segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Panorama da Fome na América Latina e Caribe

Panorama da Fome na América Latina e Caribe: aumento dos preços dos alimentos e crise financeira desfazem 15 anos de avanços

A região teve êxito na luta contra a fome entre 1990 e 2005, mas a crise finaceira e o aumento dos preços causaram um retrocesso.

O aumento dos preços dos alimentos somado à crise financeira colocam em risco os avanços conseguidos pela América Latina e Caribe e a luta contra a fome desde 1990, alertou a FAO.

Na quarta-feira (10), durante o Dia Internacional dos Direitos Humanos, o Representante Regional da FAO para América Latina e Caribe, José Graziano da Silva, lamentou que o direito à alimentação ainda esteja ausente da vida de 963 milhões de pessoas ao redor do mundo.

"Infelizmente não entregamos números compatíveis com o que se celebra essa data. Ainda pior, retrocedemos nas metas que nós mesmos havíamos estabelecido, de reduzir pela metade o número pessoas com fome e vivendo em pobreza extrema no mundo até 2015", disse Graziano durante o lançamento do Panorama da Fome na América Latina e Caribe.

Segundo a publicação, entre 1990 e 2005, América Latina e Caribe diminuíram o número de pessoas com fome de 52,6 milhões para 45,2 milhões. Nesse período, os maiores avanços foram conseguidos na América do Sul, onde a população subnutrida caiu de 35,5 milhões a 28,8 milhões. Na América Central, houve uma redução de 5,5 milhões até 5,4 milhões, enquanto que no Caribe houve um pequeno aumento de 7,5 milhões a 7,6 milhões.

No entanto, o aumento dos preços dos alimentos aumentou para 51 milhões o número de pessoas que passavam fome em 2007. É provável que esse número tenha subido ainda mais em 2008 por causa dos preços dos alimentos, que continuaram subindo nos primeiros meses do ano, e da crise econômica.

Políticas públicas podem diminuir o impacto da crise - Ainda que a região e o mundo enfrentem uma situação complicada, o Representante Regional disse que a ação dos governos pode mitigar os efeitos da crise na segurança alimentar.

"Ainda existe tempo para os governos tomarem medidas para evitar que se concretize uma crise anunciada", afirmou Graziano, acrescentando que os governos deveriam ampliar o alcance das políticas sociais que muitos deles já colocaram em marcha.

Essas ações, destacadas no Panorama da Fome, incluem o reforço das redes produtivas e de segurança social, enquanto se formulam políticas que favoreçam a expansão da disponibilidade de alimentos no médio e longo prazo, através de investimentos em infra-estrutura rural e na agricultura.

Pelo lado da produção, as intervenções que melhorem a produtividade e o acesso a mercados de agricultura familiar de população rural pobre são chaves. Em países como Brasil, Chile, Colômbia, Equador e México, por exemplo, a participação desse setor na produção total agrícola varia entre 30% e 70%.

Leia mais:

Crianças e minorias são os públicos de maior risco

Informações
Panorama da Fome na América Latina e Caribe 2008:
http://www.rlc.fao.org/iniciativa/panorama.htm

Escritório Regional da FAO
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(56 2) 923 2176
RLC-Prensa@fao.org

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Fonte: Escritório Regional da FAO para América Latina e Caribe

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