Temporada de Vestibulares
Em todo o país, neste período do ano, as universidades brasileiras abrem a temporada de caça a seus pretensos alunos.
Fica oficializado e, permitido, o sofrimento absurdo e, porque não dizer desnecessário, de milhares de jovens, como também de suas famílias e amigos, em razão do temor do "fracasso" que pode significar uma eventual reprovação no exame vestibular.
Um exame que gera conflitos, dúvidas, medo e ansiedade no vestibulando e que, na maioria dos casos, não avalia com justiça e eficácia o conhecimento e desconsidera o talento, e a caminhada de cada um.
Soares (2002) denomina "efeito guilhotina" o terror psicológico" que contagia o vestibulando no ano que antecede a realização do exame e que vai aumentando à medida que ele se aproxima. E alerta que ele pode sofrer vários distúrbios psicofisiológicos e até mesmo a depressão.
Como se tamanho estrago não bastasse, as provas dos vestibulares têm determinado a organização do ensino nas escolas fundamentais e de ensino médio (aprendizagem dissociada da real necessidade dos estudantes).
O Ensino Médio desvinculado do Ensino Fundamental e Superior não auxilia a preparação para a vida profissional e/ou universitária. Sua preocupação tem sido apenas preparar para o exame vestibular e nem este objetivo vem sendo cumprido. Prova disso é a indústria dos Cursinhos Pré Vestibulares – interesse da iniciativa privada na Educação.
É, portanto nesse cenário, que o jovem deve fazer a escolha da sua profissão. "Difícil escolha quando ele vivencia os conflitos típicos da adolescência e a sociedade estipula que tal escolha seja, obrigatoriamente, ao final do Ensino Médio, quando o adolescente se encontra no estágio de suspensão: não está na sua infância nem na idade adulta e não possui o autoconhecimento e a maturidade necessários para a escolha profissional."(Bianchetti, 1996).
Levenfus, (1993) comenta que a máquina do tempo social nem sempre respeita o tempo de cada um.
Em 1997, defendeu que todos os ritos de passagem são marcados por três fases:
- separação - afastamento do grupo, estado, condição ou momento de vida estabelecido. Afasta-se da condição de estudante do Ensino Médio e é identificado na sociedade como um vestibulando (opção por um curso universitário);
- limiar – período entre a realização das provas e divulgação dos resultados (uma das etapas mais angustiantes);
- agregação – quando ele finalmente é um estudante universitário e, em virtude disso, tem que adotar outra postura que tal posicionamento exige. Algumas não serão mais aceitas e outras entrarão para o seu repertório.
É a entrada no mundo adulto.
Sabe-se que bater à porta da Universidade é um privilégio de poucos, em razão da desigualdade de oportunidades ainda forte no nosso país. Chegar aos bancos universitários pela via do vestibular, é a demonstração clara da ausência de vagas para todos, o que contraria a Constituição Brasileira que determina: "o direito à Educação é um direito subjetivo", portanto, de todos aqueles que a ela desejarem ter acesso.
É na não classificação, ou na não autorização de passagem para quantos que o ensino em nível superior pressupõe, que se configura a dimensão de barreira social ritualizada do vestibular e o desrespeito imposto por ele aos jovens cidadãos deste país.
Uma mudança nesse sistema é imprescindível e exigirá de todos compromisso com a Educação e com os brasileiros.
SAMES ASSUNÇÃO
Em todo o país, neste período do ano, as universidades brasileiras abrem a temporada de caça a seus pretensos alunos.
Fica oficializado e, permitido, o sofrimento absurdo e, porque não dizer desnecessário, de milhares de jovens, como também de suas famílias e amigos, em razão do temor do "fracasso" que pode significar uma eventual reprovação no exame vestibular.
Um exame que gera conflitos, dúvidas, medo e ansiedade no vestibulando e que, na maioria dos casos, não avalia com justiça e eficácia o conhecimento e desconsidera o talento, e a caminhada de cada um.
Soares (2002) denomina "efeito guilhotina" o terror psicológico" que contagia o vestibulando no ano que antecede a realização do exame e que vai aumentando à medida que ele se aproxima. E alerta que ele pode sofrer vários distúrbios psicofisiológicos e até mesmo a depressão.
Como se tamanho estrago não bastasse, as provas dos vestibulares têm determinado a organização do ensino nas escolas fundamentais e de ensino médio (aprendizagem dissociada da real necessidade dos estudantes).
O Ensino Médio desvinculado do Ensino Fundamental e Superior não auxilia a preparação para a vida profissional e/ou universitária. Sua preocupação tem sido apenas preparar para o exame vestibular e nem este objetivo vem sendo cumprido. Prova disso é a indústria dos Cursinhos Pré Vestibulares – interesse da iniciativa privada na Educação.
É, portanto nesse cenário, que o jovem deve fazer a escolha da sua profissão. "Difícil escolha quando ele vivencia os conflitos típicos da adolescência e a sociedade estipula que tal escolha seja, obrigatoriamente, ao final do Ensino Médio, quando o adolescente se encontra no estágio de suspensão: não está na sua infância nem na idade adulta e não possui o autoconhecimento e a maturidade necessários para a escolha profissional."(Bianchetti, 1996).
Levenfus, (1993) comenta que a máquina do tempo social nem sempre respeita o tempo de cada um.
Em 1997, defendeu que todos os ritos de passagem são marcados por três fases:
- separação - afastamento do grupo, estado, condição ou momento de vida estabelecido. Afasta-se da condição de estudante do Ensino Médio e é identificado na sociedade como um vestibulando (opção por um curso universitário);
- limiar – período entre a realização das provas e divulgação dos resultados (uma das etapas mais angustiantes);
- agregação – quando ele finalmente é um estudante universitário e, em virtude disso, tem que adotar outra postura que tal posicionamento exige. Algumas não serão mais aceitas e outras entrarão para o seu repertório.
É a entrada no mundo adulto.
Sabe-se que bater à porta da Universidade é um privilégio de poucos, em razão da desigualdade de oportunidades ainda forte no nosso país. Chegar aos bancos universitários pela via do vestibular, é a demonstração clara da ausência de vagas para todos, o que contraria a Constituição Brasileira que determina: "o direito à Educação é um direito subjetivo", portanto, de todos aqueles que a ela desejarem ter acesso.
É na não classificação, ou na não autorização de passagem para quantos que o ensino em nível superior pressupõe, que se configura a dimensão de barreira social ritualizada do vestibular e o desrespeito imposto por ele aos jovens cidadãos deste país.
Uma mudança nesse sistema é imprescindível e exigirá de todos compromisso com a Educação e com os brasileiros.
SAMES ASSUNÇÃO
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