Comunicação Ambiental tem mesa temática durante II Semana de Integração do CFCH nesta sexta (8)
O Programa de Educação Tutorial (PET) da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ coordena nesta sexta-feira (8 de agosto), às 14h, uma mesa temática sobre Comunicação Ambiental, dentro da II Semana de Integração do CFCH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ). A mesa acontecerá na sala de vídeo da Faculdade de Educação (Av. Pasteur, 250 – Campus da Praia Vermelha).
Entre os palestrantes estão uma graduanda e estagiária de Médicos Sem Fronteiras (Manuela Andreoni – a mais nova), uma graduanda no Instituto de Psicologia da UFRJ (Graciella Faico), um graduado e radialista (Gustavo Barreto), uma mestranda e funcionária da Organização Mundial da Saúde - OMS (Rosane Lopes), um doutorando (Israel Oliveira) e o próprio professor orientador e coordenador da pesquisa da qual todos participam, Prof. Dr. Mohammed ElHajji. Eles abordarão distintas perspectivas da temática, conforme resumos abaixo.
A Comunicação Ambiental, ainda pouquíssima divulgada na academia brasileira e tratada de modo quase marginal nos meios de comunicação nacionais, oferece essa rara vantagem de ser, ao mesmo tempo, uma prática profissional, um horizonte de pesquisa científica e uma insistente e urgente preocupação social e política.
No afã de divulgar os princípios teóricos básicos dessa nova área de saber e o futuro de sua prática profissional, desvendar suas implicações políticas e revelar a sua importância social tanto ao nível local e regional como nacional e global, o PET-ECO concebeu a presente mesa redonda, que reúne estas 05 "gerações" de estudiosos e pesquisadores desse novo campo de investigação científica e social. Uma parte dessa pesquisa - em andamento - pode ser conferida em http://www.eco.ufrj.br/pesquisaambiental/
SERVIÇO
O que? Mesa 'Comunicação Ambiental' – II Semana de Integração Acadêmica do CFCH/UFRJ
Quando? 8 de agosto de 2008 (sexta-feira), das 14h às 17h
Onde? Sala de vídeo da Faculdade de Educação (Av. Pasteur, 250 – Campus da Praia Vermelha).
Leia abaixo o resumo das comunicações. Informações adicionais podem ser obtidas pelo email: peteco@ufrj.br
Resumo da 1ª. Comunicação
Introdução à Comunicação Ambiental
Por Manuela Andreoni
A relevância da comunicação ambiental é justificada pela necessidade de adoção de discursos adequados ao contexto ambiental - global e local - e eficazes no sentido de produzirem um impacto cognitivo no público receptor. Pois, o uso aleatório, parcial ou indefinido de noções e conceitos específicos pode implicar na distorção (muitas vezes intencional) do processo comunicativo e a deturpação da sua finalidade política e social.
Para tanto, a informação ambiental de qualidade deve apontar os fatos geradores da crise, para que o público tome consciência da totalidade do problema e possa atuar sobre as causas e não apenas sobre os efeitos. Deve-se procurar desenvolver a habilidade da sociedade de responder apropriadamente às mensagens ambientais relevantes ao bem estar tanto da civilização humana quanto dos sistemas naturais biológicos. Atuar no sentido de tornar as representações do meio ambiente mais transparentes e acessíveis para o público. Aqueles afetados pelas ameaças à qualidade do seu meio ambiente, em particular, devem ter recursos e possibilidade de participar de decisões que prejudicam a saúde e bem-estar de suas comunidades. Permitir e incentivar o compartilhamento de experiências e a interação entre comunidades e com o mundo natural. Mídia especializada e academia têm o dever de educar, questionar e avaliar criticamente as propostas subordinadas aos interesses políticos e econômicos da elite.
O estudo da comunicação ambiental é necessário, justamente, para fomentar a integração de diferentes áreas de conhecimento e a produção de um discurso comum, ético e coerente, evitando, assim, a distorção da mensagem ambiental.
Resumo da 2ª. Comunicação
Integrando Ensino, Pesquisa e Extensão
Por Gustavo Barreto
Objetivando a implementação e difusão dos princípios tanto teóricos como práticos da Comunicação Ambiental, o grupo PET-ECO empreendeu, a partir do 2007 um conjunto de ações que, além de suprir a falta de uma disciplina voltada especificamente ao tema, organizou um quadro reflexivo para debater a questão ao nível nacional e, ainda, participou de uma importante pesquisa de campo relativa ao meio ambiente.
