No dia 26 de junho, as Nações Unidas lembram e homenageiam as vítimas da tortura. Por isso, Francisco, que sabe o que significa viver em um regime ditatorial que usa a tortura para liquidar a oposição, decidiu abrir o debate sem ter de esperar pelo dia 26. Assim, no dia 22, durante a cerimônia do Ângelus, diante de 100 mil pessoas que encheram a praça da catedral de São Pedro, em Roma, o papa afirmou: “Torturar as pessoas é um pecado mortal, é um pecado muito grave. O dia das Nações Unidas em favor das vítimas da tortura que ocorre no próximo dia 26 não fica limitado à denúncia. A Igreja deve atuar em vez de ficar em cima do muro a olhar. Os cristãos devem se comprometer em colaborar para abolir a tortura e apoiar as vítimas e seus familiares”. Uma declaração que atinge o vergonhoso comportamento de setores da Igreja Católica que, sobretudo, na Argentina, no Chile, no Uruguai, na Bolívia e no Brasil apoiaram os regimes ditatoriais mesmo sabendo que os agentes da repressão praticavam a tortura, matando e fazendo, depois, desaparecer os corpos de suas vítimas. Tal homilia de Francisco não pretende questionar somente o passado. Ela atinge também os civilizados centros prisionais e as policiais europeus, dos Estados Unidos, de Israel, da Rússia, do Brasil, do México, da África do Sul e de tantos outros países, onde muitos jovens morrem no momento da captura ou durante os interrogatórios, vítimas de uma indiscriminada prática da tortura. Neste contexto não podemos esquecer que também os regimes prisionais obsessivos para “terroristas como os de Guantánamo, de Imrali, na Turquia ou de Karameh, em Israel, são um instrumento de tortura que em muitos casos provocam a despersonalização dos presos e, até, a desarticulação das funções cerebrais, alimentando assim a síndrome do suicídio ou a loucura”. Praticamente, Jorge Mario Bergoglio, mais conhecido por papa Francisco, no Ângelus do dia 22, pediu a todos os cristãos para que apontem o dedo não só contra os “Videlas” e os “Pinochets” de ontem. Também pediu para não ficarem calados quando nos comícios eleitorais alguém disser que a tortura é um crime contra a humanidade e, depois, ao voltarem para os seus ministérios, justificarem o uso da tortura para os policiais obterem uma confissão fácil. http://www.brasildefato.com.br/node/28961
quinta-feira, 26 de junho de 2014
26 DE JUNHO: DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A TORTURA E DE SOLIDARIEDADE ÀS VÍTIMAS DA TORTURA
Postado por Gildázio Santos às 09:28:00
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