domingo, 30 de setembro de 2007

Agricultura Urbana e Periurbana - Tema da Semana

Agricultura Urbana e Periurbana

O tema gerador dessa semana em nosso Blog Arete Educar será Agricultura Urbana e Periurbana. Comunicamos aos nossos leitores que priorizaremos esse tema para postar: textos, fotos e imagens. Faremos cobertura do Seminário Estadual em Belo Horizonte, dias 02 e 03 de outubro. Seguiremos essa proposta, ter um tema gerador em cada semana, com o objetivo de nos orientarmos e consequentemente aprimorar o conteúdo e oferecer qualidade e dinamismo.
Não significa que deixaremos de postar os outros temas, mas teremos como Eixo Central aquele que definimos como prioridade naquela semana.

Boa visita e Volte sempre...

Gildázio Santos
Editor do Areté Educar



sábado, 29 de setembro de 2007

Tradições Culturais de Juiz de Fora

Recebi um e-mail pedindo para divulgar a cultura de Juiz de Fora, tenho um compromisso de divulgar o que é bom e alternativo,
Com alegria, disponibilizo aos meus visitantes essas pérolas...
Atenciosamente,

Gildázio Santos
Editor do Areté Educar


JUIZ DE FORA TEM TRADIÇÃO DE POSSUIR GRANDES POETAS E TROVADORES QUE SEMPRE A REPRESENTARAM EM CONCURSOS NACIONAIS, ONDE FORAM PREMIADOS COM OS PRIMEIROS LUGARES.

HOJE, VAMOS NOS LEMBRAR DE ALGUNS DELES E PRESTAR-LHES UMA HOMENAGEM.

Passa por mim, não me vê...
- Talvez não me olhe jamais...
Não me conhece porque
Eu a conheço demais!

Manuel de Oliveira Costa

MUSEU MARIANO PROCÓPIO
CALÇADÃO DA RUA HALFELD


Relógio, legado antigo
Que minhas horas recorda...
Quem lhe dará corda, amigo,
Quando acabar minha corda?...

José Carlos Lery Guimarães

NESTE MEU TRISTE VIVER
A SOLIDÃO É TAMANHA
QUE SÓ ME FALTA PERDER
A SOMBRA QUE ME ACOMPANHA

J.C.LERY GUIMARÃES

CINE TEATRO CENTRAL - PLATÉIA

Na hora incerta do revés,
Pensa o marido nas ruas:
- Bebo duas... volto às dez
Ou bebo dez...volto às duas?

OSWALDO MASCARENHAS

ACADEMIA DE COMÉRCIO

SÃO MATEUS – AVENIDA INDEPENDÊNCIA


Ao ver a diversidade
Entre as cores raciais
O sol, clamando
igualdade,
Fez nossas
sombras iguais.

Cezário Brandi Filho

Morre Cristo, o palestino,
E, na vida transitória,
A história do seu Destino
Muda o destino da história

HEGEL PONTES

ESPAÇO MASCARENHAS
BELMIRO BRAGA

Quantas vezes, junto a um jazigo,
Alguém murmura de leve:
- Adeus para sempre, amigo!
E o morto diz: - Até breve!...

Escola Normal

Voltaste enfim e eu confesso
Que já prevejo, querida,
Na alegria do regresso,
Novo adeus de despedida

Célio Grunewald

IGREJA MELKITA

Para ter com quem falar,
A velhinha sem ninguém
Vai ao padre confessar
Os pecados que não tem...

José Carlos Lery Guimarães

MIRANTE DO CRISTO

A saudade é simplesmente,
Um claro espelho encantado,
Mira-se nele o presente,
E ele reflete o passado.

Geralda Armond

EstaçãoFerroviária

PARQUE HALFELD

Não há criança vadia...
E as que esmolam a teus pés
São anjos que Deus envia
Para saber quem tu és.

Roberto Medeiros

Se os elos de nossos braços,
Não mais se unirem na vida,
Seremos sempre pedaços
De uma corrente partida.

Cezário Brandi Filho

Bom Pastor

JUIZ DE FORA – VISTA PARCIAL

NO BUTECO DO ZÉ GALO
TANTA SUJEIRA SE AGRUPA
QUE ATÉ NO BIFE À CAVALO
VEM MOSQUITO NA GARUPA

Messias da Rocha

Meu barracão na favela,
Onde vou vivendo ao léu,
Na moldura da janela
Não tem vidraça; - Tem céu!

José Antonio Jacob

RIO PARAIBUNA – À NOITE

LAGO DO MUSEU MARIANO PROCÓPIO

Na Vila Rica de então,
Quis o destino imprevisto,
Que um pobre artista sem mão
Esculpisse as mãos de Cristo.

Dormevilly Nóbrega

É NOITE LÁ NA FAVELA
E O VENTO COM FORTE RUMOR
APAGANDO A LUZ DA VELA
ACENDEU A CHAMA DO AMOR

HEGEL PONTES

1ª USINA HIDROELÉTRICA DA A.SUL

Pobre Maria – dizem que ela é louca –
Desvive por aí, pela cidade,
Trazendo sempre maldições na boca,
Retrata ao vivo a filha da orfandade.

Esquálida, de voz um tanto rouca,
Era um comício contra a sociedade.
Repartindo a comida que era pouca,
Até aos cães fazia caridade.

Um dia, em nome dos costumes, penso,
Foi presa pelos homens de bom senso,
Esquecidos de sua enfermidade...

Maria, resmungando maldições,
Julgada louca, tem suas razões
De achar mais louca a própria Sociedade.

MARIA LOUCA

ROBERTO MEDEIROS

ANTIGA PREFEITURA

A Beleza da Reforma Agrária em Brumadinho Minas Gerais

Nesta Semana realizemos um seminário sobre agricultura urbana e Periurbana, 02 e 03 de outubro, conforme já divulgado aqui pelo areté educar, para reforçar essa cadeia produtiva de cidadania, trago aqui um texto de uma vivência e denúncia de nosso amigo e profeta Frei Gilvander Moreira, militante da esperança e de um novo mundo possível.

