sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

As Relações Humanas e o Desenvolvimento Infantil

As Relações Humanas e o Desenvolvimento Infantil

por: Maria de Lourdes Cardoso Mallmann
Pedagoga e Profa. de Filosofia
email:
lurdesma@terra.com.br

Considerando a infância como um lugar para onde os olhares de pedagogos, cientistas e educadores tem se voltado nos últimos 300 anos cabe-nos refletir e analisar as implicâncias geradas na Educação e no Relacionamento Humano.

Percebe-se uma preocupação com os caminhos que a Infância está tomando, e a perda de identidade como tal, pois a criança do nosso tempo está se diluindo e se mesclando no mundo adulto muito precocemente.

Se nos determos na afirmativa comprovada de cientistas e psicólogos, bem como no saber popular de gerações passadas, de que é na infância, que se estrutura o relacionamento humano, preocupa-nos sobremaneira o processo de educação que está aquém das necessidades das crianças de hoje. Falta a maioria dos profissionais de Educação, bem como a muitos pais a sapiência e a segurança de uma educação eficiente, que esteja a par das exigências de um mundo pós-moderno, onde a tecnologia avança assustadoramente e onde a imagem tomou o lugar central, tiranizando e induzindo ao consumismo infantil.

Partindo do princípio cultural, que busca a perfeição, a infância é o lugar onde se inicia a humanização e a necessidade de "suportar as faltas" e aceitar o "não pode". A falta desse conceito implica em adultos desestruturados, em situações de desajuste social, como comprovamos nas relações humanas de pessoas bem próximos de nós.

Essas colocações são importantes e cabe aos educadores e pais se posicionarem, não só pelo discurso científico sobre a infância mas ouvindo o campo do próprio saber.

É interessante salientar a importância do ponto de vista psíquico da Maternagem e Paternagem, pois as emoções vividas na infância são aspectos primordiais da negação e da ausência.

Os espaços vazios, as lacunas, as decepções influem na formação da personalidade da criança.

Augusto Cury exemplifica a emoção infantil representada e não real, significando que as crianças sentem a emoção causada pelos pais ou educadores e registram na memória, não o fato em si mas a emoção que o fato lhes causou. Por tal razão há uma preocupação de que adultos respeitem a infância usando comportamentos adequados. Um olhar crítico, uma palavra mal colocada, uma atitude agressiva pode causar sérios prejuízos a formação da personalidade infantil, criando nas crianças sentimentos de inferioridade e rejeição.

Os erros devem ser criticados, mas ao mesmo tempo deve ser dado o estímulo para aprender com os fracassos e começar tudo de novo.

Outra deficiência dos educadores de hoje é entenderem que o excesso de atividades é benéfico e sem perceber estão bloqueando a infância. A pior coisa para uma criança é não ter tempo para ser criança.

As relações humanas entre crianças e adultos devem ser claras, transparentes, sem ambigüidades ou incógnitas. Só dessa forma estaremos oferecendo aos nossos pequenos oportunidades de uma educação crítica e real, uma educação que os transformem em cidadãos dignos, adultos bem resolvidos e pessoas melhores!

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