quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Porto Alegre/RS - IX Seminário Internacional da Comunicação

Porto Alegre/RS - IX Seminário Internacional da Comunicação

Apresentação

Neste ano, homenageamos Jean Baudrillard, um filósofo que, definitivamente, impactou o campo da comunicação desde 1968, quando publicou o livro intitulado "O sistema dos objetos". Mas também, em 2007, comemoramos os 40 anos de publicação do livro de Guy Debord, que dá praticamente título à época em que vivemos atualmente: "A Sociedade do Espetáculo". De que falaram Debord e Baudrillard na maior parte do tempo? De comunicação, de mídia, de um tempo dominado pela mediação tecnológica. Nada mais justo e importante do que organizar um seminário internacional para refletir sobre a influência, a importância, os limites e o alcance das obras desses dois homens que marcaram a segunda metade do século XX no campo da reflexão sobre a sociedade de mídia. Trata-se, ao mesmo tempo, de uma homenagem, de um balanço, de um resgate e de uma oportunidade de dialogar sobre o estado da arte dos estudos de mídia e de cultura atualmente. Debord e Baudrillard não são unanimidades. Mas são incontornáveis. Foram contestadores e contestados, brilhantes e radicais, severos e generosos, polêmicos e polemistas. O debate precisa, sem dúvida alguma, continuar.

Objetivos
fomentar o debate sobre as contribuições de Jean Baudrillard e Guy Debord para a reflexão sobre a presença da mídia na sociedade contemporânea;
possibilitar o intercâmbio de idéias entre pesquisadores de universos culturais e disciplinares diferentes;
favorecer o aperfeiçoamento de pesquisadores, professores e estudantes, dando-lhes oportunidade de expor resultados de suas próprias investigações.
Público-Alvo
Estudantes e pesquisadores em Comunicação, Ciências Sociais e Humanas em geral, com ênfase para a comunidade da PUCRS, UFRGS, UNISINOS, UCS, UFSM, UCPel e demais instituições da Região Sul, bem como do Brasil. Encontro interdisciplinar de interesse de estudantes de pós-graduação e graduação em Ciências Sociais, Educação, Letras, entre outras. Destinado, também, a professores e profissionais da comunicação e da cultura.

IX SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA COMUNICAÇÃO – SIMULACROS E (DIS) SIMULAÇÕES NA SOCIEDADE HIPER-ESPETACULAR

GRUPO DE TRABALHO MÍDIAS SONORAS - 2007

PROGRAMAÇÃO FINAL DAS MESAS – 30/10/2007

1º dia - 7 DE NOVEMBRO – QUARTA-FEIRA

GT – MÍDIAS SONORAS - Rádio e História

Coordenação: Prof. Luciano Klöckner

1 - Rádio e sociedade brasileira através do cinema (dos anos 40 a 2000).

Doris Fagundes Haussen, Doutora do Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação Social (FAMECOS)/ PUCRS e Michele Bicca Rolim, bolsista.

Resumo: A presença do rádio no cotidiano da sociedade brasileira é sempre citada nos estudos sobre este veículo de comunicação. Neste sentido, o presente artigo procura identificar, em seis filmes nacionais, o "olhar" do cinema sobre o rádio, ou seja, como uma mídia registra a participação da outra, e que tipo de visão sobre a sociedade é repassado. Os filmes analisados referem-se ao período dos anos 40 até os 2000, e são: Rádio Auriverde, A estrela sobe, O escorpião escarlate, A hora mágica, Se segura malandro e Uma onda no ar. A seleção foi feita com base nos filmes em que o rádio tem um papel central e cujo enredo represente períodos importantes vividos pelo veículo na história nacional.

Palavras-chave: rádio; cinema, sociedade brasileira.

2 - 50 anos de rádio universitário no Brasil.

