Joana Tavares
De Belo Horizonte (MG)
Mais de 150 pessoas, de diversas organizações sociais – sindicatos, partidos, movimentos sociais, pastorais sociais, estudantes – se reuniram na noite desta sexta-feira (21) em Belo Horizonte para discutir as mobilizações em curso na cidade e no país e tentar traçar formas de atuação conjunta. A próxima manifestação na cidade vai acontecer neste sábado (22) e promete reunir mais de 100 mil pessoas.
“Esse espaço não substitui a assembleia popular, e estaremos lá também no domingo”, explica Bruno Abreu Gomes, médico e diretor do Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (Sindibel), que sediou a reunião.
A maioria das pessoas demonstrou otimismo com a situação atual das mobilizações na capital mineira: “A conjuntura mudou, e mudou pra melhor”, resume Joceli Andreoli, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens e do Comitê do Plebiscito Popular pela redução das tarifas de energia. “Esse é o momento em que precisamos dar um passo a mais na nossa organização, pois as massas estão em disputa”, continua. Na visão de Joceli – e de grande parte das pessoas que se manifestaram – as mobilizações têm pautado temas de interesse popular e cabe às organizações seguir no trabalho de formação e disputa ideológica para que os temas da direita e da mídia não sejam hegemônicos nas palavras de ordem e na condução dos processos.
Um dos elementos destacados como positivos para as lutas em Belo Horizonte foi o histórico de unidade construído há anos em Minas Gerais, que foi catalisado com a greve dos professores em 2011. Por isso a questão da educação – com demandas como o investimento do pré-sal e 10% do PIB, royalties do minério e aumento do salário – foi apresentada como uma das questões centrais para articular o debate.
Mas não é só essa: os direitos da população LGBT, dos negros, dos sem-terra, dos que lutam por moradia e reforma urbana, a redução da tarifa de energia e diversas outras também foram levantadas como bandeiras antigas – e atuais – que precisam ser agitadas e propagandeadas. Todas foram reunidas dentro do conjunto de pautas do Projeto Popular, como fundamentais para serem colocadas nas ruas. O central, na conclusão dos presentes, é organizar, politizar, investir na unidade e no desgaste ao governo estadual e da prefeitura.
Passe livre e Copa do Mundo
Em Belo Horizonte, o primeiro grande ato – que reuniu 8 mil pessoas – aconteceu no sábado (dia 15), após uma coincidência de ato organizado pelo Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (Copac) e da solidariedade às manifestações em São Paulo, contra o aumento das passagens e por melhorias no transporte coletivo.
Apesar de o aumento na capital mineira ter sido realizado no dia 29 de dezembro de 2012, o tema também foi um catalisador dos protestos, e segue na pauta de reivindicações. O prefeito Marcio Lacerda tem anunciado proposta de reduzir em dez centavos a tarifa (o reajuste foi de R$ 0,15; a passagem passou de R$ 2,65 para R$ 2,80), mas as organizações estudantis são contra a proposta. “É uma mixaria isso que ele está propondo. E o projeto de lei dele prevê tirar recursos da saúde. Achamos que ele tem que revogar o último aumento das passagens, porque foi ilegal. Belo Horizonte não pode continuar privilegiando a máfia do transporte coletivo”, afirma Gladson Reis, vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. (confira entrevista na íntegra abaixo).
Gabi Santos, estudante e militante do Copac, explica que houve uma necessidade de ampliar o debate, em locais públicos, e por isso foi organizada uma assembleia popular, e outra está prevista para domingo (23). Segundo ela, a primeira assembleia debateu os temas e decidiu por pautar o passe livre, as denúncias referentes à Copa do Mundo, a PEC 37 e o Estatuto do Nasciturno. (confira entrevista na íntegra abaixo).
A direita caminha
Gladson e Gabi são dois dos militantes que têm percebido – e sofrido – as pressões da direita. Uma foto do líder estudantil circula na internet e já teve, segundo Gladson, mais de 2.500 compartilhamentos, com comentários ultra-conservadores. Gabi tem sido seguida e vigiada por policiais. Mas os dois – e os demais militantes presentes na plenária – estão otimistas frente aos rumos do movimento.
