e os métodos de conservação, junto com promover a compra de produtos locais, que chegam mais frescos ao consumidor.
Na área de venda, referindo-se a restaurantes, ou supermercados, a FAO recomendou um melhor aproveitamento dos recursos que sobram, por meio da criação de bancos de alimentos, encarregados de coletar e distribuir, entre os mais pobres, a comida que se joga fora.
A alta dos preços dos alimentos ameaça reverter todos os avanços globais com desenvolvimento e levar 100 milhões de pessoas em todo o mundo para baixo da linha de pobreza, advertiram no secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-Moon, e o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
A declaração de ambos foi feita na ilha de Hokkaido, no Japão, onde aconteceu a reunião de cúpula anual do G8 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia).
Na ocasião, Ban e Zoellick cobraram dos países do G8 uma ação urgente para combater a atual crise e para prevenir futuras altas nos preços dos alimentos.
Segundo o secretário-geral da ONU, o mundo enfrenta três crises simultâneas e interligadas - dos alimentos, do clima e de desenvolvimento --para as quais são necessárias soluções integradas.
"Nossos esforços até agora têm sido muito divididos e esporádicos. Agora é a hora de termos um enfoque diferente", afirmou Ban.
"A ONU está pronta para ajudar com todos esses desafios globais", disse. Segundo ele, "todo dólar investido hoje equivale a dez amanhã ou cem no dia seguinte".
01/08/2008 - 16h30
FAO pede à América Latina que não desperdice comida
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da France Presse, em Santiago
A América Latina pode melhorar, de forma rápida e eficaz, a disponibilidade total de comida, reduzindo o desperdício que faz com que milhares de toneladas de alimentos em bom estado sejam perdidas, recomendou a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) em um relatório divulgado nesta sexta-feira, em Santiago.
Apenas no Brasil, são desperdiçadas, anualmente, cerca de 70 mil toneladas de alimentos, com uma perda de 64% do que se planta, devido ao mau gerenciamento da cadeia produtiva e a hábitos de alimentação, destaca o informe.
No México, são 23 mil toneladas de comida jogadas no lixo por ano, em função do descuido no manejo de alimentos, principalmente cereais e frutas. Já na Colômbia o desperdício é de pelo menos 15 mil toneladas, segundo o documento da FAO --que tem no Chile seu escritório regional para a América Latina.
"Não temos dados confiáveis em outros países, mas estamos falando de quantidades aterradoras", disse Andrés Pascoe, um dos autores do relatório, à agência France Presse. "O desperdício de alimentos em época de crise, soluções para o paradoxo do sistema de alimentação global."
O paradoxo se apresenta porque, nessa região, uma das mais ricas em produção de alimentos, cerca de 52 milhões de pessoas passam fome e 9 milhões de crianças sofrem de desnutrição.
A maior parte dos alimentos que se desperdiçam vai para as lixeiras e lixões tradicionais, aumentando os níveis de lixo, em vez de serem aproveitados para fertilizantes ou de entrarem em circuitos de bancos de alimentos, restaurantes populares ou produção de bioenergia, completou a FAO.
O enorme desperdício acontece em casa, no nível da produção e das vendas --provocando, nessas três áreas, consideráveis perdas econômicas.
Nas famílias ele acontece porque a maioria compra muito mais comida do que realmente consome, junto com a cada vez menor preparação de alimentos caseiros e uma diminuição do costume de reaproveitar a comida.
Nesse caso, a FAO recomenda fazer um bom uso e cuidar dos alimentos comprados, estimular o desenvolvimento de fertilizantes caseiros para manter pequenas hortas, aproveitar os alimentos dos dias anteriores e melhorar as técnicas de conservação.
Na produção, muitos alimentos se perdem na colheita e no transporte, motivo pelo qual devem ser melhoradas as técnicas para coletá-los e os métodos de conservação, junto com promover a compra de produtos locais, que chegam mais frescos ao consumidor.
Na área de venda, referindo-se a restaurantes, ou supermercados, a FAO recomendou um melhor aproveitamento dos recursos que sobram, por meio da criação de bancos de alimentos, encarregados de coletar e distribuir, entre os mais pobres, a comida que se joga fora.
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