A disciplina (cuja apostila on-line pode ser conferida em www.eco.ufrj.br/pesquisaambiental, na seção "Resultados") contempla todas as facetas da Comunicação Ambiental. Desde seus fundamentos filosóficos até suas implicações políticas. Passando por seus aspectos práticos e éticos.
Por outro lado, o PET-ECO organizou a 1ª. Semana Nacional de Comunicação Ambiental que reuniu especialistas da questão do meio ambiente, profissionais da imprensa especializada e militantes verdes para discutir a realidade da Comunicação Ambiental, suas dificuldades e seus horizontes.
Paralelamente, o grupo participou junto ao projeto Ressurgência (Coppe-Petrobrás) de uma pesquisa de campo em torno da pesca extrativista. A atuação direta do grupo permitiu o amadurecimento de suas idéias sobre a questão e seu confronto à realidade social.
A partir dessa tripla experiência, a comunicação aqui proposta tenta apresentar um modelo teórico e prático da Comunicação Ambiental – enquanto prática profissional, campo científico e meio de atuação social.
Resumo da 3ª. Comunicação
Agenda 21 Escolar: A Comunicação Como Estímulo Para Participação Social
Por Graciella Faico
O presente trabalho faz uma discussão a respeito do papel da Comunicação, agindo como instrumento de mudanças de atitude na promoção da Agenda 21 Escolar no Rio de Janeiro. Analisa o envolvimento das escolas e da comunidade local com questões de interesse de todos a partir de teorias da Psicologia Social e enfoca a importância de se ter uma comunicação eficaz para implementar e manter as metas focadas na Agenda 21 Escolar, articuladas com a sociedade e as políticas públicas.
As escolas apresentam-se como uma instituição estratégica para discussão, divulgação e tentativa de compreensão dos conflitos sócio-ambientais na comunidade local e, por isso, a importância de investir neste local para transformações sociais.
Neste sentido, pretende-se com esta pesquisa analisar importância da Comunicação como estímulo para a efetiva participação social na Agenda 21 das Escolas. Será feita uma análise desde a criação da Agenda 21 na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-92, até os dias atuais, em que a Agenda 21 já vem sendo aplicada em algumas escolas, e especificamente observar projetos realizados pela equipe da Agenda 21 da Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch, na zona norte do Rio de Janeiro.
Resumo da 4ª. Comunicação
Meio Ambiente e Comunicação de Risco
Por Rosane Lopes
A problemática da Comunicação de Risco é composta por várias camadas conceituais. Num primeiro nível, temos o aspecto filosófico e seu teor ontológico e subjetivo da transição da linear idéia de Fortuna para o complexo conceito de Risco. E, por conseqüência, temos também as implicações desta transição sobre o novo sujeito ocidental moderno, sua percepção do meio ambiente, suas concepções morais e éticas e suas atitudes sociais e políticas.
Em seguida, há o aumento real de fatores de risco em decorrência das mudanças introduzidas pela modernidade. De um lado, temos a excessiva urbanização e industrialização do globo, as agressões perpetuadas contra o planeta e a impregnação da maior parte da população mundial num ambiente cada vez mais afastado da Natureza. Por outro lado, a própria tecnologia que rege a sociedade moderna contem em si um certo número de riscos inerentes ao seu funcionamento. Por último, a época moderna é também marcada pelas convulsões sociais e políticas que multiplicam as formas de violência contra o indivíduo, a sociedade humana e o meio ambiente.
Porém, ainda que não se ignore a veracidade dessas incertezas constitutivas da modernidade ocidental, é imperativo não se esquecer da perspectiva crítica que questiona o significado político e ideológico das representações e discursos midiáticos sobre o Risco.
A Comunicação proposta pretende analisar essas questões à luz da Comunicação Ambiental, no afã de elaborar quadros efetivos de administração da informação em condições de crise e, assim, garantir uma maior mobilização da população atingida ou ameaçada.
Resumo da 5ª. Comunicação
Uso do Saber Tradicional nos Modelos de Gestão Sócio-Ambiental
Por Israel Oliveira
Esta comunicação pretende estudar as configurações e enquadramentos feitos pelo saber científico a respeito dos saberes empíricos produzidos por comunidades tradicionais, para inseri-los nos modelos de gestão sócio-ambiental de unidades de conservação. A proposta é tentar compreender as fronteiras que separam e unem o conhecimento científico, tido como aquele estruturado e historicizado, e o conhecimento empírico, compreendido como sendo do senso comum, fruto da vida e das experiências de um determinado grupo social em dado tempo-espaço.
