Unidos contra a fome
Irio Luiz Conti
Com esta afirmação impactante a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) está animando a realização de uma campanha internacional que terá sua culminância no dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação. Trata-se de uma estrategia que visa colher um bilhão de assinaturas (1billionhungry) de pessoas que se indignam e se manifestam contra este flagelo, que em pleno século XXI ainda vitima milhares de pessoas diariamente, e utilizar este abaixo assinado como pressão política para que os governantes adotem políticas consistentes para alterar este quadro global e nos respectivos países.
Mesmo que as cifras demonstrem um pequeno decréscimo do número de famintos no mundo, a fome ainda é uma realidade que precisa mobilizar a humanidade para ações fortes. Os dados recentes da FAO mostram que ainda são 925 milhões de pessoas que padecem de fome crônica neste mundo que tem alimentos para todos, mas que não os distribui equitativamente.
Isso aponta para a necessidade de mudanças profundas nas políticas internacionais relacionadas à alimentação e à nutrição. E dentre elas é preciso haver mudanças no sistema de governança de longo prazo do sistema alimentar mundial, com um Comitê de Segurança Alimentar Mundial no âmbito da FAO que seja representativo e reconhecido como plataforma que catalize efetivamente a coordenação das políticas de segurança alimentar e nutricional no contexto global.
Um Comitê que adote ações fortes contra a especulação alimentar e a aquisição de terras em grande escala por investidores internacionais para o desenvolvimento de monocultivos intensivos que não favorecem à realização do direito humano à alimentação adequada, ao contrário, causam mais fome.
O Observatório Internacional do Direito Humano à Alimentação e Nutrição, que está lançando seu relatório sobre a fome no mundo nesta semana Mundial da Alimentação, demonstra que nos últimos três anos - que coincidem com o período do agravamento da crise do sistema alimentar global - entre 20 e 50 milhões de hectares de terra foram adquiridos por grandes grupos transnacionais na África, Ásia e América Latina, desalojando comunidades rurais e agravando a fome para grandes contingentes populacionais.
Tanto este Observatório quanto a FAO fazem um chamamento forte para que os estados respeitem os tratados internacionais de direitos humanos, monitorem essa expansão das transnacionais e adotem um conjunto de medidas que efetivamente alterem o quadro de pobreza e fome nos países. Para isso os países ricos e aqueles mais estabilizados, como o Brasil que inclusive tornou-se um país referencial no combate à fome, precisam cooperar solidariamente para com aqueles países que historicamente vem sendo os mais penalizados pela fome, seja por razões de calamidades naturais ou por políticas predatórias adotadas internamente ou sofridas por pressões externas.
Portanto, a situação um pouco mais cômoda do Brasil em relação a outros países mais pobres e miseráveis chama o Estado brasileiro e todos nós a ações proativas, tanto no contexto interno quanto internacional, para garantir vida e dignidade para todos e todas.
Irio Luiz Conti é Sociólogo, conselheiro do CONSEA-RS e do CONSEA Nacional e presidente da FIAN Internacional.
Assessoria de Comunicação
(61) 3411.3349 / 2747
www.presidencia.gov.br/consea
ascom@consea.planalto.gov.br
Irio Luiz Conti
Com esta afirmação impactante a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) está animando a realização de uma campanha internacional que terá sua culminância no dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação. Trata-se de uma estrategia que visa colher um bilhão de assinaturas (1billionhungry) de pessoas que se indignam e se manifestam contra este flagelo, que em pleno século XXI ainda vitima milhares de pessoas diariamente, e utilizar este abaixo assinado como pressão política para que os governantes adotem políticas consistentes para alterar este quadro global e nos respectivos países.
Mesmo que as cifras demonstrem um pequeno decréscimo do número de famintos no mundo, a fome ainda é uma realidade que precisa mobilizar a humanidade para ações fortes. Os dados recentes da FAO mostram que ainda são 925 milhões de pessoas que padecem de fome crônica neste mundo que tem alimentos para todos, mas que não os distribui equitativamente.
Isso aponta para a necessidade de mudanças profundas nas políticas internacionais relacionadas à alimentação e à nutrição. E dentre elas é preciso haver mudanças no sistema de governança de longo prazo do sistema alimentar mundial, com um Comitê de Segurança Alimentar Mundial no âmbito da FAO que seja representativo e reconhecido como plataforma que catalize efetivamente a coordenação das políticas de segurança alimentar e nutricional no contexto global.
Um Comitê que adote ações fortes contra a especulação alimentar e a aquisição de terras em grande escala por investidores internacionais para o desenvolvimento de monocultivos intensivos que não favorecem à realização do direito humano à alimentação adequada, ao contrário, causam mais fome.
O Observatório Internacional do Direito Humano à Alimentação e Nutrição, que está lançando seu relatório sobre a fome no mundo nesta semana Mundial da Alimentação, demonstra que nos últimos três anos - que coincidem com o período do agravamento da crise do sistema alimentar global - entre 20 e 50 milhões de hectares de terra foram adquiridos por grandes grupos transnacionais na África, Ásia e América Latina, desalojando comunidades rurais e agravando a fome para grandes contingentes populacionais.
Tanto este Observatório quanto a FAO fazem um chamamento forte para que os estados respeitem os tratados internacionais de direitos humanos, monitorem essa expansão das transnacionais e adotem um conjunto de medidas que efetivamente alterem o quadro de pobreza e fome nos países. Para isso os países ricos e aqueles mais estabilizados, como o Brasil que inclusive tornou-se um país referencial no combate à fome, precisam cooperar solidariamente para com aqueles países que historicamente vem sendo os mais penalizados pela fome, seja por razões de calamidades naturais ou por políticas predatórias adotadas internamente ou sofridas por pressões externas.
Portanto, a situação um pouco mais cômoda do Brasil em relação a outros países mais pobres e miseráveis chama o Estado brasileiro e todos nós a ações proativas, tanto no contexto interno quanto internacional, para garantir vida e dignidade para todos e todas.
Irio Luiz Conti é Sociólogo, conselheiro do CONSEA-RS e do CONSEA Nacional e presidente da FIAN Internacional.
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