Vozes roucas e cansadas
O ser humano é sempre um valor em si e por si, e exige ser considerado e tratado como tal, e nunca ser considerado e tratado como um objeto que se usa, um instrumento, uma coisa”. (Doc.42 –CNBB)
A escola é feita de gente. De gente que investe as melhores energias de sua vida para potencializar a vida dos outros. De gente que espera, da escola, as melhores respostas para encaminhar sua vida pessoal e social. Se a educação é o maior instrumento de transformação da sociedade, através do acesso universal ao conhecimento e da socialização, precisamos refletir sobre quais condições acontece a vida na escola.
O maior desafio dos educadores é motivar os educandos para o aprender. Muitos jovens trazem consigo a ausência de perspectivas de vida e de futuro profissional, o que dificulta aos mesmos realizarem os sacrifícios que a vida de estudante impõe. Outros tantos vêem a escola como apenas um espaço de conhecimento e reconhecimento social, relegando o estudo para segundo ou terceiro plano.
Bráulio Tavares, em Carta ao Professor, revista Carta na Escola novembro de 2010, refere que o que falta aos jovens não é inteligência, mas é motivação. E complementa dizendo que “a escola não ensina conteúdos, ensina disciplina. Ensina uma penosa lição de vida, a de que não estamos aqui para fazer o que queremos, mas para fazer as nossas obrigações”. Na visão do autor, o jovem nem sempre tem disposição para encarar a passagem da vida adolescente para a vida adulta, uma vez que a adolescência “é o momento da perda do paraíso, o momento de começar a quebrar pedras e calejar as mãos”. Reconhece que, diante da Ditadura do Presente e da Hiperinflação do Prazer, a escola deve buscar brechas para construir atividades humanas que atraiam os jovens.
O educador e educadora são os agentes do processo que dinamizam a aprendizagem no ambiente escolar. Mas estes não estão preparados suficientemente para uma nova abordagem da educação: a visão integradora do ser humano e a cooperação de todos os atores envolvidos no processo educacional. Aliás, nem a escola está organizada para dar conta desta abordagem. E nem os educadores não estão sendo motivados para dar conta dos desafios da educação em nossos tempos.
A crise na educação só não é maior por conta da bravura e do sacrifício da maioria dos educadores brasileiros. Sem a melhoria das condições de trabalho e sem a valorização do trabalho educativo, vamos postergando a tão necessária qualidade do ensino público brasileiro. E acumulando frustrações.
A escola deveria ser um espaço privilegiado de construção de saber, com condições para atender, compreender, estimular e cuidar das nossas crianças, adolescentes e jovens. Os méritos na educação não estão nos números, mas na qualidade das relações que constituem seres humanos mais dignos, mais sábios e mais realizados.
Vozes roucas e cansadas precisam de recesso e de férias. Ano que vem, novos ventos e novos ambientes desejam encontrar.
Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.
O ser humano é sempre um valor em si e por si, e exige ser considerado e tratado como tal, e nunca ser considerado e tratado como um objeto que se usa, um instrumento, uma coisa”. (Doc.42 –CNBB)
A escola é feita de gente. De gente que investe as melhores energias de sua vida para potencializar a vida dos outros. De gente que espera, da escola, as melhores respostas para encaminhar sua vida pessoal e social. Se a educação é o maior instrumento de transformação da sociedade, através do acesso universal ao conhecimento e da socialização, precisamos refletir sobre quais condições acontece a vida na escola.
O maior desafio dos educadores é motivar os educandos para o aprender. Muitos jovens trazem consigo a ausência de perspectivas de vida e de futuro profissional, o que dificulta aos mesmos realizarem os sacrifícios que a vida de estudante impõe. Outros tantos vêem a escola como apenas um espaço de conhecimento e reconhecimento social, relegando o estudo para segundo ou terceiro plano.
Bráulio Tavares, em Carta ao Professor, revista Carta na Escola novembro de 2010, refere que o que falta aos jovens não é inteligência, mas é motivação. E complementa dizendo que “a escola não ensina conteúdos, ensina disciplina. Ensina uma penosa lição de vida, a de que não estamos aqui para fazer o que queremos, mas para fazer as nossas obrigações”. Na visão do autor, o jovem nem sempre tem disposição para encarar a passagem da vida adolescente para a vida adulta, uma vez que a adolescência “é o momento da perda do paraíso, o momento de começar a quebrar pedras e calejar as mãos”. Reconhece que, diante da Ditadura do Presente e da Hiperinflação do Prazer, a escola deve buscar brechas para construir atividades humanas que atraiam os jovens.
O educador e educadora são os agentes do processo que dinamizam a aprendizagem no ambiente escolar. Mas estes não estão preparados suficientemente para uma nova abordagem da educação: a visão integradora do ser humano e a cooperação de todos os atores envolvidos no processo educacional. Aliás, nem a escola está organizada para dar conta desta abordagem. E nem os educadores não estão sendo motivados para dar conta dos desafios da educação em nossos tempos.
A crise na educação só não é maior por conta da bravura e do sacrifício da maioria dos educadores brasileiros. Sem a melhoria das condições de trabalho e sem a valorização do trabalho educativo, vamos postergando a tão necessária qualidade do ensino público brasileiro. E acumulando frustrações.
A escola deveria ser um espaço privilegiado de construção de saber, com condições para atender, compreender, estimular e cuidar das nossas crianças, adolescentes e jovens. Os méritos na educação não estão nos números, mas na qualidade das relações que constituem seres humanos mais dignos, mais sábios e mais realizados.
Vozes roucas e cansadas precisam de recesso e de férias. Ano que vem, novos ventos e novos ambientes desejam encontrar.
Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.
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