Discurso de Entrega do Plano Mineiro de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, Ao Governo de Minas em 16 de Outubro de 2007.
Por Suzana Coutinho ( Conselheira do CONSEA-MG)
Direito Humano à alimentação adequada
Senhoras, senhores
Vivemos hoje um momento histórico. Comemoramos o Dia Mundial da Alimentação entregando ao Governador do Estado de Minas Gerais o primeiro plano estadual de segurança alimentar e nutricional sustentável. Plano feito a muitas mãos, cabeças e corações. Talvez o resultado ainda não seja a nossa utopia, enquanto aquilo que esperamos que venha a acontecer, de fato, em nossas cidades, no nosso estado, no país e no mundo: a morte da miséria, com a derrota da fome. Mas é, com certeza, um passo significativo na luta pelo direito humano à alimentação adequada.
Se ainda não é o que desejamos de todo o coração e pelo o que dedicamos nossa vida, nossos esforços, nosso trabalho, será, com certeza, o que o educador brasileiro Paulo Freire descreveu como o inédito e viável. Inédito, porque nos tornamos o primeiro estado a ter uma lei e um sistema de segurança alimentar e nutricional sustentável, que dá origem a este plano. Viável, porque foi dentro dos limites do Estado brasileiro, mas movidos pelos sonhos e projetos de nossa sociedade, e também enfrentando as dificuldades de articulação e desenvolvimento dos projetos de participação popular que construímos, juntos, o plano que hoje fazemos chegar ao poder executivo do Estado de Minas.
Destino ou acaso, a FAO decidiu, para este ano, escolher o tema do direito humano à alimentação para este Dia Mundial da Alimentação. Lembramos que direito não é oferta gratuita, mas é conquista, muitas vezes, dolorosa e mortal! Nossa história revela isso: nossos antepassados regaram o chão de nossa terra com muito sangue, enfrentando o poder dominante nas diversas fases históricas que construíram Minas Gerais. Nosso compromisso, portanto, não é apenas com os direitos desta geração que conhecemos, mas daqueles e daquelas que tingiram nossa bandeira de vermelho, e dos que hão de vir, impulsionados por estas nossas pequenas conquistas, continuar a luta pelos direitos humanos de nosso povo.
O plano estadual de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional sustentável é um instrumento de luta, não um troféu para a nossa conquista desse direito. Portanto, o que construímos no papel não terá valor algum se não iluminar e conduzir nossa prática, nos aperfeiçoando na participação popular para a construção de uma sociedade mais humana e para uma política mais humanizadora. Não valerá, de nada, os nossos esforços, se não nos revestirmos deste aprendizado e avançarmos na consolidação de políticas públicas que, de fato, garantam ao nosso povo o direito humano básico, elementar, fundamental de se alimentar adequadamente.
Para encerrar, quero lembrar Josué de Castro. Ao organizar a Associação Mundial de Luta Contra a Fome, a Ascofam, o médico escritor e político tinha bem claro a origem da fome e da miséria, a qual ainda não foi extirpada da nossa sociedade. Por isso, é bom recordar aqui as palavras deste brasileiro que morreu de saudade, no exílio:
“Não somos tão ingênuos nem tão otimistas. Sabemos que estão bem fincadas, nas estruturas econômicas do mundo, as raízes desse problema, que só poderá ser extirpado resolvendo-se, profundamente, resíduos dos tempos do feudalismo e da escravidão”.
**Nota do Areté Educar
Aplaudimos a nossa querida amiga e companheira Suzana Coutinho, pelo brilhante discurso proferido na entrega do Plano Estadual de SANS ao Governo de Minas Gerais, na plenária do CONSEA-MG, no dia 16 de outubro de 2007, dia Mundial da Alimentação.
As suas palavras além de marcar uma profundidade, comoveu os presentes pela originalidade e utopia carregada de sonhos e de vontade de lutar, ficou registrado aos participantes o papel histórioco e revolucionário de cada sujeito, agente, ator e ente, Poder Público e sociedade civil na implantação e monitoramento das políticas de sans na abrangência do estado de Minas Gerais...
