sábado, 15 de março de 2008

Se Faltam Limites Aumentamos As Consequências Negativas

Se Faltam Limites Aumentamos As Consequências Negativas.

Aos dois anos é apenas um "piti" no supermercado; uma birra totalmente compreensiva e tolerável, afinal, a criança pequena está aprendendo a lidar com a questão do pode ou não pode.

Em pouco tempo o esperneio vai aumentando e os ataques de raiva da criança agora com 4 ou 5 anos se intensificam deixando-nos frente à situações constrangedoras sempre justificadas pelo sono, nariz entupido, principio de gripe e outras desculpas típicas dos familiares.

Já, após os 7 anos, estas atitudes se tornam tão incomodas e insuportáveis que assustam os responsáveis, obrigando-os a buscar novas interferências e o pior, trazem a triste constatação que a tendencia é só piorar.

A dificuldade de aceitar limites vai tornando crescente e em pouco tempo aparecem problemas nas relações com os colegas, no comportamento na escola e nas festas familiares.

A próxima fase, se não houver uma ação coerente, são os distúrbios de conduta, desrespeito aos pais, colegas e autoridades, incapacidade de concentração, dificuldade para concluir tarefas, baixo rendimento e a percepção que este individuo está adquirindo uma visão totalmente distorcida da realidade.

A partir de agora ninguém mais aguenta conviver com este "reizinho" tirano e mandão que só reconhece o seu querer, o seu bem estar e o seu prazer.

Daí para agir com agressões físicas, perder o controle se contrariado e não persistir diante das dificuldades é um pequeno pulo.

Se por um lado, as pequenas ações agressivas são consideradas normais na criança, não é nada normal (e nem saudável) a falta de postura e de comprometimento do adulto próximo, que hesita em intervir ou se nega a tomar atitudes coerentes e constantes (até porque a ação educativa é um processo longo e demorado) para pontuar e fortalecer os vinculo afetivos positivos.

Cada vez que nós tomamos consciência que devemos dizer sim sempre que possível e não sempre que necessário, agimos ensinando às crianças e adolescentes que os direitos são iguais para todos, que minha liberdade acaba onde começa a do outro e que é necessário aturar pequenas frustrações para poder enfrentar a vida.

Para isso não precisamos bater, gritar, ser autoritário ou mesmo exigir atitudes convenientes somente ao nossos interesses; basta premiar e recompensar com sinceridade atitudes verdadeiramente positivas. Ou seja, ressaltar sempre a ação correta com um elogio, manifestando e destacando modelos positivos, dando palavras de estímulos e exemplificando possibilidades, para que o individuo possa analisar os fatos por outras perspectivas, e principalmente, preparar-se para assumir a responsabilidade pelos seus atos.

O princípio básico para uma ação funcional é diferenciar necessidade de desejo. Há itens que são necessários e indiscutíveis para a idade, como: com comida não se brinca, na varanda só pode ir acompanhado, ir á escola é obrigação e não escolha, dirigir só após pegar a habilitação etc. Outros não passam de modismo e desejo, e para isso se concretizar precisam ser discutidos, avaliados e associados ao comprometimento pessoal; exemplo: Pode ir à uma festa durante a semana desde que se comprometa em levantar cedo e não faltar a aula no dia seguinte.

Crianças entre 1 e 4 anos precisam ser premiadas ou ter ciência da consequência imediatamente no momento do seu ato. Nada de esperar chegar em casa ou o dia seguinte. É importante também que tornemos as coisas positivas, diga não quando necessário e em seguida sugira uma ação correta. Se ela tentar agredir, segure-a com calma e firmeza e espere que acalme para conversar. Insista e de-lhe tempo para adquirir um bom comportamento. Evite o estresse e se o mau comportamento não prejudicou ninguém avalie se não deve ignorá-lo.

Já entre 5 e 7 anos aja com mais disciplina e sempre com coerência. Enuncie as normas aos poucos e seja bem claro, não impondo mas participando-os de cada colocação. Dê opções para o limite e premie com atividades prazerosas (um passeio, um bolo especial etc). Exija mais responsabilidade pelos atos e permita participação do grupo nas definições das consequências.

Ações entre 8 e 11 anos: Proponha períodos de repouso e com espaço para atividades mais sossegadas, agendas superlotadas conduzem à irritação e comportamentos mais agressivos. Exija que digam onde estão e com quem. Reserve um tempo diário para conversarem. Reforce constantemente valores éticos e passe segurança que eles não devem acompanhar os outros e/ou agir por medo de perder uma amizade.

Já na adolescência é imprescindível que eles sejam responsabilizados pelos atos inadequados. Tenha compreensão, seja justo e equilibrado. Saiba ouvi-los e tolere os momentos de mudez absoluta, ignore a cara feia e os resmungos. Faça-os reconhecer e respeitar as normas vigentes. Ressalte as vitórias escolares, esportivas e sociais. Mantenha o diálogo, seja verdadeiro, breve e objetivo sempre. Incentive-os a falar de suas vidas, pensamentos e a ser independente.

E para encerrar, percebam que em momento alguns as sugestões de premiação são bens materiais. Busco valorizar o carinho, afeto e reconhecimento com bilhetes motivadores, pequenos passeios, jantares especiais e outras surpresas amistosas.

Espero que se apropriem destas idéias e criem suas ações pautadas em atitudes de sucesso. Boa sorte!

Adriana Meyer Torres.
Março de 2008
Bacharel e licenciada em matemática, pedagoga com especialização em psicopedagogia, brinquedista, contadora de história e pesquisadora na área de alfabetização e criatividade.

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