Sandra de Deus, Doutora e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Resumo: A Rádio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul é um marco na radiodifusão brasileira. Assinala o início do rádio universitário no Brasil no final dos anos 50 quando todos acreditavam que a força da televisão nascente decretava a morte do rádio. A Rádio da UFRGS é criada, como outras emissoras que vieram logo depois vinculadas às universidades, como uma oficina dos cursos de engenharia. No dia 18 de novembro de 1957, entrava no ar em 1080kHz, a ZYU67, Rádio da Universidade. A pioneira das rádios universitárias brasileiras não é apenas uma emissora de rádio para se somar às estatísticas. É uma rádio universitária de caráter público, portanto, diferenciada por ser ao mesmo tempo pública e servir como laboratório para formação de estudantes de jornalismo, música e de outros cursos da Universidade. Palavras- chave: rádio universitário, rádio pública, pioneira

3 - A programação pioneira do rádio não-comercial no Brasil: observações e reflexões sobre a linha editorial das primeiras emissoras educativas.

Valci Regina Mousquer Zuculoto, Doutoranda em Comunicação na FAMECOS/PUCRS, Professora de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Resumo: A programação das hoje auto-denominadas rádios públicas brasileiras –as educativas, universitárias e culturais - tem suas raízes ainda no primeiro período histórico da radiofonia nacional. É que o sistema não-comercial, através do qual operam estas emissoras, iniciou-se em 1936, quando Roquette-Pinto doou sua Rádio Sociedade do Rio de Janeiro ao governo federal, sob a condição de que mantivesse seus ideais de transmitir educação e cultura. Partindo desta contextualização histórica, o objetivo deste ensaio é evidenciar a montagem da programação dos anos iniciais das chamadas rádios públicas. Busca-se, neste trabalho de resgate, as matrizes, as primeiras transformações nas linhas editoriais do rádio não-comercial pioneiro, recortando este período entre meados dos anos 30 e o início da década de 40 do século passado. Palavras-chave: rádio público; programação radiofônica; história do rádio.

4 – Rádio Educativa Univali FM: estudo de recepção do programa Univali FM em dia com a saúde.

João Carissimi, Mestre em Comunicação e Informação da UFRGS, e Professor do Curso de Comunicação Social da Univali; e Gabriela Albuquerque da Silva, acadêmica do Curso de Comunicação Social.

Resumo: O artigo trata de um estudo de recepção do Programa UNIVALI FM em dia com a saúde, da Rádio Educativa UNIVALI FM. Teve objetivo de investigar como os ouvintes recebem as mensagens veiculadas no programa. As questões norteadoras são a mudança de comportamento, o significado atribuído ao programa, a compreensão das informações veiculadas e a promoção da saúde. Foram utilizadas as técnicas de pesquisa bibliográfica, documental, entrevistas semi-estruturadas e semi-abertas. Para seleção da amostra, não probabilística e intencional, profissionais entrevistados no programa indicaram ouvintes para participar do estudo de recepção. Percebeu-se que os ouvintes têm alto grau de entendimento das mensagens veiculadas, com mudança de seus hábitos e comportamentos, deixando de ser receptores para atuarem como emissores e assim, promovendo a saúde. Palavras-chave: rádio educativa; recepção; saúde.

5 - Rádio FM em Porto Alegre: da instalação à segmentação.

Wanderlei de Brito, Mestre em Comunicação, Univates - Lajeado – RS

Resumo:O trabalho destaca as principais estratégias midiáticas desenvolvidas pelas 17 emissoras que transmitem em freqüência modulada, localizadas em Porto Alegre-RS. A abordagem busca na Economia Política da Comunicação embasamento teórico para registrar o alto grau de concentração no mercado estudado, onde se identifica grandes grupos de mídia, bem como a adaptação do FM aos novos desafios de distribuição de conteúdos, com melhor qualidade de som e menor custo operacional. Devido à pouca bibliografia e fontes documentais disponíveis, foi necessário buscar nos protagonistas desta história recente depoimentos de suas experiências para explicar determinadas situações. Além das entrevistas com profissionais e observação de campo com audição das emissoras, fitas gravadas ajudaram a resgatar e ilustrar a trajetória do FM em Porto Alegre. Para perceber este passado como algo que tem continuidade hoje foi utilizada a história oral como principal ferramenta de campo desta pesquisa. A implantação do sistema FM nos anos 1970 desencadeou a renovação do meio rádio incorporando novas tecnologias e experimentando novos formatos com mais dinamismo que o rádio AM. Temas como formação de redes, segmentação e captura de novos ouvintes, assim como a invasão de áreas consideradas exclusivamente do AM, como a programação popular e jornalística desenvolvida a partir dos anos 1990, explicam a abrangência do FM em pouco mais de três décadas.

