segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Guerra: o que esta acontecendo com o mundo?

Guerra: o que esta acontecendo com o mundo?

Não há sentimentos mais sublimes que o amor e o respeito. Eles são a base para uma relação saudável, harmoniosa e de paz entre os seres, a natureza e o universo. Essa harmonia e tranquilidade, historicamente, vêm sendo quebrada. Mais uma vez, a humanidade entra para história com um episódio lamentável, a guerra entre israelenses e palestinos. O resultado são dezenas de pessoas mortas, separadas por um propósito, doentes. Mas, infelizmente estes resultados não são exclusivos das regiões onde há batalhas declaradas.

Segundo um estudo das Nações Unidas realizado em setembro, a cada ano, mais de 800 mil pessoas morrem no mundo em conseqüência da violência. E destas, mais de 500 mil perdem a vida devido à criminalidade em lugares onde não há guerra. A morte é um dos efeitos, o mais terrível, da cólera que se abate nos seres.

De acordo com a médica e psicanalista Soraya Hissa de Carvalho, transtornos mentais e síndromes podem ser ocasionados devido aos atos violentos – físico, emocional e verbal, pelos quais a pessoa passa. Essas consequências podem afetar não só o indivíduo que diretamente sofre a agressão, mas quem presencia também.

Com a evolução dos meios de comunicação, facilmente milhares de pessoas são abaladas e ficam aterrorizadas com os atos violentos que acontecem nos quatro cantos do mundo. Exemplo disso é a guerra na Faixa de Gaza, que causa comoção mundial, ou exemplos mais próximos, como os casos Isabella Nardoni e Eloá Pimentel, que mobilizaram toda a população brasileira acompanhando seu desfecho.

Consequência da violência

Quem é vítima direta de atos violentos sofre física e psicologicamente. Emoções como raiva, medo, descrença em relação às pessoas, indignação, sede por vingança etc, se não acompanhados por especialistas podem se transformar em transtornos graves.

Indiretamente, atos de crueldade causam vítimas também. O excesso de informação violenta é responsável por gerar medo e neuroses. "As pessoas têm acesso à informação sem experimentar a situação, pois existe diferença entre a percepção real, de como a realidade é interpretada, e a violência real, que é experimentada. Em pessoas com predisposição, isso pode desencadear até a síndrome do pânico", explica Soraya.

Segundo a médica, as pessoas ao se depararem com tanta violência, além de tentar uma solução para o fim da mesma, também se colocam no lugar da vítima. O medo de que tal pensamento se torne realidade faz com que o ser humano se previna. “A violência deixa as pessoas mais neuróticas. Existe uma inteligência contra a violência, mas o organismo fica ansioso quando não consegue descobrir uma solução, o que faz com que as pessoas temam atitudes preventivas”, afirma a psicanalista.

O excesso de prevenção, regido pelo medo exagerado, sem limites e infundado, pode desencadear transtornos mentais. “Os distúrbios vão da neurose e paranóia a síndrome do pânico. Como consequência, causa até problemas físicos, como: úlcera, taquicardia, hipertensão, tensão muscular, baixa imunidade e aumento de quadros infecciosos” explica a médica.

Violência gera violência

Segundo Soraya, o ato violento gera um novo ato violento e isso se repete numa reação em cadeia. A luta entre palestinos e israelenses é histórica por que o ódio entre os povos foi transmitido de geração em geração.

Na violência urbana e doméstica isso também ocorre. “Um exemplo claro disso são os casos de abuso sexual do qual as crianças são vítimas. Caso essa criança não tenha um acompanhamento psicológico, pode crescer e se transformar em um pedófilo, reproduzindo o transtorno sexual”, completa a psicanalista.

Fonte para entrevistas:
Médica e psicanalista Soraya Hissa de Carvalho.

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