Renan Santos, militante do Levante Popular da Juventude, acredita que a reação de setores da direita, inclusive da mídia, veio da própria natureza das reivindicações, de caráter popular. “Vendo que isso toma uma proporção cada vez maior, a sociedade apoiando, é óbvio que eles vão tentar disputar o movimento. E é isso que estão tentando fazer, de uma semana pra cá”, afirma. “Cabe a nós, movimentos sociais, organizações políticas de esquerda, cabe à gente entrar firme nessa disputa e retomar o movimento para as pautas populares, retomar que o povo vá pra rua lutar pelos seus direitos e necessidades legítimas. Esse é nosso desafio agora”, completa.
O Dia “D”
Além da participação no ato no sábado e na assembleia popular de domingo, as organizações se preparam para o ato do dia 26, quarta-feira próxima, dia de jogo da Copa das Confederações em Belo Horizonte. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), vai fazer greve no dia, e promete colocar a base na rua. Outras categorias se comprometeram com o mesmo. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), trará seus militantes dos acampamentos e assentamentos.
Apesar de ter sido rechaçada por parte dos participantes nas manifestações, as organizações de esquerda acreditam que têm papel central a cumprir no processo. “Toda nossa discussão se resume à luta capital e trabalho. Então o sindicato vai se posicionar do lado do trabalho, do lado da população. Então é uma discussão de quem vai ficar com a riqueza, uma disputa de orçamento. E os sindicatos têm que apoiar isso”, afirma Lindolfo Fernandes de Castro, do Sindicato dos Auditores Fiscais (Sindifisco/MG). “É lógico que gente tem que ter um certo cuidado para não querer impor a pauta da gente, mas somar, passar a pauta e as experiências que a gente vem acumulando”, completa.
Juventude que ousa lutar
Conversamos com militantes de três organizações que têm estado presentes nos atos: Gladson Reis, vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Gabi Santos, do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa; e Renan Santos, do Levante Popular da Juventude.
Confira abaixo as entrevistas.
“A PBH tem que abrir mão dos seus compromissos com empresários e olhar para a juventude e para a população”
ou
“Nós não precisamos ter medo. Temos que fazer nosso trabalho.”
Quem está na rua agora, quem organizou, qual a pauta principal atual?
Gladson Reis- Essas mobilizações vêm acontecendo principalmente porque a juventude nesse momento está sentindo cada vez mais o impacto no bolso dessa crise econômica que nosso país vem sofrendo, o alto custo de vida, de manutenção da juventude nas grandes cidades. Nesse sentido as mobilizações que se iniciaram em São Paulo são de caráter econômico, principalmente no que mais pega a juventude brasileira, que é o transporte coletivo. As mobilizações têm esse caráter. Quem está na rua principalmente é a juventude, a juventude secundarista, a juventude universitária, que por muito tempo, a maior parte dela ficou à margem das mobilizações. É uma inverdade dizer que não existia luta juvenil no nosso país. A juventude sempre esteve nas ruas, a exemplo de Belo Horizonte. Há um ano, conquistamos a meia passagem para todos os estudantes do ensino médio, nos fizemos presentes, em solidariedade massiva à greve dos professores da rede estadual. E na luta por direitos, seja acesso à cultura, acesso à educação. A juventude vive ocupando as cidades.
São essas organizações da juventude que estão convocando os atos?
Aqui em Belo Horizonte temos uma conjuntura importante, pois há três anos foi criado o Comitê Popular dos Atingidos pela Copa, que vem fazendo as convocações dos atos. Foi aprovado isso em uma ampla assembleia, horizontal, da qual participaram mais de mil jovens, trabalhadores, que participaram e definiram os rumos desse protesto. Principalmente para garantir que as revoltas não sejam inconsequentes e que não garantam conquistas. Achamos que é fundamental utilizar desse espaço nesse momento em que estamos agora, para a juventude conseguir conquistas, como a redução do preço da passagem. Tivemos uma vitória importantíssima, que foi a revogação pelo STF da proibição de fazer manifestações nas ruas de Belo Horizonte. Nesse sentido a juventude vai ocupando cada vez mais a cidade e garantindo seus direitos.
