Redes colaborativas: uma janela para o fomento internacional
Apresentar a Red de Malnutrición en Iberoamérica (Red MeI - Cyted) e mostrar de que maneira o trabalho com parceiros internacionais pode representar a possibilidade de acesso de grupos brasileiros de pesquisa a recursos de agências estrangeiras de fomento. Esse foi o objetivo da professora da Universidade Miguel Hernández del Eche (Espanha) e coordenadora geral da Rede, Carmina Wanden-Berghe, na palestra 'Rede de Malnutrição: uma oportunidade para o encontro e a colaboração internacional', realizada na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), na quinta-feira (29). "O Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarrollo (Cyted) e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional (AECI) estão com os olhos voltados para a Iberoamérica e podem nos ajudar, basta que tenhamos ânimo para trabalhar juntos", garantiu Carm ina. Acesse o áudio e a apresentação da palestra na Biblioteca Multimídia da ENSP.
A professora Carmina começou sua apresentação falando sobre o que motivou a criação da Rede de Malnutrição e destacando alguns dados que confirmam a importância do tema. "Apesar de o mundo produzir alimentos suficientes para gerar 2.700 calorias diárias a 12 bilhões de pessoas, 850 milhões de pessoas passam fome e seis milhões de crianças menores de cinco anos morrem a cada ano como conseqüência da inanição e da malnutrição", disse.
Segundo ela, a desnutrição, principalmente entre grupos populacionais mais vulneráveis, não é o único grande desafio a ser vencido: "O mundo enfrenta uma epidemia de sobrepeso e obesidade. E a situação é tão dramática que temos casos de famílias com indivíduos desnutridos e obesos convivendo lado a lado. Temos até casos de pessoas obesas que apresentam quadro de desnutrição", explicou, concluindo: "As questões ligadas à nutrição, cuja abordagem isolada vem se mostrando deficitária, representam um permanente desafio à civilização, um estímulo à produção de conhecimento e uma provocação à capacidade de intervenção científica, social, econômica e política".
Num segundo momento, Carmina expôs as razões para se criar essa rede no âmbito iberoamericano e citou, entre outras coisas, a existência de uma aproximação cultural e lingüística, que permite o trabalho conjunto sem maiores problemas, a necessidade de se fortalecer a presença Iberoamericana no contexto mundial de pesquisas sobre malnutrição e a vontade de contribuir para a consolidação do espaço iberoamericano de saúde com critérios de excelência.
Em seguida, a palestrante mostrou que a opção por se trabalhar em rede se deve à oportunidade de intercâmbio com cientistas que têm interesses similares, ampliando a transferência de conhecimento; ao conhecimento de outras realidades dentro de um mesmo tema de interesse, facilitando o posicionamento de cada integrante da Rede; potencializa a difusão da informação científica por meia da publicação de artigos, aumentando a visibilidade do trabalho; permite a complementaridade entre os grupos, incentivando os processos colaborativos; e confere aval científico, dando respaldo a concorrências em editais de pesquisa em organismos nacionais e internacionais de fomento.
Na seqüência da palestra, a professora falou um pouco das exigências do Cyted e da AECI para o patrocínio de redes temáticas de pesquisa e mostrou de que forma as normas que obrigam a presença de grupos de vários países podem permitir a participação de interessados em várias linhas de fomento de agências e organismos internacionais. "Há muitos editais atrativos, inclusive alguns publicados no âmbito do 7º Programa Marco (7PM) da Comissão Européia e voltados para as chamadas Atividades Inco, cujo principal objetivo é apoiar e estimular a participação de países não integrantes da Comunidades Européia, dentre os quais os da América Latina e do Caribe", explicou.
A Rede de Malnutrição em Iberoamérica - A Red de Malnutrición en Iberoamérica, que já reúne 27 grupos de investigação e 160 pesquisadores de 11 países - Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Espanha, México, Portugal e Venezuela -, conta com o respaldo da área de Saúde do Programa Iberoamericano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cyted).
Criada em janeiro de 2007, a Red-Mei está aberta à cooperação e ao recebimento de iniciativas e propostas de toda a comunidade científica Iberoamericana e de organizações governamentais e não-governamentais que tenham interesse no tema e representa um espaço no qual os profissionais assumem um compromisso institucional e pessoal de trabalhar para que nenhum país, comunidade ou grupo sofra com graves problemas nutricionais. Para os interessados, a Rede disponibiliza inúmeros trabalhos, de acordo com os critérios de open access.
De acordo com a coordenadora da Rede, pesquisadores brasileiros que queiram participar devem entrar em contato com os coordenados dos grupos que já existem ou propor o ingresso de novos grupos. O coordenador do grupo da Fiocruz é o pesquisador do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde (Demqs/ENSP) Luis David Castiel. "Os pesquisadores devem compreender que no início muitas vezes precisamos participar em projetos de outros pesquisadores para, somente após algum tempo, podermos trabalhar em nossos próprios projetos", enfatizou a professora espanhola.
