FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2010/02/17/
Pesquisa mostra vulnerabilidade da saúde de catadores de material reciclável. Mobilização da sociedade beneficiaria catadores
Uma jornada de trabalho que se estende por, pelo menos, dez horas diárias somada a condições precárias, além de baixa remuneração é o dia a dia de aproximadamente 230 mil homens e mulheres que trabalham como catadores de materiais recicláveis no país. A combinação torna a saúde dessa parcela da população vulnerável a diversos riscos.
A constatação faz parte de um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A autora da pesquisa, a bióloga Jandira Aureliano de Araújo, ex-aluna do mestrado em saúde pública da Fiocruz Pernambuco, afirma que a “invisibilidade pública” a que são submetidos esses trabalhadores tem como consequência uma autoestima prejudicada e o descuido com a saúde.
Para realizar a pesquisa, ela acompanhou durante cerca de um ano a atividade de catadores da comunidade de São José do Coque, em Recife (PE), onde vivem cerca de 1,8 mil pessoas.
Segundo ela, essas pessoas reclamam que ficam à margem da sociedade, que muita gente até se assusta quando os vê revirando latas de lixo próximas a pontos de ônibus, por exemplo, procurando alguma coisa que possa ser reciclada.
“Por isso, embora percebam os riscos aos quais estão expostos por conta do seu trabalho, eles quase não tomam atitudes preventivas, como o uso de equipamento de proteção”.
De acordo com a bióloga, entre as explicações citadas estão a falta de dinheiro para comprar luvas, botas e máscaras e o desconforto que o uso desse tipo de equipamento causa.
“A preocupação maior é trabalhar, é ter aquele dinheirinho garantido, porque para eles o risco de morrer de fome é maior”.
Jandira alerta que esses profissionais enfrentam riscos sérios, já que é comum encontrar entre os entulhos objetos cortantes ou contaminados, como lixo hospitalar.
Na comunidade observada, os catadores ganham de R$ 30 a R$ 50 por semana com a venda do material coletado. Por um quilo de papelão, eles recebem de R$ 0,10 a R$ 0,15.
Mobilização da sociedade beneficiaria catadores de recicláveis
O incentivo das prefeituras e a participação da sociedade para promover a coleta seletiva do lixo beneficiaria catadores de materiais recicláveis, geraria economia aos cofres públicos e reduziria riscos ambientais.
A avaliação foi feita pela bióloga Jandira Aureliano de Araújo, ex-aluna do mestrado em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Pernambuco.
Ela acompanhou durante cerca de um ano a atividade de catadores da comunidade de São José do Coque, em Recife (PE), onde vivem aproximadamente 1,8 mil pessoas.
Segundo a pesquisadora, essa prática ainda não é suficientemente incentivada no Brasil. Ela acredita que se houvesse o descarte correto do lixo, com a separação do material molhado do seco, o orgânico do inorgânico, e principalmente o papel, o produto revendido pelos catadores teria seu valor comercial aumentado.
“As prefeituras economizariam com o transporte do lixo que sobraria, e a condição ambiental também teria ganhos, porque haveria redução dos casos de leptospirose, em função da proliferação dos roedores, e das enchentes, com o entupimento das galerias”, disse em entrevista à Agência Brasil.
De acordo com a bióloga, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que apenas 2% do lixo produzido no país são de fato reciclados e que somente em 8% das cidades brasileiras existe algum tipo de coleta seletiva.
Outro problema enfrentado por esses trabalhadores é a falta de estrutura para fazer a triagem do material recolhido. Segundo Jandira, é comum os catadores levarem o que coletam para dentro de suas comunidades, expondo outros moradores a riscos de contaminação.
Jandira afirma que algumas prefeituras oferecem núcleos de triagem, mas os catadores reclamam que, em geral, não contam com condições adequadas e acabam tendo que fazer outras atividades, como lavar banheiro e cuidar da limpeza do local.
“Assim, preferem levar para suas comunidades e em seguida vender diretamente a depósitos, que têm o inconveniente de pagar menos pelo material”.
Dados do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis indicam que atualmente cerca de 230 mil pessoas trabalham como catadores de material reciclável no país.