Como é avaliada a proposta do prefeito Marcio Lacerda em reduzir em dez centavos o preço da passagem de ônibus? (No dia 29 de dezembro de 2012, a tarifa de ônibus subiu de R$2,65 para R$ 2,80).
Somos contra. É uma mixaria isso que ele está propondo. E o projeto de lei dele prevê tirar recursos da saúde. Não achamos justo, principalmente depois da última epidemia de dengue, tirar dinheiro da saúde para garantir o lucro dos empresários. Achamos que ele tem que revogar o último aumento das passagens porque foi ilegal e nesse sentido a Prefeitura tem que tomar essa decisão política. Em São Paulo, no Rio e em outras capitais foi revogado o aumento e Belo Horizonte não pode continuar privilegiando a máfia do transporte coletivo.
Existe alguma articulação do movimento pela redução das passagens entre os estados?
Atualmente está desarticulado, mas em todo lugar existem movimentos organizados, principalmente vanguardeados pelas entidades estudantis, pelos movimentos urbanos como o Movimento Passe Livre (MPL) e a Ames [Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande Belo Horizonte] aqui em Belo Horizonte. E vários outros movimentos compõem essa luta.
Por que o aumento da tarifa no final do ano passado é considerado ilegal?
Primeiro, não tinha justificativa. A PBH atendeu a um pedido dos empresários, e há mais de 20 anos não temos auditoria das contas das empresas de transporte coletivo, para explicar o porquê dessas contas. Achamos fundamental abrir essas planilhas. É possível ter uma redução da passagem aqui em Belo Horizonte. Tem muita máfia, que inclusive financiou campanhas, do prefeito, do governador, de vereadores. A PBH tem que abrir mão dos seus compromissos com empresários e olhar para a juventude e para a população.
E como você tem visto a movimentação da direita nas manifestações em BH?
A direita está fazendo o que sempre fez. Vivemos um processo de luta de classes em nosso país. E na luta de classes a direita se organiza. O que não podemos esquecer – e precisamos fazer inclusive autocrítica – é que setores da esquerda têm que ocupar mais as ruas, têm que voltar. Os sindicatos têm que sair da burocracia e ir para porta de fábrica, as entidades estudantis, como a UNE e a UBES, têm que abrir mão da defesa integral do governo federal e ser mais crítica diante dos problemas. É dessa forma que vamos enfrentar a direita. O discurso apartidário, esse discurso conservador, não é novo. Fernando Collor de Mello, quando venceu, usou esses discurso: 'vista a bandeira do Brasil e deixe a bandeira vermelha de lado'. A questão das bandeiras, da nossa organização, não podemos abrir mão. As entidades estudantis, as organizações juvenis não podem fazer isso, é um direito constitucional. Nossas bandeiras são um símbolo da luta popular. É vermelha porque vários derramaram sangue por essa causa. Não podemos deixar o sangue dos nossos irmãos que morreram, nossos amigos, companheiros, ter sido em vão. É muito importante ocupar as ruas. E boa parte da juventude está aberta. Porque a direita defende uma política elitista. Nós não precisamos ter medo, de um novo golpe. Temos que fazer nosso trabalho.
Você tem sido uma das vítimas de ameaças dessa direita. O que tem acontecido?
Estou sofrendo várias ameaças, pela internet. Mais de 2.500 compartilhamentos da minha foto, com comentários de extrema direita. Acho que isso é para tentar intimidar. Mas não intimida, porque não existe um líder desse processo, existem ativistas, que estão na luta sempre. Podem acabar com um ativista, acabar com outro, mas a luta vai continuar.