Fonte: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP)
Assessoria de Comunicação
(61) 3411.3349 / 2747
www.presidencia.gov.br/consea
ascom@consea.planalto.gov.br
Apresentar a Red de Malnutrición en Iberoamérica (Red MeI - Cyted) e mostrar de que maneira o trabalho com parceiros internacionais pode representar a possibilidade de acesso de grupos brasileiros de pesquisa a recursos de agências estrangeiras de fomento. Esse foi o objetivo da professora da Universidade Miguel Hernández del Eche (Espanha) e coordenadora geral da Rede, Carmina Wanden-Berghe, na palestra 'Rede de Malnutrição: uma oportunidade para o encontro e a colaboração internacional', realizada na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), na quinta-feira (29). "O Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarrollo (Cyted) e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional (AECI) estão com os olhos voltados para a Iberoamérica e podem nos ajudar, basta que tenhamos ânimo para trabalhar juntos", garantiu Carm ina. Acesse o áudio e a apresentação da palestra na Biblioteca Multimídia da ENSP.
A professora Carmina começou sua apresentação falando sobre o que motivou a criação da Rede de Malnutrição e destacando alguns dados que confirmam a importância do tema. "Apesar de o mundo produzir alimentos suficientes para gerar 2.700 calorias diárias a 12 bilhões de pessoas, 850 milhões de pessoas passam fome e seis milhões de crianças menores de cinco anos morrem a cada ano como conseqüência da inanição e da malnutrição", disse.
Segundo ela, a desnutrição, principalmente entre grupos populacionais mais vulneráveis, não é o único grande desafio a ser vencido: "O mundo enfrenta uma epidemia de sobrepeso e obesidade. E a situação é tão dramática que temos casos de famílias com indivíduos desnutridos e obesos convivendo lado a lado. Temos até casos de pessoas obesas que apresentam quadro de desnutrição", explicou, concluindo: "As questões ligadas à nutrição, cuja abordagem isolada vem se mostrando deficitária, representam um permanente desafio à civilização, um estímulo à produção de conhecimento e uma provocação à capacidade de intervenção científica, social, econômica e política".
Num segundo momento, Carmina expôs as razões para se criar essa rede no âmbito iberoamericano e citou, entre outras coisas, a existência de uma aproximação cultural e lingüística, que permite o trabalho conjunto sem maiores problemas, a necessidade de se fortalecer a presença Iberoamericana no contexto mundial de pesquisas sobre malnutrição e a vontade de contribuir para a consolidação do espaço iberoamericano de saúde com critérios de excelência.
Em seguida, a palestrante mostrou que a opção por se trabalhar em rede se deve à oportunidade de intercâmbio com cientistas que têm interesses similares, ampliando a transferência de conhecimento; ao conhecimento de outras realidades dentro de um mesmo tema de interesse, facilitando o posicionamento de cada integrante da Rede; potencializa a difusão da informação científica por meia da publicação de artigos, aumentando a visibilidade do trabalho; permite a complementaridade entre os grupos, incentivando os processos colaborativos; e confere aval científico, dando respaldo a concorrências em editais de pesquisa em organismos nacionais e internacionais de fomento.
Na seqüência da palestra, a professora falou um pouco das exigências do Cyted e da AECI para o patrocínio de redes temáticas de pesquisa e mostrou de que forma as normas que obrigam a presença de grupos de vários países podem permitir a participação de interessados em várias linhas de fomento de agências e organismos internacionais. "Há muitos editais atrativos, inclusive alguns publicados no âmbito do 7º Programa Marco (7PM) da Comissão Européia e voltados para as chamadas Atividades Inco, cujo principal objetivo é apoiar e estimular a participação de países não integrantes da Comunidades Européia, dentre os quais os da América Latina e do Caribe", explicou.
A Rede de Malnutrição em Iberoamérica - A Red de Malnutrición en Iberoamérica, que já reúne 27 grupos de investigação e 160 pesquisadores de 11 países - Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Espanha, México, Portugal e Venezuela -, conta com o respaldo da área de Saúde do Programa Iberoamericano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cyted).
Criada em janeiro de 2007, a Red-Mei está aberta à cooperação e ao recebimento de iniciativas e propostas de toda a comunidade científica Iberoamericana e de organizações governamentais e não-governamentais que tenham interesse no tema e representa um espaço no qual os profissionais assumem um compromisso institucional e pessoal de trabalhar para que nenhum país, comunidade ou grupo sofra com graves problemas nutricionais. Para os interessados, a Rede disponibiliza inúmeros trabalhos, de acordo com os critérios de open access.
De acordo com a coordenadora da Rede, pesquisadores brasileiros que queiram participar devem entrar em contato com os coordenados dos grupos que já existem ou propor o ingresso de novos grupos. O coordenador do grupo da Fiocruz é o pesquisador do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde (Demqs/ENSP) Luis David Castiel. "Os pesquisadores devem compreender que no início muitas vezes precisamos participar em projetos de outros pesquisadores para, somente após algum tempo, podermos trabalhar em nossos próprios projetos", enfatizou a professora espanhola.
Fonte: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP)
Assessoria de Comunicação
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