Em relação aos projetos de gestão sócio-ambiental, o saber científico é a base da definição da problemática ambiental, das leis a serem aplicadas, das áreas a ser protegidas, das suas destinações, do modelo de gestão a ser aplicado e do lugar dos sujeitos perante tudo isso. Temos, portanto, uma intervenção inteiramente instrumentalizada por um saber "irrefutável", posto que é "cientificamente comprovado" como sendo o ideal para a situação em questão.
Mas, se por um lado, esse saber parece resolver o problema ao estabelecer uma zona de isolamento entre a área protegida e o "resto do mundo", por outro, terá que dar destinação às populações que já habitavam aquele território antes do processo de degradação, mesmo porque, na maioria das vezes, o desequilíbrio é resultante da intromissão de estranhos ao lugar.
Resumo da 6ª. Comunicação
Meio (ambiente), Meios (de comunicação) e Fim (Social)
Por Mohammed ElHajji
A comunicação ambiental deve ser entendida como um campo epistemológico acadêmico específico relativo às questões que envolvem a interação entre o sujeito e o meio ambiente que o cerca – incluindo tanto a dimensão física e natural como também a social, cultural e subjetiva. A análise visa, portanto, o desenvolvimento de técnicas de comunicação especializadas em assuntos ambientais, cuja aplicação busca tornar claras à população em geral informações relativas ao meio-ambiente e suas implicações sociais e humanas.
A relevância do tema se deve, dentre outros motivos, à necessidade de adequação do discurso científico, político e organizacional à realidade local dos grupos sociais visados, seus hábitos culturais, seu imaginário e suas práticas simbólicas. Ou que implica no desenvolvimento de discursos e técnicas comunicativas ao mesmo tempo enraizados no cotidiano do público alvo, voltados para seu desenvolvimento (social, econômico e humano) e abertos sobre o plano global de nossa condição moderna. Ou seja, a comunicação ambiental deve partir de uma centralidade local e comunitária, mas sem ignorar a interdependência da espécie e, portanto, a necessidade de incentivo a um sentimento de solidariedade global.
O Programa de Educação Tutorial (PET) da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ coordena nesta sexta-feira (8 de agosto), às 14h, uma mesa temática sobre Comunicação Ambiental, dentro da II Semana de Integração do CFCH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ). A mesa acontecerá na sala de vídeo da Faculdade de Educação (Av. Pasteur, 250 – Campus da Praia Vermelha).
Entre os palestrantes estão uma graduanda e estagiária de Médicos Sem Fronteiras (Manuela Andreoni – a mais nova), uma graduanda no Instituto de Psicologia da UFRJ (Graciella Faico), um graduado e radialista (Gustavo Barreto), uma mestranda e funcionária da Organização Mundial da Saúde - OMS (Rosane Lopes), um doutorando (Israel Oliveira) e o próprio professor orientador e coordenador da pesquisa da qual todos participam, Prof. Dr. Mohammed ElHajji. Eles abordarão distintas perspectivas da temática, conforme resumos abaixo.
A Comunicação Ambiental, ainda pouquíssima divulgada na academia brasileira e tratada de modo quase marginal nos meios de comunicação nacionais, oferece essa rara vantagem de ser, ao mesmo tempo, uma prática profissional, um horizonte de pesquisa científica e uma insistente e urgente preocupação social e política.
No afã de divulgar os princípios teóricos básicos dessa nova área de saber e o futuro de sua prática profissional, desvendar suas implicações políticas e revelar a sua importância social tanto ao nível local e regional como nacional e global, o PET-ECO concebeu a presente mesa redonda, que reúne estas 05 "gerações" de estudiosos e pesquisadores desse novo campo de investigação científica e social. Uma parte dessa pesquisa - em andamento - pode ser conferida em http://www.eco.ufrj.br/pesquisaambiental/
SERVIÇO
O que? Mesa 'Comunicação Ambiental' – II Semana de Integração Acadêmica do CFCH/UFRJ
Quando? 8 de agosto de 2008 (sexta-feira), das 14h às 17h
Onde? Sala de vídeo da Faculdade de Educação (Av. Pasteur, 250 – Campus da Praia Vermelha).
