segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

FAO: fome atinge 963 milhões em todo o mundo

FAO: fome atinge 963 milhões em todo o mundo

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgou na última terça-feira que outras 40 milhões de pessoas foram atingidas pela fome este ano em todo o mundo, principalmente devido à alta dos preços de alimentos. Com isso, o total de famintos no mundo subiu para 963 milhões (eram 923 milhões em 2007).

A FAO alerta que a crise financeira e econômica pode levar ainda mais pessoas para a fome e a pobreza. "Os preços dos alimentos têm baixado em todo o mundo desde o início de 2008, mas isso não acabou com a crise alimentar em muitos países pobres", informou o diretor-geral adjunto da FAO, Hafez Ghanem, durante o lançamento da nova edição do relatório da FAO sobre a fome, "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo - (SOFI) 2008".

"Para milhões de pessoas nos países em desenvolvimento, ter o alimento mínimo todos os dias para uma vida ativa e saudável é um sonho distante. As causas estruturais da fome, como a falta de acesso a terra, crédito e emprego, combinadas com os altos preços dos alimentos continuam sendo uma triste realidade", completou.

"O objetivo da Cúpula Mundial de Alimentos de 1996, de reduzir à metade o número de famintos em 2015, requer um forte compromisso político e investimentos (em países pobres) de pelo menos US$30 bilhões por ano para agricultura e proteção social aos pobres", concluiu.

A grande maioria da população subnutrida - 907 milhões - vive nos países em desenvolvimento, de acordo com os números de 2007 do "Estado da Insegurança Alimentar Mundial". Desses, 65% estão concentrados em apenas sete países: Índia, China, República Democrática do Congo, Bangladesh, Indonésia, Paquistão e Etiópia. Progressos nos países de maior população teriam um importante impacto na redução global da fome.

Quase dois terços da população faminta do mundo vive na Ásia (583 milhões em 2007), continente com progresso relativamente lento na redução da fome. As notícias positivas são de que alguns países do Sudeste Asiático, como Tailândia e Vietnã, tiveram avanços em direção à meta da Cúpula Mundial da Alimentação.

Exportações ameaçadas - A situação da fome no mundo pode se deteriorar ainda mais se a crise financeira atingir a economia de cada vez mais países. A redução da demanda nos países desenvolvidos ameaça a renda que os países em desenvolvimento obtêm pela exportação. Remessas de emigrantes, investimentos e outros fluxos de capital incluindo ajuda ao desenvolvimento também correm risco. As economias emergentes em particular estão sujeitas a longos impactos da restrição ao crédito, mesmo se a crise tiver curta duração.

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