Gildázio Santos
Educador Popular

Assentamento Pastorinhas: uma estrela guia
Frei Gilvander Moreira

"As colunas da injustiça sei que só vão desabar quando o meu povo, sabendo que existe, souber achar dentro da vida o caminho que leva à libertação!" Thiago de Mello

Dia 22 de setembro de 2007, em um grupo de dez pessoas, visitamos o Assentamento Pastorinhas, um dos inúmeros locais onde a reforma agrária mostra sua beleza. Saímos de lá em estado de graça, convictos de que o reino de Deus está ali e que uma estrela guia brilha sobre e a partir daquelas pessoas. Por isso, queremos partilhar um pouco da beleza que vimos e experimentamos lá.

Há cinco anos atrás, 120 famílias de trabalhadores rurais sem-terra acamparam na beira de uma Fazenda de 156 hectares, área do condomínio da Família Menezes, no município de Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte. Queriam ocupar a Fazenda que estava improdutiva, mas devido à Medida Provisória 2183/01, de FHC e mantida por Lula até hoje, não ocuparam a fazenda, porque tal MP proíbe vistoriar propriedades ocupadas por sem-terra. Eis um dos entraves autoritários e inconstitucionais que permanecem vigentes no Governo Lula.

Foram três anos debaixo da lona preta, "comendo poeira", sofrendo pressões de poderosos da região. Foram despejados duas vezes. Ficaram no meio das voçorocas do Tejuco, provocadas pela mineradora MBR e no meio de pó do britador da Mineradora Vale do Rio Doce.

Cansados de esperar que o INCRA vistoriasse a Fazenda e a desapropriasse ou a comprasse, há dois anos atrás, já ligados ao MST, ocuparam a Fazenda que recebeu um nome: Assentamento Pastorinhas, em homenagem às mulheres que são, de fato, pastorinhas, " o bicho mais forte e resistente que existe", diz uma assentada.

Hoje o Assentamento Pastorinhas é formado por uma comunidade de 20 famílias, oriundas de 12 municípios e de quatro estados diferentes da federação, o que configura uma grande diversidade cultural. As outras 100 famílias não agüentaram o tranco e acabaram desistindo. Foram seduzidas pelas ilusões e tentações da cidade grande. Hoje estão sobrevivendo nas favelas no meio da guerra civil (não declarada). Várias famílias se arrependeram de ter desistido da luta. Não seguiram o exemplo de Leila Maria Rodrigues, do Acampamento do MST Estrela dos Mártires, em Carmo da Mata/MG, que sempre diz, irradiando felicidade: " Enquanto existir uma lona preta e quatro bambus, estarei longe da burguesia e da violência urbana."

Quando o então juiz da Vara Agrária, Renato Dresch, chegou para visitar a terra ocupada, as famílias já tinham plantado hortaliças nos 14 hectares que estavam, antes, com capim brachiara. Tudo em mutirão e trabalho coletivo. O juiz ficou sensibilizado e não autorizou a expulsão das famílias. O INCRA, pressionado pelo Movimento dos Sem Terra, comprou a fazenda e fez concessão de uso para as 20 famílias que, após cinco anos, se quiserem adquirir a propriedade da terra, terão de pagar o valor da mesma.

Ainda continuam sobrevivendo em barracos de lona preta, porque os únicos créditos que puderam acessar até agora foram o PSA de R$ 180,00 e o PEA de R$2.400,00 por família. O crédito habitação - 5 mil reais - está parado no Banco do Brasil, há um ano, por falta de licença ambiental do Instituto Estadual de Floresta - IEF. Alega a autarquia que não sabe qual é o bioma da região, se Mata Atlântica ou mata de cerrado. (Revoltante é que para desflorestar para minerar não há o entrave do bioma para a Vale do Rio Doce!) Esse entrave acaba tornando mais dura a labuta dos/as trabalhadores/as e dos seus filhos/as. " Trabalhamos de 7 da manhã às 18 horas e ainda não podemos chegar em casa e tomar um banho quente por falta de uma casa e de energia", desabafa Valéria, uma das lideranças do Assentamento, que fez o curso de Técnica Agrícola na Escola Helena Antipoff. Dona Helena, mulher judia que, após se refugiar no Brasil para fugir da fúria nazista, fez um extraordinário trabalho de resgate da dignidade humana na região de Brumadinho perpetua-se no trabalho das Valérias pastorinhas.

Quando lá chegaram, 142 hectares eram de mata fechada que continua intacta; os outros 14 hectares já estavam desmatados e usados só pela monocultura do capim. A única árvore frutífera que encontraram lá foi um pé de abacate. Acabou virando um monumento preservado pelos Sem Terra. A fazenda estava abandonada. Não cumpria sua função social. Hoje, já plantaram, entre outras frutas: amora, jabuticaba, acerola, maracujá, goiaba, pêssego, laranja, banana, manga, mexerica, tudo nas laterais das vias de trânsito, nos 14 hectares totalmente ocupados com verduras e legumes. Optaram por plantar à beira dos caminhos para não ter de desmatar mais. A mata fechada preservada abriga 16 colméias que produzem mel nas floradas do assa-peixe, do cipó São João e da copaíba, que resulta em um mel medicinal.

Se o INCRA não tivesse comprado a terra e repassado para os Sem Terra, provavelmente, a fúria infinita das mineradoras já estaria detonando o santuário ecológico que são os 142 hectares do Assentamento Pastorinhas. " Se não mudarmos o modelo econômico, daqui a 15 anos a fome e a miséria vão assolar a região de Brumadinho, pois aqui só tem mineração para mais 15 anos. Enquanto tem mineração, há poucos empregos, assistência social para os excluídos e uma grande campanha publicitária das mineradoras que tentam convencer o povo que mineração é coisa boa, mas sabemos que minério só dá uma safra e que agricultura familiar, com adubação orgânica e agroecológica, em trabalho coletivo, conforme fazemos, é o que pode nos dar infinitas safras, pois lidamos com a terra considerando-a mãe, viva e sagrada", alerta uma assentada.

"Nossos filhos estavam anêmicos, mas foi só começarem a comer os alimentos produzidos com adubação orgânica e agroecológica, graças a Deus, estão todos bem nutridos, o que é atestado pela Pastoral da Criança ", informa-nos, feliz da vida, uma outra assentada. Acrescenta, "a principal parceira que temos, hoje, é a Escola Balão Vermelho. Tudo começou com o professor Edinaldimar Barbosa da Silva, professor de Geografia da Escola que já tinha experiência de trabalho com os indígenas Xacriabás. Estudantes e professores do Balão Vermelho vieram nos visitar. Viram um atravessador saindo com uma camionete lotada de verduras. Dissemos a eles que nosso sonho era organizar uma rede solidária, onde nós, pequenos produtores, pudéssemos vender diretamente para os consumidores sem ter que passar por atravessadores. Começamos a vender todas as segundas-feiras, das 10hs às 13:30hs na porta da Escola Balão Vermelho. Começamos atendendo 40 famílias e hoje já atendemos umas 120. Além de duas feiras livres, vendemos também para prefeitura de Contagem que distribui para creches e asilos. Estamos ampliando nossas parcerias ."