Leia abaixo o resumo das comunicações. Informações adicionais podem ser obtidas pelo email: peteco@ufrj.br
Resumo da 1ª. Comunicação
Introdução à Comunicação Ambiental
Por Manuela Andreoni
A relevância da comunicação ambiental é justificada pela necessidade de adoção de discursos adequados ao contexto ambiental - global e local - e eficazes no sentido de produzirem um impacto cognitivo no público receptor. Pois, o uso aleatório, parcial ou indefinido de noções e conceitos específicos pode implicar na distorção (muitas vezes intencional) do processo comunicativo e a deturpação da sua finalidade política e social.
Para tanto, a informação ambiental de qualidade deve apontar os fatos geradores da crise, para que o público tome consciência da totalidade do problema e possa atuar sobre as causas e não apenas sobre os efeitos. Deve-se procurar desenvolver a habilidade da sociedade de responder apropriadamente às mensagens ambientais relevantes ao bem estar tanto da civilização humana quanto dos sistemas naturais biológicos. Atuar no sentido de tornar as representações do meio ambiente mais transparentes e acessíveis para o público. Aqueles afetados pelas ameaças à qualidade do seu meio ambiente, em particular, devem ter recursos e possibilidade de participar de decisões que prejudicam a saúde e bem-estar de suas comunidades. Permitir e incentivar o compartilhamento de experiências e a interação entre comunidades e com o mundo natural. Mídia especializada e academia têm o dever de educar, questionar e avaliar criticamente as propostas subordinadas aos interesses políticos e econômicos da elite.
O estudo da comunicação ambiental é necessário, justamente, para fomentar a integração de diferentes áreas de conhecimento e a produção de um discurso comum, ético e coerente, evitando, assim, a distorção da mensagem ambiental.
Resumo da 2ª. Comunicação
Integrando Ensino, Pesquisa e Extensão
Por Gustavo Barreto
Objetivando a implementação e difusão dos princípios tanto teóricos como práticos da Comunicação Ambiental, o grupo PET-ECO empreendeu, a partir do 2007 um conjunto de ações que, além de suprir a falta de uma disciplina voltada especificamente ao tema, organizou um quadro reflexivo para debater a questão ao nível nacional e, ainda, participou de uma importante pesquisa de campo relativa ao meio ambiente.
A disciplina (cuja apostila on-line pode ser conferida em www.eco.ufrj.br/pesquisaambiental, na seção "Resultados") contempla todas as facetas da Comunicação Ambiental. Desde seus fundamentos filosóficos até suas implicações políticas. Passando por seus aspectos práticos e éticos.
Por outro lado, o PET-ECO organizou a 1ª. Semana Nacional de Comunicação Ambiental que reuniu especialistas da questão do meio ambiente, profissionais da imprensa especializada e militantes verdes para discutir a realidade da Comunicação Ambiental, suas dificuldades e seus horizontes.
Paralelamente, o grupo participou junto ao projeto Ressurgência (Coppe-Petrobrás) de uma pesquisa de campo em torno da pesca extrativista. A atuação direta do grupo permitiu o amadurecimento de suas idéias sobre a questão e seu confronto à realidade social.
A partir dessa tripla experiência, a comunicação aqui proposta tenta apresentar um modelo teórico e prático da Comunicação Ambiental – enquanto prática profissional, campo científico e meio de atuação social.
Resumo da 3ª. Comunicação
Agenda 21 Escolar: A Comunicação Como Estímulo Para Participação Social
Por Graciella Faico
O presente trabalho faz uma discussão a respeito do papel da Comunicação, agindo como instrumento de mudanças de atitude na promoção da Agenda 21 Escolar no Rio de Janeiro. Analisa o envolvimento das escolas e da comunidade local com questões de interesse de todos a partir de teorias da Psicologia Social e enfoca a importância de se ter uma comunicação eficaz para implementar e manter as metas focadas na Agenda 21 Escolar, articuladas com a sociedade e as políticas públicas.
As escolas apresentam-se como uma instituição estratégica para discussão, divulgação e tentativa de compreensão dos conflitos sócio-ambientais na comunidade local e, por isso, a importância de investir neste local para transformações sociais.
Neste sentido, pretende-se com esta pesquisa analisar importância da Comunicação como estímulo para a efetiva participação social na Agenda 21 das Escolas. Será feita uma análise desde a criação da Agenda 21 na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-92, até os dias atuais, em que a Agenda 21 já vem sendo aplicada em algumas escolas, e especificamente observar projetos realizados pela equipe da Agenda 21 da Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch, na zona norte do Rio de Janeiro.
