terça-feira, 14 de outubro de 2008

Obesidade Infantil

No mês das crianças é importante refletir sobre o mal da obesidade infantil

Quem nunca ouviu a história de João e Maria, filhos de uma pobre família que sem ter condições de criá-los decide deixá-los no meio da floresta. Na busca do caminho de volta para casa, João e Maria, famintos, encontram uma casa coberta por guloseimas e decidem comer. A dona da casa, uma bruxa, acolhe e os alimenta, para mais tarde, matá-los. Essa é uma historia infantil, fictícia, mas que nos fazem refletir sobre a importância do que comemos, principalmente, as crianças.

Nos dias atuais, a bruxa, conseqüência da má alimentação, é a obesidade. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), existem hoje cerca de 17,6 milhões de crianças obesas em todo o mundo, com idade inferior a cinco anos. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SEBEM), 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofriam de problemas de obesidade, e oito em cada dez adolescentes continuam obesos na fase adulta.

A endocrinologista e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho explica que a obesidade é uma doença causada por um excessivo acúmulo de gordura no corpo. “A obesidade se não tratada pode gerar um distúrbio, que pode levar as crianças a terem doenças crônicas, como as cardíacas, hipertensão arterial, diabetes, além de problemas físicos emocionais na fase adulta”, diz a médica.

Crianças até dez anos são consideradas obesas quando estão com mais de 19% do peso ideal para a sua idade. Acima de dez anos, a obesidade é diagnosticada a partir do cálculo do índice de massa corporal (IMC = peso [kg] dividido pela altura ao quadrado [m2])de acordo com o seguinte quadro:

Lanches Escolares
Segundo Soraya as crianças ganham peso com facilidade devido a hábitos alimentares errados, carga genética, sedentarismo, distúrbios psicológicos e problemas na convivência familiar. Os lanches escolares são grandes vilões, já que, em sua maioria, são compostos por balas, sanduíches, pipocas, chocolates, enfim, tudo o que é calórico.

De acordo com o cardápio recomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, os lanches escolares não podem ultrapassar 400 calorias. Batata frita, hambúrguer e refrigerantes, por exemplo, somam 600 calorias quando consumidos juntos.

Soraya explica que essas guloseimas calóricas podem ser substituídas por lanches, também saborosos, porém saudáveis. “Uma bisnaga com geléia e queijo branco, maçã e suco de laranja contêm apenas 265 calorias e oferece um bom equilíbrio entre carboidratos e proteínas”, explica a médica.

Tratamento
Muitos familiares ao depararem com um quadro de obesidade na família preocupam-se apenas com a alimentação, controle do peso e a atividade física, se esquecendo da parte psicológica.

Segundo a psicanalista, as piadinhas dos amigos de escola e até mesmo um comentário de familiares em relação ao físico podem geram um trauma na criança. “O tratamento psicológico é essencial tanto no processo de emagrecimento quanto para lidar com as conseqüências psicológicas da obesidade”, diz Soraya.

Os familiares também devem participar do tratamento psicológico para melhor lidar com a situação. “Os pais devem enfatizar os alimentos que as crianças podem comer e os que não podem. Devem incentivá-los a participar do preparo dos alimentos mostrando como é divertido e interessante cozinhar. Com certeza elas vão ficar mais motivadas a comer, principalmente o que elas ajudaram a fazer. Jamais preparem uma alimentação diferenciada para a criança acima do peso, isso pode gerar constrangimento e até mesmo um trauma”, reforça a médica.

As dietas não são aconselhadas as crianças. Medidas de curto prazo podem ocasionar o famoso efeito “sanfona”, a repetida perda e ganho de peso e gerar uma desordem alimentar. “Uma alimentação em excesso, ou menos do que o recomendado, pode levar em uma ingestão inadequada de vitaminas, por exemplo, que são importantes para o crescimento. O que toda a família deve fazer é a re-educação alimentar. Só assim o peso adequado será mantido”, orienta a endocrinologista.

Fonte para entrevistas: endocrinologista e psicanalista Soraya Hissa de Carvalho.

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