Há dois anos que as famílias do Pastorinhas não recebem mais nenhuma cesta básica e nem estão no bolsa família do governo Lula. Pelo contrário, doam verduras para creches, asilos e para as duas escolas onde as 30 crianças do assentamento estudam. Após irem a pé, na poeira sob o sol ou no barro sob chuva, com muita luta, conseguiram que a prefeitura enviasse um microônibus para levar as crianças para a escola que fica lá na cidade.

As 30 crianças do Assentamento estão fazendo a diferença nas duas escolas onde estudam. Ana Clara, 7 anos, sempre quando é questionada sobre o futuro, aprendeu com a vida a responder: " Quando eu crescer, quero ser Sem Terra como mamãe e papai. Aliás, já sou Sem Terrinha." Maria Alice, que cursa quinta-série, disse que a professora lhe perguntou quem tinha descoberto o Brasil. Ela respondeu: "Foram os índios. Pedro Álvares Cabral explorou e escravizou ." Ela é uma líder da turma. Já conseguiu até organizar a turma para exigir a troca de uma professora que estava deixando muito a desejar.

Além de produzirem milho, feijão, arroz, mandioca, ovos e frango caipira, estão plantando mais de 30 variedades de hortaliças e legumes: inhame, chuchu, jiló, pepino, abobrinha, acelga, agrião, alecrim, alface de diversos tipos, alho poró, almeirão, beterraba, brócolis, cebolinha, cenoura, serralha, chicória, coentro, couve, couve-flor, espinafre, manjericão, mostarda, pimentão verde, quiabo, rabanete, repolho, rúcula, salsa, taioba, tomate cereja. Que diversidade! Tudo com adubação 100% orgânica e agroecológica. Mais: com trabalho coletivo e em um profundo espírito socialista.

O Assentamento Pastorinhas é "um oásis no meio do deserto", pois de um lado, um fazendeiro, proprietário de Faculdade da região, passou tratores em cima da mata fechada e plantou capim. Derrubou a cerca que fazia a divisa com o assentamento e alegou para o IEF que a mata do assentamento Pastorinhas era reserva da fazenda dele. Diz ter seguido orientação da polícia para se livrar de uma grande multa. Um ano já se passou e ainda não refez a cerca. Do outro lado estão as voçorocas e as crateras deixadas pela MBR na mina do Tejuco. Os tratores e as escavadeiras da Cia Vale do Rio Doce roncam dia e noite em várias minas arrancando das entranhas da mãe terra o minério que é exportado pelo mesmo preço da água no mercado internacional. As mineradoras, liderada pela Cia Vale do Rio Doce, dizem ter concessão de lavra sobre quase todas as terras da região.

Depois de ver tudo isso, saímos com o desejo de responder "a todo pulmão" àqueles que ainda dizem que a reforma agrária não dá certo. Quem ainda duvida, basta olhar do alto do Assentamento Pastorinhas. De um lado os empreendimentos capitalistas, que "prometem" gerar muitos empregos, mas deixa atrás de si uma enorme destruição e fecha as portas do futuro. Do outro lado, pessoas que criaram e estão tornando efetivas as oportunidades de trabalho e renda para vinte famílias, tornando-as cada vez mais comprometidas com a comunidade e com o futuro não apenas de seus filhos, mas os de todos, inclusive os filhos de pais de alto poder aquisitivo, que agora estão comendo alimento saudável. Comprometidas também com a preservação dos bens naturais, especialmente solo e água, e apostando em atividades que não dão uma safra só. Benditas todas as mãos que hoje semeiam e colhem naquele solo sagrado. Bem aventurados os que podem ver com os olhos e vêem uma forma de vida tão antiga e tão promissora nesses dias em que o anúncio de morte tem dominado a maioria dos espaços da metrópole.

Após horas de caminhada por entre as hortaliças e legumes, no almoço comunitário, feito com muito amor por "pastorinhas", saboreamos a gostosura que nossos olhos já tinham contemplado. Inesquecível! Muito melhor que ler este texto é ir lá ver com os próprios olhos. Quem vê fica tão feliz que se torna parceiro. "Vinde e vede!", gostava de dizer o camponês, filho do carpinteiro lá de Nazaré.

Frei Gilvander Luís Moreira, e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br

Cf. também www.gilvander.org

Belo Horizonte, 23/09/2007, início da primavera.

Situada na Av. Bandeirantes, 800, bairro Mangabeiras, CEP: 30.315-000, Belo Horizonte/MG, tel.: 031 3281-7799, fax.: 031 3223 4545, http://www.balaovermelho.com.br/

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Encontro de Comunidades de Resistência

Aretê Cidadadia:

Periferia Organizada Direitos exigidos e conquistados:

Apoiamos as diversas lutas das comunidades de resistência, pois é dessa restistência popular que nos fazemos na temosia de cada dia.
Gildázio Santos

Encontro de Comunidades de Resistência

06 de outubro 10h
Centro Cultural da UFMG
Rua Santos Dummond, 174, centro - BH

O Encontro de Comunidades de Resistência da Grande BH têm como objetivos:
Criar uma pauta de reivindicações e uma agenda de atividades unificada sobre a Reforma Urbana, a partir da articulação das comunidades de periferia da Região Metropolitana de BH.
Retormar o debate sobre o trabalho de base, através da organização de Assembléias Populares nas comunidades.
Debater o papel das rádios comunitárias, da juventude e da cultura na organização do povo da periferia.
Criar uma rede de entidades e movimentos em torno da luta contra a criminalização da pobreza e pela reformulação do Sistema Prisional Brasileiro.

Programação

10:00 h - MESA DE ABERTURA

Fala dos representantes de Comunidades de Periferia da Grande BH

10:45 h Exposição: IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO DAS PERIFERIAS URBANAS

Expositores: Membros de entidades que apóiam a luta urbana em BH

11:45 h Lançamento: CONSTRUINDO A PLATAFORMA DO PODER POPULAR!