Resumo da 4ª. Comunicação
Meio Ambiente e Comunicação de Risco
Por Rosane Lopes
A problemática da Comunicação de Risco é composta por várias camadas conceituais. Num primeiro nível, temos o aspecto filosófico e seu teor ontológico e subjetivo da transição da linear idéia de Fortuna para o complexo conceito de Risco. E, por conseqüência, temos também as implicações desta transição sobre o novo sujeito ocidental moderno, sua percepção do meio ambiente, suas concepções morais e éticas e suas atitudes sociais e políticas.
Em seguida, há o aumento real de fatores de risco em decorrência das mudanças introduzidas pela modernidade. De um lado, temos a excessiva urbanização e industrialização do globo, as agressões perpetuadas contra o planeta e a impregnação da maior parte da população mundial num ambiente cada vez mais afastado da Natureza. Por outro lado, a própria tecnologia que rege a sociedade moderna contem em si um certo número de riscos inerentes ao seu funcionamento. Por último, a época moderna é também marcada pelas convulsões sociais e políticas que multiplicam as formas de violência contra o indivíduo, a sociedade humana e o meio ambiente.
Porém, ainda que não se ignore a veracidade dessas incertezas constitutivas da modernidade ocidental, é imperativo não se esquecer da perspectiva crítica que questiona o significado político e ideológico das representações e discursos midiáticos sobre o Risco.
A Comunicação proposta pretende analisar essas questões à luz da Comunicação Ambiental, no afã de elaborar quadros efetivos de administração da informação em condições de crise e, assim, garantir uma maior mobilização da população atingida ou ameaçada.
Resumo da 5ª. Comunicação
Uso do Saber Tradicional nos Modelos de Gestão Sócio-Ambiental
Por Israel Oliveira
Esta comunicação pretende estudar as configurações e enquadramentos feitos pelo saber científico a respeito dos saberes empíricos produzidos por comunidades tradicionais, para inseri-los nos modelos de gestão sócio-ambiental de unidades de conservação. A proposta é tentar compreender as fronteiras que separam e unem o conhecimento científico, tido como aquele estruturado e historicizado, e o conhecimento empírico, compreendido como sendo do senso comum, fruto da vida e das experiências de um determinado grupo social em dado tempo-espaço.
Em relação aos projetos de gestão sócio-ambiental, o saber científico é a base da definição da problemática ambiental, das leis a serem aplicadas, das áreas a ser protegidas, das suas destinações, do modelo de gestão a ser aplicado e do lugar dos sujeitos perante tudo isso. Temos, portanto, uma intervenção inteiramente instrumentalizada por um saber "irrefutável", posto que é "cientificamente comprovado" como sendo o ideal para a situação em questão.
Mas, se por um lado, esse saber parece resolver o problema ao estabelecer uma zona de isolamento entre a área protegida e o "resto do mundo", por outro, terá que dar destinação às populações que já habitavam aquele território antes do processo de degradação, mesmo porque, na maioria das vezes, o desequilíbrio é resultante da intromissão de estranhos ao lugar.
Resumo da 6ª. Comunicação
Meio (ambiente), Meios (de comunicação) e Fim (Social)
Por Mohammed ElHajji
A comunicação ambiental deve ser entendida como um campo epistemológico acadêmico específico relativo às questões que envolvem a interação entre o sujeito e o meio ambiente que o cerca – incluindo tanto a dimensão física e natural como também a social, cultural e subjetiva. A análise visa, portanto, o desenvolvimento de técnicas de comunicação especializadas em assuntos ambientais, cuja aplicação busca tornar claras à população em geral informações relativas ao meio-ambiente e suas implicações sociais e humanas.
A relevância do tema se deve, dentre outros motivos, à necessidade de adequação do discurso científico, político e organizacional à realidade local dos grupos sociais visados, seus hábitos culturais, seu imaginário e suas práticas simbólicas. Ou que implica no desenvolvimento de discursos e técnicas comunicativas ao mesmo tempo enraizados no cotidiano do público alvo, voltados para seu desenvolvimento (social, econômico e humano) e abertos sobre o plano global de nossa condição moderna. Ou seja, a comunicação ambiental deve partir de uma centralidade local e comunitária, mas sem ignorar a interdependência da espécie e, portanto, a necessidade de incentivo a um sentimento de solidariedade global.
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