O Areté Educar, parabeniza a iniciativa da comunidade do Morro do Papagaio no Aglomerado Santa Lúcia em Belo Horizonte-MG, pelo brilhante trabalho desenvolvido há anos que agora ganha a Rede e conquista o mundo, desejamos sucessos aos projetos dessa comunidade e saudamos todos e todas pelo lançamento do site
Atenciosamente,
Gildázio Santos
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Breve História do Morro do Papagaio
O Morro do Papagaio corresponde a um conjunto de quatro vilas localizadas na Zona Sul, região nobre, da cidade de Belo Horizonte. Sendo elas:
Vila Estrela;
Vila Santa Rita de Cássia;
Vila São Bento (também conhecida como Vila Carrapato ou Bicão);
Vila Barragem Santa Lúcia.
Vila Estrela;
Vila Santa Rita de Cássia;
Vila São Bento (também conhecida como Vila Carrapato ou Bicão);
Vila Barragem Santa Lúcia.
A formação do Aglomerado se deu no início do século XX e se intensificou a partir da década de 1960 e 1970, em função do acentuado êxodo Rural e a “promessa” de vida melhor que chegava da cidade, principalmente em função da ampla oferta de empregos, sobretudo sem qualificação. Segundo depoimentos dos moradores mais antigos; os primeiros moradores teriam sido descendentes de escravos da antiga Fazenda do Leitão, a qual pertenceu o atual casarão do Museu Histórico Abílio Barreto.

A fazenda Cercadinho fazia divisa com outras duas fazendas: A Bom Sucesso e a Fazenda do Cercado ou fazenda do Leitão de propriedade de João Leite da Silva Ortiz, que teve importância significativa para o desenvolvimento econômico e urbano do Arraial do Curral
Del Rey, futura Belo Horizonte. Conforme consta em documentação da Gerência de Patrimônio Histórico e Artístico do Município. Em 1894, parte das terras da fazenda Cercadinho, foram desapropriadas para que a prefeitura construísse na região; um “cinturão verde” da capital recém criada, denominado: “Colônia Afonso Pena”, projeto que acabou disputando com a instalação dos primeiros barracos da favela. Segundo as plantas da cidade de Belo Horizonte é possível verificar as primeiras habitações do
Aglomerado já em 1929. Nestes mapas, até o ano de 1940, podemos verificar que a região onde se encontrava a fazenda passou a receber o nome de “Colônia Afonso Pena”. Nota-se neste período, a constante tentativa da prefeitura, em afastar do perímetro urbano a população favelada e de baixa renda.
Esse, contudo, não representava o único projeto da prefeitura para a região. A lagoa da Barragem Santa Lúcia, por exemplo, fazia parte de um projeto de 1954 para evitar enchentes, onde atualmente se encontra o bairro Cidade Jardim. Projeto do antigo e extinto Departamento Nacional Contra a Seca. A construção da Barragem visava toda uma infra-estrutura para a formação do bairro Cidade Jardim. A cidade extrapolava dessa forma, os limites da Avenida do Contorno, agora não mais apenas com favelas, mas com boas casas, mansões e edifícios; para uma elite que se expandia com o desenvolvimento da cidade.

Aglomerado já em 1929. Nestes mapas, até o ano de 1940, podemos verificar que a região onde se encontrava a fazenda passou a receber o nome de “Colônia Afonso Pena”. Nota-se neste período, a constante tentativa da prefeitura, em afastar do perímetro urbano a população favelada e de baixa renda.
Esse, contudo, não representava o único projeto da prefeitura para a região. A lagoa da Barragem Santa Lúcia, por exemplo, fazia parte de um projeto de 1954 para evitar enchentes, onde atualmente se encontra o bairro Cidade Jardim. Projeto do antigo e extinto Departamento Nacional Contra a Seca. A construção da Barragem visava toda uma infra-estrutura para a formação do bairro Cidade Jardim. A cidade extrapolava dessa forma, os limites da Avenida do Contorno, agora não mais apenas com favelas, mas com boas casas, mansões e edifícios; para uma elite que se expandia com o desenvolvimento da cidade.

A fazenda dispunha de um grande manancial de águas, compostos pelos córregos Cercadinho, Leitão e Ferrugem que formavam uma bela e refrescante lagoa nas proximidades da olaria, onde hoje se encontra a lagoa da Barragem Santa Lúcia. Segundo Isabel Rocha de Magalhães, uma das moradoras mais antigas do Aglomerado e proprietária da Casa Fazendinha, o Morro abrigava uma extensa plantação de café, pés de cana, mandioca, feijão e pequenos pés de abacaxi que formavam uma maravilhosa paisagem.
Já o nome “Morro do Papagaio”, na versão mais freqüente desses antigos moradores, refere-se a uma antiga prática das crianças e jovens de se dirigirem para o alto do morro, para empinar pipas ou soltar papagaio. Os fortes ventos da região criavam todo o ambiente necessário à brincadeira. “Vou para o Morro do Papagaio”, significava em outras palavras: “Vou para o alto do morro, empinar pipa”. A partir daí, o nome pegou e todos os que moravam no Aglomerado passaram a se referir ao local como Morro do Papagaio.
Juvenal Lima Gomes – Historiador
Fotografias: Daniel Souza
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