12:00 h Almoço cultural

13:00 h Homenagem ao líder socialista Ernesto Che Guevara : 40 anos de sua morte.

13:15 h GRUPOS DE TRABALHO

Grupo 1: Reforma Urbana: Desafios dos Movimentos Urbanos na região Metropolitana

Grupo 2: Comunicação Popular: Rádio Caracol, uma alternativa de comunicação em BH.

Grupo 3: Juventude: Organizar a juventude de periferia!

Grupo 4: Cultura: Arte e Cultura á serviço da emancipação do povo.

Grupo 5: Sistema Prisional: Futuro Além das Grades, uma crítica ao sistema prisional brasileiro.
15:15 h - Intervalo

15:30 h LEITURA DOS RELATÓRIOS DOS GRUPOS E ENCAMINHAMENTOS FINAIS DO ENCONTRO.

16:00 h Apresentação Teatral: TEATRO DO OPRIMIDO DE VITÓRIA
Apoio:
Centro Cultural da UFMG
Casa Palmares
Projeto "Futuro Além das Grades"
FASE-SAAP

Realização

Brigadas Populares
Pátria Livre- Poder Popular

O ensino de filosofia a partir da Literatura infantil

O ensino de filosofia a partir da Literatura infantil

Daniel D. Schlottfeldt1

O trabalho com a literatura infantil, na construção do pensar, pode ser uma alternativa para o despertar filosófico. Clássicos da literatura como "O pequeno príncipe" , "O mundo de Sofia" e o livro das "Fábulas", de Esopo, constituem-se de alguns dentre os tantos existentes. Servem de reflexão, despertando o conhecimento e o senso crítico. Estes livros indicados serão nosso objeto de análise neste trabalho, com o objetivo de despertar no educador a importância da literatura na construção do pensar e também do seu conteúdo filosófico. Para tanto, é importante que tais livros, destacados anteriormente, sejam analisados com cuidado para que sua real lição e moral, não sejam "tangenciados". Assim, como podemos visualizar sua real lição?

Partiremos do tratamento dado à leitura, em especial, para a literatura. Podemos observar, atualmente, um grande desinteresse da juventude com a literatura: seja ela infantil ou literatura brasileira, esta, obrigatória no ensino médio. É preocupante saber que alunos "decoram" autores e resumos de livros de autores destacados como os romances de Machado de Assis, os sermões do padre Antônio Vieira entre outros tantos. Este "conhecimento" tem endereço certo: o vestibular. Por outro lado, a tecnologia que os alunos dispões em casa, contribui para esse processo de deformação, ou seja, um computador substitui os chamados "volumes" que ocupam tanto espaço. Muitas vezes, a própria Internet se compromete em oferecer as obras. Porém, as obras não estão na íntegra, mas baseadas em resumos fáceis de ler e com as informações necessárias para garantir os "acertos" na prova. Poderíamos pensar: qual o futuro das bibliotecas no país?

Porém, esta problemática anterior pode ser revertida. As utilizações de livros didáticos para este processo de aprendizagem-reflexão, encontram-se justamente na literatura infantil. Muitas vezes, o trabalho com esta literatura é boicotado nas escolas. Então, o que observamos a posteriori, nada mais é do que a idéia de livro seja acerca dos livros utilizados em sala de aula: Matemática, Física, Biologia, Geografia, etc. O aluno pouco sabe que aquele compendio de informações, partiram de trabalhos originais oriundos da literatura mundial. Por exemplo, basta abrir um livro didático de filosofia e observar como é possível trabalhar um determinado assunto, comum para vários autores, ao longo de um milênio.

A literatura emprega um caráter social na constituição dos assuntos. Exemplifica características particulares da sociedade em seu desenvolvimento, época e personagens. Transmite uma mensagem que pode ser compreensível, mas também uma mensagem que exige a habilidade do pensar. Estes dois modos de "transmissão" podem servir de laço entre a construção do pensar filosófico a partir da literatura infantil. Como isto seria possível? Inicialmente, vamos observar sucintamente as obras, "O pequeno príncipe", seguida de "O mundo de Sofia" e as "Fábulas" de Esopo e observar respectivamente a questão do ser, a compreensão da filosofia ao longo de milênios e as lições de moral e ética. É importante destacar, que embora sejam clássicos da literatura infantil, exigem certa maturidade do leitor para que sua real mensagem seja captada. Por isso é importante que este trabalho entre educador-aluno, seja consolidado a partir do tratar maturo frente o infantil, promovendo o debate em aula.

O conhecido livro "O pequeno príncipe" do autor Antoine de Saint-Exupéry foi "rotulado" como o livro das "misses" ao longo das últimas décadas. Talvez, o possível preconceito frente a esta consolidação, tenha afastado-o das estantes das casas - senão, por ocupar espaço, como vimos anteriormente - ou um dos poucos retirados nas bibliotecas que ainda o preservam. Mas, não sejamos pessimistas. Não foi por acaso que os filósofos, Heidegger e Sartre, leram tal obra. Heidegger considerou que tal obra alivia qualquer solidão e onde somos levados à compreensão dos grandes mistérios do mundo. Sartre, em concordância com Heidegger, aponta a obra como um contra o subjetivismo, aliviando a solidão e a quietude. Seguimos, então, um pouco das colocações dos dois filósofos para compreender a mensagem do livro. Poderíamos focar o príncipe como um filósofo: está sempre questionando e na busca de compreender a realidade que toma contato. O personagem parece nunca estar só senão rodeado pela diversidade: seja um baobá, uma flor, um acendedor de lampiões, um homem de negócios, ou um geógrafo, enfim, elementos caracterizados por particularidades e modos de vida. Estas particularidades determinam a sobrevivência destes elementos em cada planeta por onde o principezinho passa. Porém, o questionar do pequeno príncipe, revela o quanto estamos aprisionados naquele "mundo". Não podemos esquecer do despertar para a imaginação. Quando consideramos o "pequeno príncipe" como uma criança, observamos o despertar para a imaginação: "Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, "Histórias Vividas", uma imponente gravura. Representava ela uma jibóia que engolia uma fera. (...) Dizia o livro: "As jibóias engolem, sem mastigar (...)"." (1983, pp. 9,10) O desenho do príncipe seria capaz de confusão com um chapéu, caso não ilustrasse um elefante no interior da jibóia. Logo, este desenho, que seria motivo de confusão para um adulto era a imaginação de uma criança. Desta forma, o livro representa a dúvida pela qual toda criança passa durante o seu desenvolvimento, sempre em busca dos "porquês". A obra aplica esta temática do início ao fim e encerra como se o principezinho crescesse e o seu mundo é outro. Mas, entendemos que o educador deve trazer o príncipe em cada um dos seus alunos de maneira que cada um seja um filósofo na busca da compreensão, contemplação, das descobertas e do convívio com a diversidade: "Para vocês, que amam o principezinho, como para mim, todo universo muda de sentido, sei num lugar, que não sabemos onde, um carneiro, que não conhecemos, comeu ou não uma rosa... (...). Terá ou não terá o carneiro comido a flor? E verão como tudo fica diferente..." . (1983, p.95).