Gildázio Santos
Por Suzana Coutinho ( Conselheira do CONSEA-MG)
Direito Humano à alimentação adequada
Senhoras, senhores
Vivemos hoje um momento histórico. Comemoramos o Dia Mundial da Alimentação entregando ao Governador do Estado de Minas Gerais o primeiro plano estadual de segurança alimentar e nutricional sustentável. Plano feito a muitas mãos, cabeças e corações. Talvez o resultado ainda não seja a nossa utopia, enquanto aquilo que esperamos que venha a acontecer, de fato, em nossas cidades, no nosso estado, no país e no mundo: a morte da miséria, com a derrota da fome. Mas é, com certeza, um passo significativo na luta pelo direito humano à alimentação adequada.
Se ainda não é o que desejamos de todo o coração e pelo o que dedicamos nossa vida, nossos esforços, nosso trabalho, será, com certeza, o que o educador brasileiro Paulo Freire descreveu como o inédito e viável. Inédito, porque nos tornamos o primeiro estado a ter uma lei e um sistema de segurança alimentar e nutricional sustentável, que dá origem a este plano. Viável, porque foi dentro dos limites do Estado brasileiro, mas movidos pelos sonhos e projetos de nossa sociedade, e também enfrentando as dificuldades de articulação e desenvolvimento dos projetos de participação popular que construímos, juntos, o plano que hoje fazemos chegar ao poder executivo do Estado de Minas.
Destino ou acaso, a FAO decidiu, para este ano, escolher o tema do direito humano à alimentação para este Dia Mundial da Alimentação. Lembramos que direito não é oferta gratuita, mas é conquista, muitas vezes, dolorosa e mortal! Nossa história revela isso: nossos antepassados regaram o chão de nossa terra com muito sangue, enfrentando o poder dominante nas diversas fases históricas que construíram Minas Gerais. Nosso compromisso, portanto, não é apenas com os direitos desta geração que conhecemos, mas daqueles e daquelas que tingiram nossa bandeira de vermelho, e dos que hão de vir, impulsionados por estas nossas pequenas conquistas, continuar a luta pelos direitos humanos de nosso povo.
O plano estadual de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional sustentável é um instrumento de luta, não um troféu para a nossa conquista desse direito. Portanto, o que construímos no papel não terá valor algum se não iluminar e conduzir nossa prática, nos aperfeiçoando na participação popular para a construção de uma sociedade mais humana e para uma política mais humanizadora. Não valerá, de nada, os nossos esforços, se não nos revestirmos deste aprendizado e avançarmos na consolidação de políticas públicas que, de fato, garantam ao nosso povo o direito humano básico, elementar, fundamental de se alimentar adequadamente.
Para encerrar, quero lembrar Josué de Castro. Ao organizar a Associação Mundial de Luta Contra a Fome, a Ascofam, o médico escritor e político tinha bem claro a origem da fome e da miséria, a qual ainda não foi extirpada da nossa sociedade. Por isso, é bom recordar aqui as palavras deste brasileiro que morreu de saudade, no exílio:
“Não somos tão ingênuos nem tão otimistas. Sabemos que estão bem fincadas, nas estruturas econômicas do mundo, as raízes desse problema, que só poderá ser extirpado resolvendo-se, profundamente, resíduos dos tempos do feudalismo e da escravidão”.
**Nota do Areté Educar
Aplaudimos a nossa querida amiga e companheira Suzana Coutinho, pelo brilhante discurso proferido na entrega do Plano Estadual de SANS ao Governo de Minas Gerais, na plenária do CONSEA-MG, no dia 16 de outubro de 2007, dia Mundial da Alimentação.
As suas palavras além de marcar uma profundidade, comoveu os presentes pela originalidade e utopia carregada de sonhos e de vontade de lutar, ficou registrado aos participantes o papel histórioco e revolucionário de cada sujeito, agente, ator e ente, Poder Público e sociedade civil na implantação e monitoramento das políticas de sans na abrangência do estado de Minas Gerais...
Gildázio Santos
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