Palavras-chave: rádio; rádio FM; rádio em Porto Alegre.

6 - A expressão radiofônica de uma cartografia sonora: estudo da série Porto Alegre, paisagens sonoras.

Cida Golin, Doutora em Letras e professora da UFRGS.

Resumo: Este artigo discute a relação entre o rádio e a cidade a partir do relato e análise do projeto Porto Alegre: paisagens sonoras desenvolvido entre 2005 e 2007 pelos alunos do Curso de Jornalismo na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS. A série de documentários e reportagens propôs outros referenciais de percepção e imaginação da cidade para além da voz e da palavra, subvertendo em parte o que se costuma apreender do espaço urbano no rádio. Esta experiência, por um lado, propõe a interpretação do espaço urbano por meio da recolha e da montagem de seus sons; de outro, discute os limites e as possibilidades da linguagem do rádio, em especial do radiojornalismo marcado pelo uso da palavra e da exposição, na concretização desta iniciativa.

Palavras-chave: rádio e cidade; paisagens sonoras; Porto Alegre

7 - Memória Radiofônica – os sentidos mobilizados por ouvintes idosos na escuta passada e presente.

Graziela Soares Bianchi, Doutoranda da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), São Leopoldo/RS.

Resumo: Esse artigo apresenta nuances de um estudo em desenvolvimento onde se objetiva identificar, analisar e compreender como os processos de midiatização radiofônica nas últimas décadas foram sendo inscritos na memória de ouvintes idosos e expressos através de percepções, apropriações, confrontações, relações, manifestações que são a representação de uma vivência com o rádio. Analisar como as matrizes radiofônicas constituintes de produtos em circulação ou já extintos se apresentam e se relacionam nas significações realizadas por esses ouvintes, demonstrando também suas competências radiofônicas. Palavras- chave: rádio; memória; idosos.

Mesa dia 7/novembro/2007

Coordenação: Prof. Cláudio Mércio

1– Jornalismo no rádio comunitário: uma discussão sobre lugar social/discursivo e valores-notícia.

Ângela Zamin, Mestranda da Unisinos.

Resumo: O artigo trata teórico e empiricamente o modo como as rádios comunitárias e seus sujeitos se inscrevem nos lugares social e discursivo do campo do Jornalismo. O texto aborda a radiodifusão comunitária como questão discrepante em relação às lógicas fundantes do campo do Jornalismo, por meio do movimento de apropriação (ou imitação) de regras institucionalizadas e da inscrição dos sujeitos, os mais diversos, na posição discursiva que social e canonicamente pertence aos jornalistas. Ao considerar os deslocamentos gerados e as especificidades da radiodifusão comunitária, discute a reconfiguração dos valores-notícia nesses espaços. A análise do p rograma de Jornalismo Realidade Urgente, da Rádio Nova Aurora FM, de Santana do Livramento – RS, ilustra a discussão. As abordagens da Análise do Discurso Francesa auxiliam na reflexão.

Palavras-chave: rádios comunitárias; Jornalismo; lugar social / discursivo.

2 - O discurso jornalístico da sustentabilidade em programas de rádio sobre meio ambiente: uma análise do quadro Mundo Sustentável e do programa Guaíba Ecologia.

Reges Toni Schwaab, Mestre pela UFRGS e Doutorando do Programa de Pós-graduação da UFRGS .