Reportagem de Thais Leitão, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 17/02/2010
Pesquisa mostra vulnerabilidade da saúde de catadores de material reciclável. Mobilização da sociedade beneficiaria catadores
Uma jornada de trabalho que se estende por, pelo menos, dez horas diárias somada a condições precárias, além de baixa remuneração é o dia a dia de aproximadamente 230 mil homens e mulheres que trabalham como catadores de materiais recicláveis no país. A combinação torna a saúde dessa parcela da população vulnerável a diversos riscos.
A constatação faz parte de um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A autora da pesquisa, a bióloga Jandira Aureliano de Araújo, ex-aluna do mestrado em saúde pública da Fiocruz Pernambuco, afirma que a “invisibilidade pública” a que são submetidos esses trabalhadores tem como consequência uma autoestima prejudicada e o descuido com a saúde.
Para realizar a pesquisa, ela acompanhou durante cerca de um ano a atividade de catadores da comunidade de São José do Coque, em Recife (PE), onde vivem cerca de 1,8 mil pessoas.
Segundo ela, essas pessoas reclamam que ficam à margem da sociedade, que muita gente até se assusta quando os vê revirando latas de lixo próximas a pontos de ônibus, por exemplo, procurando alguma coisa que possa ser reciclada.
“Por isso, embora percebam os riscos aos quais estão expostos por conta do seu trabalho, eles quase não tomam atitudes preventivas, como o uso de equipamento de proteção”.
De acordo com a bióloga, entre as explicações citadas estão a falta de dinheiro para comprar luvas, botas e máscaras e o desconforto que o uso desse tipo de equipamento causa.
“A preocupação maior é trabalhar, é ter aquele dinheirinho garantido, porque para eles o risco de morrer de fome é maior”.
Jandira alerta que esses profissionais enfrentam riscos sérios, já que é comum encontrar entre os entulhos objetos cortantes ou contaminados, como lixo hospitalar.
Na comunidade observada, os catadores ganham de R$ 30 a R$ 50 por semana com a venda do material coletado. Por um quilo de papelão, eles recebem de R$ 0,10 a R$ 0,15.
Mobilização da sociedade beneficiaria catadores de recicláveis
O incentivo das prefeituras e a participação da sociedade para promover a coleta seletiva do lixo beneficiaria catadores de materiais recicláveis, geraria economia aos cofres públicos e reduziria riscos ambientais.
A avaliação foi feita pela bióloga Jandira Aureliano de Araújo, ex-aluna do mestrado em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Pernambuco.
Ela acompanhou durante cerca de um ano a atividade de catadores da comunidade de São José do Coque, em Recife (PE), onde vivem aproximadamente 1,8 mil pessoas.
Segundo a pesquisadora, essa prática ainda não é suficientemente incentivada no Brasil. Ela acredita que se houvesse o descarte correto do lixo, com a separação do material molhado do seco, o orgânico do inorgânico, e principalmente o papel, o produto revendido pelos catadores teria seu valor comercial aumentado.
“As prefeituras economizariam com o transporte do lixo que sobraria, e a condição ambiental também teria ganhos, porque haveria redução dos casos de leptospirose, em função da proliferação dos roedores, e das enchentes, com o entupimento das galerias”, disse em entrevista à Agência Brasil.
De acordo com a bióloga, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que apenas 2% do lixo produzido no país são de fato reciclados e que somente em 8% das cidades brasileiras existe algum tipo de coleta seletiva.
Outro problema enfrentado por esses trabalhadores é a falta de estrutura para fazer a triagem do material recolhido. Segundo Jandira, é comum os catadores levarem o que coletam para dentro de suas comunidades, expondo outros moradores a riscos de contaminação.
Jandira afirma que algumas prefeituras oferecem núcleos de triagem, mas os catadores reclamam que, em geral, não contam com condições adequadas e acabam tendo que fazer outras atividades, como lavar banheiro e cuidar da limpeza do local.
“Assim, preferem levar para suas comunidades e em seguida vender diretamente a depósitos, que têm o inconveniente de pagar menos pelo material”.
Dados do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis indicam que atualmente cerca de 230 mil pessoas trabalham como catadores de material reciclável no país.
Reportagem de Thais Leitão, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 17/02/2010
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