Édipo pelo avesso
Belo Horizonte recebe, em curta temporada, a peça Óidipous, filho de Laios, do dramaturgo e psicanalista Antonio Quinet
Sucesso de público no Rio de Janeiro, estreia em Belo Horizonte , em curta temporada, nos dias 23 e 24 de maio, a peça Óidipous, filho de Laios – releitura do psicanalista e dramaturgo Antonio Quinet sobre o original de Sófocles Édipo Rei. Encenada pela Cia. Inconsciente em Cena, a peça tem direção de movimento de Regina Miranda e exibe uma vídeo-interferência assinada pela artista plástica mineira Niura Bellavinha. Logo após as sessões, que ocorrem no Teatro Alterosa, sábado às 21 horas e no domingo às 19 horas, Quinet fará um debate sobre a peça.
Segundo Antonio Quinet, Óidipous, filho de Laios propõe uma reflexão sobre o avesso do mito Édipo. “A peça sugere um questionamento sobre a essência do homem, e o caráter trágico desta civilização renegada pela mercantilização generalizada onde tudo tende a ser superficial, descartável e fluido”, nas palavras do próprio diretor.
Ele explica que na adaptação do texto original de Sófocles foi realizada uma “transcriação”. “Este termo, de Haroldo de Campos, é usado para designar a tradução criativa, com todas as licenças poéticas, cujo texto o autor pode reivindicar como original e própria”, explica. “Toda transcriação é necessariamente uma interpretação. A nossa foi efetuada a partir da psicanálise e da filosofia e do ponto de vista do qual pretendemos contar a história: o tema da maldição herdada e a posição de Óidipous de ignorá-la”.
Após três anos de pesquisa, com a colaboração dos professores e pesquisadores Fernando Salis e de Izabela Bocayuva e consultoria do helenista Jean Bollack, Antonio Quinet afirma que chegou a uma versão do texto que foi sofrendo modificações ao longo de 15 meses de ensaios e pesquisa cênica, até a estréia em março deste ano, que ocorreu no Rio de Janeiro (RJ). “Mantivemos os nomes dos personagens e algumas palavras em grego, não só para o espectador provar o sabor da língua matriz, mas para mostrar como o nome de Édipo (Óidipous) pode ser escutado no enigma da Esfinge”.
Teatro e psicanálise
Quinet - cuja formação psicanalítica foi realizada em Paris com Lacan e no Teatro com Amir Haddad, José Celso Martinez Correia, entre outros - é um dos poucos no Brasil a trabalhar a relação entre psicanálise e teatro dentro e fora dos âmbitos acadêmicos. Esta relação está presente em Óidipous, filho de Laios, e de alguma forma em suas peças anteriores X, Y e S: A Abertura do Teatro Íntimo de Strindberg, de 2005; e Artorquato, de 2006. “Posso dizer que é uma proposta bem original, pois não conheço quem articule psicanálise e teatro profissional no Brasil, vi experiências na França e Argentina”, diz. Segundo ele, o teatro e a psicanálise lidam com o mesmo material: os conflitos e a divisão do sujeito com suas questões sobre a existência, o sexo, a morte, a dor, a criação e a relação com o outro. “O teatro leva no real da cena as verdades censuradas do inconsciente”.
Já na academia, Quinet coordena o projeto “Psicanálise e Teatro”, no Mestrado em Psicanálise, Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro (RJ), de onde originou a “Cia. Inconsciente em Cena”, criada por ele em 2007, formada por atores - pesquisadores.
Médico, psiquiatra, psicanalista e doutor em filosofia, Antonio Quinet estudou durante 10 anos na escola de Lacan na França e atualmente é professor convidado do Instituto de Psiquiatria da UFRJ onde desenvolve pesquisa com entrevista de pacientes. Docente de Formações Clínicas do Campo Lacaniano Rio de Janeiro. Autor dos livros "As 4+1 condições da análise" (10ª ed.), "Teoria e clínica da psicose", "A descoberta do inconsciente", "Um olhar a mais", "A lição de Charcot", "Psicose e laço social" e "Artorquato" (Editora 7letras). No exterior publicou "Las condiciones del analisis" (Argentina) e "Un plus-de-regard" (França).