“Eles têm dinheiro, mas a gente tem ideal. Temos que ganhar na ideologia”'
Quais as pautas do Copac que estão consenso nessass manifestações?
Gabi Santos - O Copac vem se organizando desde 2010, com pautas referentes à Copa do Mundo, de denúncia e de investigação das irregularidades da Copa. Temos ido às ruas para reivindicar as pautas de retirada compulsória de moradores de rua, a pauta do transporte também. Além do desvio das obras de transporte para a Copa, a cidade vai proporcionar transporte gratuito para quem vai participar da Copa, que não é nossa, que não vamos ser nós, e restringe toda uma área da cidade em prol de uma empresa privada internacional, que é a FIFA. Isso é um absurdo, são obras que têm milhões de irregularidades, e temos pautado isso com mais força.
Como tem sido o processo de organização, a construção de assembleias populares?
No sábado, dia 15, a gente tinha puxado uma “Copelada”, que era uma pelada para todos. Uma pessoa propôs uma reunião, nesse evento, para o ato do passe livre que ia acontecer depois. Acontece que essa reunião teve uma repercussão muito grande, e acabou virando o primeiro ato, com oito mil pessoas. A gente já tinha outra atividade marcada para segunda-feira, então o segundo ato foi convocado junto com essa atividade da segunda, que era um dia de jogo. A partir daí a gente começou a perceber a necessidade de ampliar o debate, em locais públicos, com convocação pública na cidade pra gente tentar organizar um pouco o processo, tentar entender. Porque as pautas que foram surgindo durante as manifestações foram muitas. Também para as pessoas entenderem o que estava acontecendo, o que é o Copac, porque puxar esse tipo de evento. A partir da terça-feira começamos então a fazer assembleias abertas para poder tentar debater o movimento, tanto do passe livre, como as ações da Copa, e outras pautas mais emergentes que têm surgido. Nessa assembleia saiu então, além das pautas do passe livre e da Copa, a questão da PEC 37 e o Estatuto do Nasciturno. São pautas mais emergentes, que a gente consensuou e que agora estão na pauta dos próximos atos.
Você acha que essas manifestações e as assembleias podem deixar um saldo organizativo, quem participa pela primeira vez pode voltar?
Pode. E isso vai depender também de como a gente vai conduzir esse processo. A gente que falo são os militantes mais antigos, as pessoas que têm mais experiência na militância social. A gente percebe que tem muita gente querendo participar e que as pessoas estão perdidas. Temos sido procurados por várias pessoas, que estão tentando entender ainda o processo, as pautas... E a gente vê um interesse grande quando começa a dialogar e colocar os posicionamentos. Cabe a nós agora tentar conduzir esse processo, que pode ter um saldo muito positivo pra gente, ou não, dependendo da forma como isso for acontecendo.
E como você tem visto a movimentação da direita, a coisa da negação dos partidos?
A direita tem se apropriado cada vez mais desse discurso. Hoje tive notícia de uma denúncia de que a direita está pagando gente para chegar antes no ato e pintar as pessoas de amarelo e verde, com bandeira do Brasil e nariz de palhaço, o que, na minha visão, é uma alusão ao processo de impeachment do Collor, o que pode despertar nas pessoas como um 'fora Dilma'. A gente vê esse discurso de culpabilização do governo federal da situação do país, que é uma construção de muito tempo. O que está acontecendo agora é que as coisas estão eclodindo. Mas vejo a direita se apropriando disso com muita vontade. Vimos nazistas infiltrados no movimento, gritando 'Anauê' na Praça Sete, tem o movimento do 'fora partido', puxado por pessoas de partidos, como o PSDB. Agora há uma disputa a ser feita. É uma disputa um pouco desleal, porque eles têm dinheiro, até para pagar pessoas, e a gente não tem. Mas a gente tem ideal. Então temos que ganhar na ideologia.
Você também foi ameaçada? O que aconteceu?