Em seguimento, inserimos a obra "O mundo de Sofia" do autor Jostein Gaarder. Trata-se de um romance que conta, de maneira cativante, a história da filosofia. A personagem principal, Sofia Amundsen, é uma criança. É uma criança como outra qualquer: vive o dia a dia fantasiando a realidade que a cerca. Porém, com um diferencial: recebe cartas de um desconhecido. Estas cartas apresentam temas de filosofia para o pensar e refletir sobre o cotidiano. Com isso, o próprio leitor se sente como Sofia: um desconhecedor da realidade que o cerca também. Porém, o conhecimento dado pelo livro, prende o leitor de maneira que, embora tenha muitas páginas (motivo de espanto para quem vê a obra), o mesmo busque cada vez mais o conhecimento. Para fins didáticos, no trabalho do tema "filosofia para crianças", a obra de Gaarder não apenas utiliza o aspecto teórico, mas um contexto comum à vida de qualquer criança. Podemos destacar nesta obra e trabalhar em sala de aula o tema proposto pelo livro, intitulado "Deixando para trás as trevas da caverna". (1995, p.104). Trata-se da conhecida "Alegoria da Caverna" encontrada no Livro IV da República de Platão. Jostein Gaarder trata o tema, como se estivesse dialogando com o leitor: "Imagine um grupo de pessoas que habitam o interior de uma caverna subterrânea. (...) Imagine agora que um destes habitantes da caverna consiga se libertar daquela prisão (...). Ele vê o sol brilhando no céu e entende que o sol dá vida as flores. (...) Agora, o feliz habitante das cavernas pode andar livremente pela natureza, desfrutando da liberdade que acabara de conquistar (...). Mas as outras pessoas que ainda continuam na caverna não lhe saem da cabeça. E, por isso ele decide voltar (...) ele tenta explicar aos outros que as sombras na parede não passam de trêmulas imitações da realidade. Mas ninguém acredita nele (...). Por fim, acabam matando-o. A alegoria da caverna faz alusão a Sócrates, "morto pelos habitantes da caverna"" . (1995, pp.104, 105). Este ensinamento é um exemplo de coragem e da responsabilidade pedagógica do filósofo, ainda que sendo criticado. "O mundo de Sofia" não se reserva à filosofia grega. Por exemplo, trata de questões bastante pertinentes à ciência moderna. Por exemplo, "como pensar" sobre a formação do nosso planeta? É o caso do capítulo que trata "A Grande Explosão", conhecido como "Big Bang". É muito importante despertar o senso crítico do aluno, de maneira que o mesmo desenvolva habilidades na leitura e compreensão para temas complexos. Atualmente, os educadores convivem com um grave problema: muitos alunos não compreendem o que lêem. Por isso, a proposta de trabalho com livros "infantis", como os citados até aqui, possam servir de reflexão despertando no aluno o senso crítico. Ainda que, a falta de maturidade do aluno seja uma "barreira" para a abstração da mensagem, cabe ao educador despertar pontos importantes da leitura e provocando a discussão. É importante que até mesmo a seqüência lógica dos fatos seja um fator para aprendizagem, bem como, o despertar para o prazer da leitura.

Encaminhando para o final, vamos destacar o livro de "Fábulas" de Esopo. As Fábulas de Esopo utilizam animais para caracterizar as particularidades e a natureza de cada um deles. Talvez, os próprios animais sejam motivo de interesse e atenção por parte do público infantil. E, talvez, o fundo moral de cada fábula, seja o difícil de trabalhar com as crianças. O poeta francês Jean de La Fontaine, viveu no século XVII e compilou algumas das centenas de fábulas de Esopo. La Fontaine é conhecido pela crítica moral às fábulas de Esopo. Em razão disso, em nosso trabalho pedagógico para o ensino de filosofia, podemos trabalhar a Ética, por exemplo, a partir da fábula da "Cigarra e das formigas". Esta fábula mostra a cigarra, que, durante todo verão canta, enquanto as formigas trabalham. O tempo passa e com a chegada da nova estação, o inverno, as formigas têm seus suprimentos e a cigarra, não. A conclusão da fábula se dá da seguinte maneira: "Se você passou o verão cantando, que tal passar o inverno dançando?" A moral da história, atribuída a Esopo é a seguinte: Os preguiçosos colhem o que merecem. Quando tratamos de educação, hoje, na escola, a partir desta fábula, o que podemos esperar de um aluno futuramente? E, como podemos tratar sobre inclusão social e valores na sociedade?

Por fim, salientamos o quanto a literatura é rica. Destacamos aqui três obras para o trabalho com a filosofia. Em um contexto interdisciplinar, porque não trabalhar com a literatura na matemática, por exemplo, com a obra de Malba Tahan, "O homem que calculava?". Portanto, a literatura é uma imensa fonte para a aprendizagem. É uma nova proposta de trabalho em sala de aula, despertando no aluno, a sensibilidade para a realidade.

1 Acadêmico do Curso de Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM.

Bibliografia:

ESOPO. Fábulas de Esopo; tradução de Antonio Carlos Vianna. Porto Alegre: L&PM, 1997.
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia: romance da história da filosofia; tradução João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O Pequeno Príncipe; tradução de Dom Marcos Barbosa. 25ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 1983.

Fonte: Centro de Educação para O Pensar

6º Encontro Nacional de Fé & Política

6º Encontro Nacional de Fé e Política
10 e 11 de Novembro de 2007
SESC - Nova Iguaçú / RJ

Clique aqui para mais informações e fazer a inscrição.

Fórum Social da Juventude do Mercosul


Fórum Social da Juventude do Mercosul - FSJM
Florianópolis\SC


Informativo Geral - Número 8 - Edição: Setembro 2007
Visite e colabore na página do ORKUT! - Forum Social da Juventude SC

Venha construir conosco um "Outro Mundo Possível"!

