quinta-feira, 26 de junho de 2014

26 DE JUNHO: DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A TORTURA E DE SOLIDARIEDADE ÀS VÍTIMAS DA TORTURA

No dia 26 de junho, as Nações Unidas lembram e homenageiam as vítimas da tortura. Por isso, Francisco, que sabe o que significa viver em um regime ditato­rial que usa a tortura para liquidar a opo­sição, decidiu abrir o debate sem ter de esperar pelo dia 26. Assim, no dia 22, durante a cerimônia do Ângelus, diante de 100 mil pessoas que encheram a praça da catedral de São Pedro, em Roma, o papa afirmou: “Tor­turar as pessoas é um pecado mortal, é um pecado muito grave. O dia das Na­ções Unidas em favor das vítimas da tor­tura que ocorre no próximo dia 26 não fica limitado à denúncia. A Igreja deve atuar em vez de ficar em cima do muro a olhar. Os cristãos devem se comprome­ter em colaborar para abolir a tortura e apoiar as vítimas e seus familiares”. Uma declaração que atinge o vergo­nhoso comportamento de setores da Igreja Católica que, sobretudo, na Ar­gentina, no Chile, no Uruguai, na Bolívia e no Brasil apoiaram os regimes ditato­riais mesmo sabendo que os agentes da repressão praticavam a tortura, matando e fazendo, depois, desaparecer os corpos de suas vítimas. Tal homilia de Francisco não pretende questionar somente o passado. Ela atin­ge também os civilizados centros prisio­nais e as policiais europeus, dos Estados Unidos, de Israel, da Rússia, do Brasil, do México, da África do Sul e de tantos outros países, onde muitos jovens mor­rem no momento da captura ou durante os interrogatórios, vítimas de uma indis­criminada prática da tortura. Neste contexto não podemos esquecer que também os regimes prisionais obses­sivos para “terroristas como os de Guan­tánamo, de Imrali, na Turquia ou de Ka­rameh, em Israel, são um instrumento de tortura que em muitos casos provocam a despersonalização dos presos e, até, a desarticulação das funções cerebrais, ali­mentando assim a síndrome do suicídio ou a loucura”. Praticamente, Jorge Mario Bergoglio, mais conhecido por papa Francisco, no Ângelus do dia 22, pediu a todos os cris­tãos para que apontem o dedo não só contra os “Videlas” e os “Pinochets” de ontem. Também pediu para não ficarem calados quando nos comícios eleitorais alguém disser que a tortura é um crime contra a humanidade e, depois, ao vol­tarem para os seus ministérios, justifica­rem o uso da tortura para os policiais ob­terem uma confissão fácil. http://www.brasildefato.com.br/node/28961

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