Resumo: O trabalho tem três eixos - jornalismo, sustentabilidade e discurso - e resulta da pesquisa de Mestrado sobre a temática da sustentabilidade em programas de rádio voltados à questões ambientais. Os objetos são o quadro Mundo Sustentável, apresentado dentro do programa Revista CBN, da Rádio CBN AM/FM, e o programa Guaíba Ecologia, da Rádio Guaíba AM. O estudo leva em consideração as peculiaridades do jornalismo radiofônico e as implicações das mesmas na significação do conteúdo produzido e entende o Jornalismo como lugar de seleção e de configuração do acervo social de conhecimentos. A sustentabilidade foi escolhida por ser atualmente o ponto central de todo debate sobre meio ambiente. A Análise do Discurso de linha francesa é empregada como dispositivo teórico-metodológico para leitura de seis edições do quadro Mundo Sustentável e seis do programa Guaíba Ecologia, veiculadas entre os meses de fevereiro e abril de 2006.

Palavras-Chave: radiojornalismo; sustentabilidade; discurso jornalístico.

3 - O Rádio no MST e a presença feminina no Programa Vozes da Terra .

Maria Inês Amarante, Mestre e Doutoranda em Comunicação e Semiótica na PUC-SP. Resumo: Pretende-se, com este artigo, mostrar a importância do rádio no MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Estado de São Paulo, bem como avaliar o envolvimento das mulheres nesse meio de comunicação, apontando as principais dificuldades encontradas no percurso feminino. Ao estudar as estratégias de abordagem dos diversos temas sociais priorizados pelo movimento, particularizamos a análise dos programas radiofônicos da série Vozes da Terra, iniciada no ano 2000 e, atualmente, produzida pelo Setor de Comunicação, com o apoio do Coletivo de Cultura. Nota-se que, na medida que são conquistados espaços nos meios de comunicação comunitários, fazendo surgir canais de expressão para as vozes femininas de outros Estados brasileiros, e as mulheres ganham destaque nos diversos setores do movimento, a participação feminina vai sendo incentivada e ampliada, contribuindo para novas relações de gênero. O trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica, documental e entrevistas. Palavras-chave: rádio; MST; gênero; Vozes da Terra

4 - Saber popular: experiência radiofônica em Cuiabá-MT.

Cristóvão Domingos Almeida, Mestrando do Programa de Pós-graduação em Educação da Unisinos e bolsista do Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação da Fundação Ford.

Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar a atividade pedagógica do programa de rádio "Saber Popular", como espaço interdisciplinar, interativo e inserido na realidade dos estudantes da Universidade Popular Comunitária (UPC). A atividade de ensino-aprendizagem parte da realidade dos sujeitos, das suas relações coletivas e se insere nas ondas do rádio como espaço privilegiado ao processo de informação e formação. No seu desenvolvimento considerou-se as competências, habilidades, sonhos e desejos. A grade curricular praticada nessa experiência fundamenta-se na história de vida dos educandos, com o intuito de propiciar ação e reflexão, uma vez que são esses os pontos de partida para se chegar à educação transformadora. A pesquisa é de abordagem qualitativa e no seu desenvolvimento está sendo utilizado o método participação-observante, análise de diário de campo e entrevista aberta com os envolvidos no processo.

Palavras-chave: educação; rádio e história de vida.

5 - A MPB (Música Popular Britânica) que veio de Londres – Uma discussão sobre música brasileira e mundialização.

Cassiano Scherner, Doutorando em Comunicação Social, FAMECOS/PUCRS.

Resumo: A proposta do artigo é de abordar o fenômeno cultural e musical que vem acontecendo na Inglaterra desde princípio dos anos 90. Em Londres, alguns músicos brasileiros tiveram suas carreiras artísticas revitalizadas, já que no Brasil estavam relegados ao ostracismo na mídia musical brasileira desde os anos 80. Capitaneados por "disc-jóqueis" (DJ's) e por pequenas gravadoras inglesas, estes artistas reencontraram no circuito europeu, o sucesso e o reconhecimento tanto de mídia, quanto do público, que tiveram aqui no Brasil. Um fenômeno típico dos nossos tempos de globalização? Ou exemplo típico de pilhagem cultural? Primeiras impressões que surgem quando tomamos contato com este assunto. Como marco teórico, serão adotadas algumas das idéias de Renato Ortiz e Nestor Canclini a respeito de cultura e mundialização. Palavras-chave: indústria fonográfica, mundialização, cultura brasileira.