Serviço
Óidipous, filho de Laios
Data: 23 e 24 de maio (sábado e domingo)
Horário: 21 horas (sábado) e 19 horas (domingo)
Local: Teatro Alterosa (Avenida Assis Chateaubriand, 499, Floresta)
R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Mais informações no blog da peça:
http://oidipousfilhodelaios.blogspot.com/
Assessoria de imprensa
Sinal de Fumaça – A comunicação original
Tel: (31) 3264-4404
Sérgio Stockler: (31) 9143-1001 e Aline Ferreira: (31) 8778-1774
e-mail: aline@sinaldefumaca.com.br
Fonte para entrevistas:
Antonio Quinet
Tel: (21) 2294 0786 ou 9329 1001
quinet@openlink.com.br
Ficha Técnica:
Transcriação do texto e direção geral: Antonio Quinet
Elenco: Marcelo Mello, Alexandre Braga, Aline de Luna, André Roman Infante, Carla Stank, Edson Barbosa, Lílian Chalub, Priscila Paraíso, Simone Guimarães, Tarik Vasques e Vinícius Couto.
Composição e direção musical: José Eduardo Costa Silva
Direção de movimento: Regina Miranda
Assistente de direção: Renata Diniz
Cenografia: Antonio Quinet
Figurino: Valéria Naslausky
Vídeo Interferência: “Oidipous Oftalmoi”, de Niura Bellavinha
Vídeo: “A dor de lokaste”, de Fernando Salis
Fotografia: Chico Lima
Iluminação: Éder Nascimento
Preparação vocal: Mateus Costa
Aderecista: Alan Castilhos
Operador de som e: Raphael Oliveira
Operador de vídeo: Erick Santos
Participação em vídeo: Tatiana de Farias e Laura Farias Magalhães
Voz em off: Pedro Lage
Consultoria do grego: Izabela Bocayuva
Produção: Arteiro
Produção Executiva: Erik Santos e André Infante
Patrocínio: Cemig
Apoio: Sinergia
Belo Horizonte recebe, em curta temporada, a peça Óidipous, filho de Laios, do dramaturgo e psicanalista Antonio Quinet
Sucesso de público no Rio de Janeiro, estreia em Belo Horizonte , em curta temporada, nos dias 23 e 24 de maio, a peça Óidipous, filho de Laios – releitura do psicanalista e dramaturgo Antonio Quinet sobre o original de Sófocles Édipo Rei. Encenada pela Cia. Inconsciente em Cena, a peça tem direção de movimento de Regina Miranda e exibe uma vídeo-interferência assinada pela artista plástica mineira Niura Bellavinha. Logo após as sessões, que ocorrem no Teatro Alterosa, sábado às 21 horas e no domingo às 19 horas, Quinet fará um debate sobre a peça.
Segundo Antonio Quinet, Óidipous, filho de Laios propõe uma reflexão sobre o avesso do mito Édipo. “A peça sugere um questionamento sobre a essência do homem, e o caráter trágico desta civilização renegada pela mercantilização generalizada onde tudo tende a ser superficial, descartável e fluido”, nas palavras do próprio diretor.
Ele explica que na adaptação do texto original de Sófocles foi realizada uma “transcriação”. “Este termo, de Haroldo de Campos, é usado para designar a tradução criativa, com todas as licenças poéticas, cujo texto o autor pode reivindicar como original e própria”, explica. “Toda transcriação é necessariamente uma interpretação. A nossa foi efetuada a partir da psicanálise e da filosofia e do ponto de vista do qual pretendemos contar a história: o tema da maldição herdada e a posição de Óidipous de ignorá-la”.
Após três anos de pesquisa, com a colaboração dos professores e pesquisadores Fernando Salis e de Izabela Bocayuva e consultoria do helenista Jean Bollack, Antonio Quinet afirma que chegou a uma versão do texto que foi sofrendo modificações ao longo de 15 meses de ensaios e pesquisa cênica, até a estréia em março deste ano, que ocorreu no Rio de Janeiro (RJ). “Mantivemos os nomes dos personagens e algumas palavras em grego, não só para o espectador provar o sabor da língua matriz, mas para mostrar como o nome de Édipo (Óidipous) pode ser escutado no enigma da Esfinge”.