Inscrições para o FSJM prorrogadas até setembro

As inscrições para participar do FSJM e colaborar na construção de "Um outro Mundo Possível" em SC, Brasil e Mercosul, foram prorrogadas até 30\Setembro 2007, pelo site oficial do evento, devido a grande procura no último período. O valor de inscrição é R$ 20,00 reais por pessoa.

O Comitê Geral organizador solicita que os interessados façam o mais breve sua inscrição, informem corretamente o local de hospedagem no evento, pois as áreas do Acampamento da Juventude e Pousadas são limitadas em número e estrutura ao público esperado.

Atividades do FSJM vão ocorrer em vários espaços em Canasvieiras e região

As principais atividades de palestras\seminários\debates da programação oficial do Fórum Social da Juventude do Mercosul vão acontecer em vários locais em Canasvieiras e região, espaços selecionados e construídos pelo Comitê Geral Ampliado de organização.

Os principais Eixos de Educação e Cultura vão acontecer nas Tendas principais e Escola Básica Municipal, instaladas no centro de Canasvieiras. Será utilizado alguns auditórios em Hotéis, e também o auditório central do Hotel Canto da Ilha, na Cachoeira do Bom Jesus, que vai receber alguns Eixos e palestras.

O espaço do Acampamento da Juventude será montado próximo à praia, e vão ser montados outras estruturas de campings no centrinho e espaços privados de hospedagem.

As apresentações culturais vão priorizar os espetáculos populares, apresentados nas ruas, praças e praia, com grupos de teatro, poesia, dança, hip hop, música, artes plásticas, entre outros. A Comissão de Cultura está montando a programação geral de apresentações, e pretende realizar pelo menos um grande Show Nacional\Internacional de música, por dia no FSJM, no palco do Trapiche, bem juntinho à praia.

Projeto "Livros para a comunidade do FSJM"

"A educação, através da leitura e informação, é que amplia as fronteiras dos homens, das sociedades, das comunidades, e tranforma concretamente nossa sociedade em algo melhor, com consciência solidária, de integração e socialmente justa!"

Nesse sentido o Comitê Geral Ampliado de organização do FSJM, através da Comissão de Cultura, está solicitando a todos os participantes do evento, jovens, estudantes, sindicalistas, representantes de ONGs, do poder público, dos artistas do Mercosul, do movimento de mulheres, de segmentos religiosos, entre outros, que possam trazer para Florianópolis-Canasvieiras 1 LIVRO, de qualquer assunto de sua cidade\estado\país, e possa doar ao FSJM.

Essas obras doadas vão ser organizadas e fazer parte da Biblioteca Planetária do FSJM na Praia de Canasvieiras, e poder colaborar com a educação e formação dos moradores do balneário e estudantes da região, pois ainda não existe este espaço no Norte da Ilha.

Agradecemos imensamente esta colaboração cultural e solidária à comunidade que está recebendo o FSJM, seus participantes e estruturas.

COMITÊ GERAL AMPLIADO DO FSJM

Eixos temáticos do FSJM

O Comitê Geral Ampliado de organização do FSJM destaca abaixo os Eixos Temáticos propostos para acontecer no FSJM.

->Educação e Cidadania;
->Economia Solidária – geração de trabalho e renda para juventude;
->Meio Ambiente e Mudanças Globais;
->Integração Cultural e Comunicação Popular;
->Movimento Contra Preconceitos e Movimentos de Diversidades;

Data: 01, 02 (feriado), 03 e 04 Novembro\2007;

Local: Praia de Canasvieiras - Norte da Ilha - Florianópolis\SC


Acampamento da Juventude do FSJM será área de integração cultural entre os povos do Mercosul


Galera do FSM e Acampamento

Produção/Edição:

SÉCULO 21 - Assessoria de Imprensa e Comunicação do FSMJ.
Florianópolis/SC - Praia de Canasvieiras

Fone Contato: 48 9998-2201 - E-mail: forumdajuventude@terra.com.br

Síntese das avaliações 3ª Conferência Nacional.

Estimados (as) Delegados (as)

Da III Conferência Nacional de SANS em Fortaleza, 02 a 06 de julho em Fortaleza, segue a Síntese da avaliação dos participantes que nos enviaram.

Clique
aqui para ler o texto.

Atenciosamente,

Gildázio Santos
Assessor Técnico do CONSEA/MG
http://areteeducar.blogspot.com

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

I Feira - II Encontro Sul Mineiro - Economia Solidária

I Feira Sul Mineira de Economia Solidária

II Encontro Sul Mineiro de Economia Solidária

12 a 14 de Outubro de 2007

Alfenas - MG

Clique aqui para ver a imagem no tamanho original.

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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Campanha de Doação da Creche Dona Quita Tolentino

Campanha de Doação da Creche Dona Quita Tolentino

Areté Cidadania: Construa o futuro ajudando na educação de crianças hoje, apoiamos essa campanha

Gildázio Santos

Clique na imagem para ver no tamanho original e ler as informações.


Seminário sobre Ações Coletivas e Movimentos Sociais

Seminário sobre Ações Coletivas e Movimentos Sociais
O Centro Marista de Educação e Cidadania tem o prazer de convidá-los a participar do “Seminário Ações Coletivas e Movimentos Sociais”, mais um momento formativo aberto à comunidade promovido pelo CEMEC.

Será uma grande oportunidade de apresentação e debate acerca das práticas dos movimentos sociais. O CEMEC os(as) convida para acompanhar a exposição de trajetórias de membros de diversos movimentos sociais parceiros, e promoverá a mediação de alguns conceitos por meio da Profa. Dra. Maria Amélia Giovanetti.

Esse encontro acontecerá no dia 29/09/2007 às 08:30 Auditório 1 do Prédio 4, na PUCMinas, situada à Rua Dom José Gaspar, 500, Bairro Coração Eucarístico, Belo Horizonte/MG.

Fabiana Azeredo

CEMEC - PVC

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Economia Solidária - Feira reúne povos da Amazônia

Feira de economia solidária vai reunir povos da Amazônia

Com o tema "Povos da Amazônia - Alternativas para Economia Solidária e Sustentável", será realizada, entre os dias 26 e 30 de setembro, no espaço Horto Florestal (Rio Branco - Acre), a 1ª Feira Panamazônica, que terá como elemento fundamental a sustentabilidade do desenvolvimento socioeconômico, ambiental e cultural das populações tradicionais locais.

