sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Deputados pedem recursos para Fundação Caio Martins

Deputados pedem recursos para Fundação Caio Martins

Camas e televisões quebradas, colchões e roupas de cama rasgados, oficinas sem equipamentos, falta de estrutura. A situação encontrada pelo deputado Almir Paraca (PT) em uma das unidades da Fundação Educacional Caio Martins (Fucam) assustou o parlamentar, que pediu a realização de uma audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Nesta quinta-feira (4/12/08), os parlamentares se reuniram com ex-alunos e representantes do Governo do Estado para buscar alternativas para as seis escolas da fundação voltadas ao ensino profissionalizante e a menores em situação de risco social.

"A situação é de abandono. Recentemente fomos obrigados até a fazer uma campanha do agasalho para os alunos, o que mostra o quão grave é a situação. Nem mesmo os programas da Secretaria de Estado de Esportes chegam à Fucam, evidenciando o abandono da instituição", afirmou o parlamentar, que pediu atenção do governo e sugeriu a formação de consórcios regionais das prefeituras das cidades onde existem escolas. São seis municípios mineiros: Esmeraldas (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Buritizeiro, Juvenília, Januária, São Francisco e Riachinho (todas no Norte de Minas).

Conselho - O novo presidente da Fucam, Cloves Benevides, que também é subsecretário de Estado de Políticas Antidrogas, prometeu que em 15 dias dará posse definitiva ao conselho curador da entidade, que terá a responsabilidade de definir os novos métodos pedagógicos da instituição. "Tenho perfeita consciência da importância da Fucam. Vamos trabalhar com a lógica da responsabilidade compartilhada. Para isso pretendo me reunir periodicamente com ex-alunos e funcionários", prometeu.

Benevides informou também que em 90 dias vai apresentar um diagnóstico estrutural da rede de escolas, com definição de novos projetos e parâmetros de funcionamento. "Até lá vamos estudar alternativas, mas é certo que temos que investir em mais cursos profissionalizantes e em novas tecnologias", afirmou.

Recursos - Para o deputado Ademir Lucas (PSDB), o problema está na falta de recursos. "Se não houver dotação orçamentária, não adianta, que não vai funcionar. A entidade precisa ter vida própria e recursos próprios", disse o parlamentar, que é de Esmeraldas e lembrou os tempos em que a instituição servia de modelo.

A representante do Corpo de Voluntariados da Fundação Caio Martins, Nelma França, ressaltou que cada aluno da entidade custa R$ 51 aos cofres públicos e um preso sai por R$ 1.500. "Todos sabem que a fundação virou um grande problema para o Estado. Então temos que refletir. Será que isso está certo?", indagou. O presidente da Associação de Ex-alunos, Amauri Rodrigues, criticou a postura dos últimos diretores e sugeriu a formação de uma comissão de ex-alunos e especialistas da área da educação para discutirem a formação de um novo modelo para a Fucam. "A Fundação virou um cabide de empregos. Altos salários são pagos aos diretores, enquanto funcionários sobrevivem com pouco mais de R$ 400", reclamou.

Depois dos convidados, o deputado Almir Paraca abriu o microfone à platéia que tomou boa parte do Auditório da ALMG. Em comum, o saudosismo e o sentimento de revolta pela situação precária pela qual passa a instituição. Pela Fucam já passaram mais de 50 mil alunos. As seis unidades da Fundação têm hoje 1.350 e, segundo os participantes da audiência, poderia ter muito mais, se houvesse recursos.

Presenças - Deputados Weliton Prado (PT), presidente da Comissão; Ademir Lucas (PSDB), Almir Paraca (PT) e Sebastião Costa (PPS). Também participou o secretário de governo de Esmeraldas, Josué Nunes de Carvalho.

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715

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