Teatro e psicanálise
Quinet - cuja formação psicanalítica foi realizada em Paris com Lacan e no Teatro com Amir Haddad, José Celso Martinez Correia, entre outros - é um dos poucos no Brasil a trabalhar a relação entre psicanálise e teatro dentro e fora dos âmbitos acadêmicos. Esta relação está presente em Óidipous, filho de Laios, e de alguma forma em suas peças anteriores X, Y e S: A Abertura do Teatro Íntimo de Strindberg, de 2005; e Artorquato, de 2006. “Posso dizer que é uma proposta bem original, pois não conheço quem articule psicanálise e teatro profissional no Brasil, vi experiências na França e Argentina”, diz. Segundo ele, o teatro e a psicanálise lidam com o mesmo material: os conflitos e a divisão do sujeito com suas questões sobre a existência, o sexo, a morte, a dor, a criação e a relação com o outro. “O teatro leva no real da cena as verdades censuradas do inconsciente”.
Já na academia, Quinet coordena o projeto “Psicanálise e Teatro”, no Mestrado em Psicanálise, Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro (RJ), de onde originou a “Cia. Inconsciente em Cena”, criada por ele em 2007, formada por atores - pesquisadores.
Médico, psiquiatra, psicanalista e doutor em filosofia, Antonio Quinet estudou durante 10 anos na escola de Lacan na França e atualmente é professor convidado do Instituto de Psiquiatria da UFRJ onde desenvolve pesquisa com entrevista de pacientes. Docente de Formações Clínicas do Campo Lacaniano Rio de Janeiro. Autor dos livros "As 4+1 condições da análise" (10ª ed.), "Teoria e clínica da psicose", "A descoberta do inconsciente", "Um olhar a mais", "A lição de Charcot", "Psicose e laço social" e "Artorquato" (Editora 7letras). No exterior publicou "Las condiciones del analisis" (Argentina) e "Un plus-de-regard" (França).
Serviço
Óidipous, filho de Laios
Data: 23 e 24 de maio (sábado e domingo)
Horário: 21 horas (sábado) e 19 horas (domingo)
Local: Teatro Alterosa (Avenida Assis Chateaubriand, 499, Floresta)
R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Mais informações no blog da peça:
http://oidipousfilhodelaios.blogspot.com/
Assessoria de imprensa
Sinal de Fumaça – A comunicação original
Tel: (31) 3264-4404
Sérgio Stockler: (31) 9143-1001 e Aline Ferreira: (31) 8778-1774
e-mail: aline@sinaldefumaca.com.br
Fonte para entrevistas:
Antonio Quinet
Tel: (21) 2294 0786 ou 9329 1001
quinet@openlink.com.br
Ficha Técnica:
Transcriação do texto e direção geral: Antonio Quinet
Elenco: Marcelo Mello, Alexandre Braga, Aline de Luna, André Roman Infante, Carla Stank, Edson Barbosa, Lílian Chalub, Priscila Paraíso, Simone Guimarães, Tarik Vasques e Vinícius Couto.
Composição e direção musical: José Eduardo Costa Silva
Direção de movimento: Regina Miranda
Assistente de direção: Renata Diniz
Cenografia: Antonio Quinet
Figurino: Valéria Naslausky
Vídeo Interferência: “Oidipous Oftalmoi”, de Niura Bellavinha
Vídeo: “A dor de lokaste”, de Fernando Salis
Fotografia: Chico Lima
Iluminação: Éder Nascimento
Preparação vocal: Mateus Costa
Aderecista: Alan Castilhos
Operador de som e: Raphael Oliveira
Operador de vídeo: Erick Santos
Participação em vídeo: Tatiana de Farias e Laura Farias Magalhães
Voz em off: Pedro Lage
Consultoria do grego: Izabela Bocayuva
Produção: Arteiro
Produção Executiva: Erik Santos e André Infante
Patrocínio: Cemig
Apoio: Sinergia
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