A 1ª Feira Panamazônica vai representar a junção de dois grandes eventos que acontecem anualmente no Acre: a Feira de Produtos da Floresta (FLORA), que este ano chega à 12ª edição, e a Feira em Redes de Economia Solidária e Agricultura Familiar, que está na 4ª edição. O evento tem como objetivo promover o fortalecimento da economia solidária na Amazônia por meio da integração dos povos e da divulgação dos produtos e serviços sustentáveis com base comunitária, gerando um desenvolvimento justo e solidário.

A Feira vai também discutir e propor sugestões de políticas públicas direcionadas ao desenvolvimento da Amazônia, além de divulgar os produtos e serviços sustentáveis dos povos tradicionais que habitam toda a Amazônia Legal (Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Pará, Amapá, Roraima e Amazonas).

Cerca de 300 estandes com temas amazônicos farão parte da mega-estrutura que está sendo montada para o evento. Segundo Mirna Caniso, da comissão organizadora da Feira, 35 estandes serão destinados para as experiências de países latino-americanos (Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Chile). Comunidades extrativistas, indígenas e rurais da agricultura familiar também receberão um espaço para que possam expor seus produtos. Além das exposições, a Feira vai contar com a realização de shows, seminários e debates.

Informações
(68) 3211-2200

As matérias de Economia Solidária são produzidas pela Adital com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

Fonte: Adital

Assessoria de Comunicação
www.presidencia.gov.br/consea

Segurança Alimentar - Curso à distância - Funasa

Funasa promoverá curso à distância sobre segurança alimentar

A Fundação Nacional da Saúde (Funasa) irá investir em cursos com o objetivo de reduzir a mortalidade entre crianças com menos de cinco anos e de gestantes em comunidades indígenas. A partir de outubro, começam os cursos à distância, via internet, sobre vigilância e segurança alimentar que serão ministrados pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), localizada no Rio de Janeiro.

A capacitação, de 360 horas, será dirigida a 250 profissionais e gestores de saúde que atuam em localidades que tenham aldeias indígenas, em todo o Brasil. Para o ano que vem, está previsto mais um grupo mais uma turma de 250 pessoas. Ao todo, foram investidos R$ 910 mil.

De acordo com a Funasa, em 2000, 74,6 crianças indígenas em cada mil nascidas vivas morriam antes de completar cinco anos de idade. Seis anos depois, esse número caiu praticamente pela metade, chegando a 37,5 mortes por cada mil.

A gerente de Vigilância Alimentar e Nutricional da Funasa, Elaine Martins, disse que uma das principais causas de mortalidade infantil entre indígenas é a desnutrição, provocada por uma série de fatores. Algumas aldeias, por exemplo, recebem as cestas de alimento do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, mas faltam fogões e até mesmo panelas.

"Entre os índios da etnia Xavante, foi sendo introduzida uma alimentação baseada em arroz, que não fazia parte da sua cultura, o que vem provocando obesidade, diabetes e anemia. Já no Mato Grosso do Sul, um ponto importante que pode ser destacado é a redução das terras indígenas, gerando a queda na produção de alimentos", exemplificou Elaine Martins.

O curso é uma das estratégias do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan). No Brasil, o sistema foi recomendado na década de 70, pela Organização Mundial de Saúde, e só começou a ser dirigido para a saúde indígena, segundo a Funasa, no final de 2003.

O Sisvan tem por objetivo fazer o diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população, identificando as áreas geográficas, segmentos sociais e grupos populacionais mais expostos a riscos nutricionais, como desnutrição e obesidade.

Fonte: Agência Brasil

Leia mais:
Funasa vai investir R$ 4 bilhões em saneamento

Informações
(61) 3314-6362
http://www.funasa.gov.br/

Seminário Estadual de Agricultura Urbana



Seminário Estadual de Agricultura Urbana e Periurbana

2 a 3 de Outubro de 2007

Belo Horizonte - MG


Clique aqui para mais informações sobre o Seminário.

Seminário Estadual de Agricultura Urbana e Periurbana
Clique aqui para baixar o pdf

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Combate à fome - Reunião na Colômbia

FAO e países da região discutem combate à fome em reunião na Colômbia

O Grupo de Trabalho da Iniciativa América Latina e Caribe Sem Fome (GT2025) terá sua segunda reunião próximos dias 24 e 25 de setembro em Bogotá, Colômbia. A Iniciativa é um projeto dos países da região que, junto ao Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para América Latina e Caribe, busca erradicar a fome no continente. O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, confirmou presença na abertura da reunião.

A Iniciativa surgiu do compromisso de países e organismos internacionais para, em linha com o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), melhorar as condições de vida de milhões de pessoas na América Latina e Caribe que sofrem com a fome e a pobreza extrema. Dadas as atuais condições políticas, econômicas e sociais, existe a convicção de que erradicar a fome na região é uma meta possível.

O objetivo da reunião de Bogotá é permitir aos países que integram o grupo de seguimento escolhidos como tais, em Roma, Itália, pelo Grupo de Países de América Latina e Caribe (Grulac) conhecer, analisar, discutir e estudar os trabalhos e resultados do projeto, definir as prioridades para o ano que vem e sugerir mudanças ao Plano de Ação, em preparação à Conferência Regional da FAO que será realizada em abril de 2008, em Brasília. Durante a reunião, os representantes do projeto apresentarão os avanços nas três linhas de ação básicas da Iniciativa, através das quais ela busca cumprir seu mandato de contribuir para criar as condições necessárias para a erradicação total da fome na região no espaço de uma geração:

· Sensibilização: destacar a questão da fome e o direito à alimentação nas agendas nacionais, sub-regionais e regionais e dos organismos internacionais. Para cumprir esta meta, a Iniciativa divulgou seu plano de ação e atividades em diversos eventos, entre eles, as reuniões preparatórias para a XVII Cúpula Iberoamericana que acontecerá no Chile, em novembro deste ano. A Iniciativa também colaborou com a produção e difusão de documentos conjuntos com outras agências (como Cepal Comissão Econômica das Nações Unidas para América Latina e Caribe e PMA Programa Mundial de Alimentos) sobre coesão social e desnutrição, troca da dívida e desafios e oportunidades dos biocombustíveis para a segurança alimentar. Também foram realizados encontros com empresários e com a sociedade civil para promover a responsabilidade empresarial e o direito à alimentação tema que a Iniciativa acompanha nos países da região. Ainda com o intuito de sensibilizar os países, a Iniciat iva criou uma Rede de Editorialistas contra a Fome, formada por pessoas comprometidas com o combate à fome e que abordam o tema em diversos meios de comunicação.