6 – Música, Técnica e Tecnologia no cerne dos processos comunicacionais.

Lucina Reitenbach Viana, Mestranda em Comunicação e Linguagens – UTP/PR.

Resumo: As facilidades crescentes da composição musical causadas pelas novas tecnologias disponíveis, o homem se encontra com a produção. Ao libertar-se das tarefas burocráticas da composição como resultado uso do computador como instrumento de notação direta, o artista se apropria da ferramenta de autoconhecimento e auto-representação, outrora abandonada.O primeiro ponto concreto de relação entre o pensamento de Nietzsche, os argumentos de Deleuze e a música eletrônica está num elo entre o "tempo supremo" e um "duplo silencio", que pode ser considerado como um vislumbre sobre o futuro da música. Nietzsche teria previsto a música eletrônica, como o "nosso ponto sintético vindouro", ao trazer a música como meio através do qual o homem caminharia "em direção ao super-homem, o criador, o artista, o vidente". Palavras-chave: música eletrônica; produção; novas tecnologias.

7 - Entretenimento e consumo midiático: o rádio nacional e a música popular massiva .

Ricardo Pavan, Mestre em Comunicação pela Unisinos (RS) e professor/coordenador do Curso de Comunicação Social – Jornalismo da Unoesc – Universidade do Oeste de Santa Catarina- Campus São Miguel do Oeste.

Resumo: O foco de análise é a relação que a música popular massiva estabelece com a experiência cultural de seus ouvintes. Em primeiro lugar, cabe realçar a perspectiva com que foi sendo construído nosso objeto de investigação. Assumindo uma condição plural, buscamos caracterizar o cenário onde se efetivam as tensões da música popular – da tradição oral, do cenário urbano estandardizado e da contemplação estético-racional – na cultura brasileira. Inserida num mercado consumidor crescente, esse gênero teve seu sucesso ampliado por um novo comportamento do público brasileiro, que, especialmente a partir dos anos 80, rendeu-se à música nacional. Essa mudança traz no seu âmago a chegada de uma nova era no campo tecnocultural, em que as práticas de produção tentam apresentar-se, paradoxalmente, cada vez mais homogeneizadas e próximas da singularidade dos seus receptores.

Palavras-chave: rádio; música popular massiva; entretenimento.

2º dia - 8 DE NOVEMBRO – QUINTA-FEIRA

GT MÍDIAS SONORAS – Rádio, Internet e Perspectivas

1 – O rádio enfrenta o horizonte digital no Século XXI.

Mágda Rodrigues da Cunha, Doutora e professora do Pós-graduação da FAMECOS/PUCRS.

Resumo: O rádio atravessa muitos momentos da história do século XX tendo como norte o diálogo com os diferentes horizontes. Foram anúncios de desaparecimento e obsolescência, que perderam o sentido, no momento em que o rádio demonstra sua capacidade de adaptação aos diferentes contextos, por seu poder de mobilização do público. Durante tese de doutoramento, defendida em 2002, concluiu-se, tendo como base a Estética da Recepção, de Jauss, que para o rádio esta atualização está nas diferentes leituras a partir das apropriações que faz do código vigente, levando à modificação tecnológica e de conteúdo. Mas, a mídia que atravessou o século XX, está preparada para sobreviver ao século XXI? Conscientes de estarmos num século ainda jovem, baseamos este texto em um exercício para investigar a situação do rádio nesta primeira década que se desenha. Palavras-chave: rádio; tecnologia; história.

2 - Desafios da radiodifusão sonora na convergência multimídia: o segmento musical jovem.

Luiz Artur Ferraretto, Doutor da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) – Canoas/RS.

Resumo: Reflexão sobre as origens, o desenvolvimento e as perspectivas do segmento musical jovem nas emissoras de rádio. Parte-se do papel histórico do veículo na constituição, de início, da categoria social representada pela juventude e, na seqüência, no tratamento desta como público consumidor. Chega-se, assim, ao momento atual, um cenário de multiplicidade de oferta marcada pela presença da internet e de tecnologias a ela relacionadas. Palavras-chave: rádio; segmento musical jovem; convergência multimídia.