Sim, estou ameaçada. Na terça-feira recebi um telefonema de um amigo, que disse que uma fonte confiável informou que eu e outras pessoas do movimento estávamos com telefones grampeados, redes sociais grampeadas e mapeadas. No caminho para o ponto de ônibus, fomos seguidos por um homem. E também no ponto de ônibus. Nos dividimos em dois táxis, e no outro dia, quando fui pra casa, percebi que tinha um policial civil parado do outro lado da rua. Quando abri o portão, ele tirou o celular do bolso e telefonou pra alguém. Em menos de um minuto, apontava um outro homem, de colete preto e listras verde-amarelas, que começou a me observar e apontou para minha casa. Foi uma espécie de sinalização: 'sei que você mora ali'. Não voltei pra casa e depois fui ao Ministério Público, onde fiz a denúncia da perseguição. Hoje fui seguida novamente, e um homem fotografou o prédio em que entrei. Denunciei também na Comissão de Direitos Humanos, e estão investigando o caso.
“Precisamos agitar as pautas que a sempre agitou e aproveitar esse momento para avançar nas conquistas”
Como vocês estão vendo essas ações como potencial para diálogo com a juventude?
Renan Santos - Pra gente que é militante de movimento social, esse é o momento que a gente sempre quis que acontecesse, que o povo fosse pra rua reivindicar seus direitos. Principalmente pra gente do Levante, é muito massa ver a juventude na rua. É o que a gente sempre quis, a gente sempre incentivou a juventude a fazer, mas vivemos um momento em que isso não vinha sendo possível. E agora, pelos atos em Porto Alegre, em São Paulo, com a pauta da tarifa, o movimento – que nasce popular, que nasce do povo – toma uma dimensão nacional. E aí leva a juventude pra rua no Brasil inteiro e se massifica. Ao se massificar, a direita, a mídia, vê que aquilo pode se tornar uma ameaça. Pautar a diminuição do preço da passagem nos grandes centros é ser contra o interesse deles. Vendo que isso toma uma proporção cada vez maior, a sociedade apoiando, é óbvio que eles vão tentar disputar o movimento. E é isso que estão tentando fazer, de uma semana pra cá. A mídia, a direita, os partidos de direita entraram pesado para disputar esse povo, essa juventude que está indo pra rua pela primeira vez. Essa geração que está na rua agora não tinha feito isso. Então é natural que eles não tenham referência política, não tenham lideranças.. e a direita então joga pesado e nesse momento está ganhando a disputa. Cabe a nós, movimentos sociais, organizações políticas de esquerda, cabe à gente entrar firme nessa disputa e retomar o movimento para as pautas populares, retomar que o povo vá pra rua lutar pelos seus direitos e necessidades legítimas. Esse é nosso desafio agora.
O Levante é uma organização de juventude presente em todos os estados onde estão acontecendo manifestações. Tem tido alguma articulação entre essas experiências?
O que a gente viu até agora é que há uma concordância na leitura em todos os estados, a gente está vendo os mesmos fenômenos acontecerem em várias cidades, e estamos atuando da mesma forma. Que é ir pra rua, estar ao lado da juventude nesse momento, colocando as pautas do Projeto Popular, como a educação, o transporte decente, questionar os gastos da Copa. Precisamos ficar ao lado da galera, agitando as pautas que a sempre agitou e tentando aproveitar esse momento para avançar nas conquistas.
O Levante tem tido uma aceitação, mesmo com a rejeição a algumas bandeiras de organizações políticas. Como vocês vêm isso?
A gente é um movimento novo, não devemos nada a ninguém. Outras organizações são mais conhecidas, é natural que a direita as ataque primeiro. Mas também o Levante tenta fazer esse diálogo com a população de uma forma diferente do que a esquerda vinha fazendo. Acho que isso é acertado nesse momento. O povo, pelo trabalho da direita durante décadas, não aceita práticas clássicas, vamos dizer assim, da esquerda. E o Levante, desde que surgiu, tenta trazer novas formas, músicas, agitação, bateria, teatro, dança, pra rua.
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