3 - Radiofam, a webradio universitária pioneira faz 10 anos.

João Brito de Almeida, Mestre e professor da FAMECOS/PUCRS.

Resumo: Ao completar 10 anos em 2007 como uma das radiowebs universitárias pioneiras no País, a RadioFam, freqüência digital dos alunos da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS do Rio Grande do Sul na Internet, realiza um trabalho, a partir da união das características do Rádio e da Internet, com vistas ao desenvolvimento de uma programação específica para o meio. O presente artigo recorda partes da história do veículo Rádio, busca estabelecer alguns prognósticos na área, considerando a tecnologia, a concorrência e a audiência, os conteúdos e o novo perfil de profissional, e procura contribuir para a reflexão do ensino do Radiojornalismo na universidade.

Palavras-chave: rádio; internet; RadioFam; webradio; ensino de radiojornalismo

4 - Rádio de fronteira na web: um espaço para as práticas socioculturais.

Vera Lúcia Spacil Raddatz, Doutorando da UFRGS e professora da UNIJUI, Ijui/RS.

Resumo: O rádio FM de fronteira está acompanhando o fluxo das transformações proporcionadas pelas novas tecnologias. Hoje somos cidadãos do mundo e já não temos uma identidade, mas identidades. Ao ingressar na web, o rádio FM de fronteira não só ampliou sua audiência como reafirmou seu papel de difundir as representações das práticas culturais da região fronteiriça no espaço virtual. Este trabalho dialoga com a temática a partir de observações da programação de duas emissoras FM situadas em Santana do Livramento-Rivera (Fronteira Sul Brasil-Uruguai) e Ponta Porã-Pedro Juan Caballero (Fronteira Centro Oeste Brasil-Paraguai).

Palavras-chave: rádio de fronteira; práticas socioculturais; web.

5 – O Rádio e o virtual: a experiência do programa Sala de Redação no Second Life.

André Pase, Doutorando FAMECOS/PUCRS e Luciano Klöckner, Doutor FAMECOS/PUCRS, professores da FAMECOS.

Resumo: O virtual está conquistando espaço nas mídias tradicionais e apresentando novas possibilidades na Era da Interatividade. O presente trabalho busca relatar uma das primeiras experiências do rádio tradicional no mundo virtual em 1º de junho de 2007, quando o programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha de Porto Alegre/RS, com 36 anos de história radiofônica no Rio Grande do Sul, entrou no Second Life.

Palavras-chave: second life; Sala de Redação; rádio virtual.

6 - O futuro no passado: o rádio e a TV digitais na contramão da webmergência.

Eduardo Meditsch, Doutor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Ângelo Ribeiro, doutorando em Engenharia e Gestão do Conhecimento (UFSC).

Resumo: Este artigo critica a maneira como os meios de comunicação eletrônicos estão migrando para o mundo digital no Brasil, descumprindo as promessas de servirem de instrumentos de inclusão na sociedade da informação. Esta forma de transição, conduzida pelos atuais detentores dos canais de rádio e TV, tem como principal objetivo a preservação de suas concessões sobre o espectro radiofônico, de seus modelos de negócio, e de seu monopólio sobre a produção e distribuição de conteúdo audiovisual. O modelo, elaborado a partir de um paradigma de comunicação de massa do passado, é apontado como incompatível com o fenômeno da webmergência enquanto tecnologia intelectual eletrônica. A partir da perspectiva do estudo das tecnologias intelectuais, o texto conclui que, apesar da implantação do HDRadio e da HDTV, tal como proposta, poder retardar a inclusão digital do país, pela colocação de vários obstáculos à sua realização, não terá sucesso neste propósito, pois o broadcast baseado em hardware já não terá o monopólio sobre a produção e a distribuição de conteúdos nem tampouco sobre o público.

Palavras-chave:
webmergência; rádio digital; televisão digital; inclusão digital; tecnologias intelectuais

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