· Capacitação: Reforçar as capacidades dos países de implantar políticas públicas e programas para erradicar a fome e garantir o direito à alimentação dos seus cidadãos. A Iniciativa apóia os países na criação de marcos legais que garantam o direito à alimentação. Além disso, já contribuiu na formulação de projetos de segurança alimentar e nutricional (SAN) no Peru, Bolívia, Paraguai e Equador para apoiar ações já existentes ou colocá-los em andamento. No caso do Haiti, a Iniciativa estuda a possibilidade de oferecer um apoio diferenciado. O apoio aos países também é oferecido através de cursos semi-presenciais e à distância para capacitação na área de SAN. Já foram realizados cursos para o Brasil, Bolívia, Equador, Nicarágua e Paraguai.

· Seguimento: Monitorar o estado da SAN nos países envolvidos no projeto, inicialmente no âmbito do Primeiro ODM de reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem com a fome e a pobreza extrema no mundo e, depois, para erradicar a fome na região. Através da Rede de Pesquisa e Capacitação em Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe (Redsan), foi promovido um concurso de artigos científicos sobre segurança alimentar com o objetivo de conectar ao tema acadêmicos de toda a região. A Iniciativa também tem se debruçado sobre a situação de vários países para conhecer melhor as realidades nacionais e tem cooperado para que as nações ampliem os censos e pesquisas para que estes incluam variáveis sobre a pobreza extrema e a fome.

Espera-se definir na reunião os projetos que serão realizados em 2008. Entre eles, se destacam as análises dos programas nacionais de segurança alimentar do Peru, Bolívia, Equador e Paraguai e a realização de estudos sobre a relação entre bioenergia e segurança alimentar. No ano que vem também se tentará aprofundar os estudos relacionados ao desenvolvimento territorial da região e desenvolver um Núcleo de Capacitação em Políticas Públicas.

Além da presença do presidente Álvaro Uribe, confirmada pelo governo da Colômbia, o encontro terá a participação do representante regional da FAO, José Graziano da Silva, o representante do Brasil junto à FAO em Roma, embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho, e de funcionários de alto nível de cerca de dez países da região, além da Espanha e de instituições convidadas como o Programa Especial de Segurança Alimentar da América Central, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Unidade Regional de Assistência Técnica (Ruta, na sigla em inglês).

Informações
Andrés Pascoe
(56 2) 337 2341
E-mail: andres.pascoe@fao.org

Lucas Tavares
(56 2) 337 2314
E-mail: lucas.tavares@fao.org

Para mais informações sobre as atividades da FAO na América Latina e Caribe, acesse http://www.rlc.fao.org/

Para mais informações sobre a Iniciativa América Latina e Caribe Sem Fome, acesse www.rlc.fao.org/iniciativa

Fonte: Escritório Regional da FAO para América Latina e Caribe

Assessoria de Comunicação
http://www.presidencia.gov/

Bolsa Família

Publicação Intersetorial dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), da Saúde e da Educação

Nº 01 • Setembro de 2007

Apresentação

O boletim Bolsa Familia Informa – Condicionalidades é uma publicação mensal dos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Saúde e da Educação. A sua finalidade é construir um espaço de diálogo intersetorial com os estados e municípios e servir de apoio à gestão de condicionalidades do Programa Bolsa Família (PBF). Ele é direcionado a todos aqueles que trabalham no acompanhamento da freqüência escolar e no atendimento em saúde dos beneficiários do PBF.

Nesta primeira edição vamos tratar dos principais conceitos relacionados às condicionalidades.

Gestão de condicionalidades do PBF

Educação e saúde são direitos universais do cidadão. Por isso, na concepção do Programa Bolsa Família, as condicionalidades de educação e saúde são, ao mesmo tempo, responsabilidades das famílias e do poder público.

Condicionalidades do PBF

· Educação: freqüência escolar de 85% para crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos.

· Saúde: acompanhamento do calendário vacinal e do crescimento e desenvolvimento para crianças menores de 7 anos, pré-natal das gestantes e acompanhamento das nutrizes.

· E, ainda, o acompanhamento de ações socioeducativas para crianças em situação de trabalho infantil.

Se esses são direitos constitucionalmente definidos como universais, para o Bolsa Família o acompanhamento das condicionalidades tem como objetivos, de forma simultânea:

· monitorar o cumprimento dos compromissos pelas famílias beneficiárias, como determina a legislação que criou o Programa;

· responsabilizar o poder público pela garantia de acesso aos serviços e pela busca ativa das famílias mais excluídas e vulneráveis;

· identificar, nos casos de não-cumprimento, as famílias em situação de maior vulnerabilidade e orientar ações do poder público para o acompanhamento dessas famílias.

Diante dessa perspectiva, as condicionalidades não têm caráter punitivo às famílias, mas responsabiliza de forma conjunta os beneficiários e o próprio poder público, que deve identificar os motivos do não-cumprimento das condicionalidades e implementar políticas públicas de acompanhamento para essas famílias.

Sistemas de registro das condicionalidades

O acompanhamento das condicionalidades do PBF, no âmbito federal, é realizado de forma conjunta pelos ministérios do Desenvolvimento Social, da Saúde e da Educação. Nos municípios, é necessária a articulação entre as secretarias de educação, de saúde e de assistência social e, nos casos em que a gestão do PBF está em outra área, também do gestor do PBF.

Para realizar o registro das informações de saúde e educação, os municípios dispõem de sistemas específicos para cada área, acessíveis pela internet. São eles:

Área/Setor
Sistema/URL
Período de acompanhamento

Saúde
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) http://sisvan.datasus.gov.br
Semestral

Educação
Projeto Presença On-Line

http://frequenciaescolarpbf.mec.gov.br.
Bimestral

Assistência Social
Sistema de Controle e Acompanhamento das Ações Socioeducativas e de Convivência do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Sispeti) (em fase piloto)
Bimestral

Descumprimento das condicionalidades e acompanhamento das famílias mais vulneráveis

O resultado do acompanhamento das condicionalidades de cada período é um importante instrumento para identificar as famílias em situação de maior vulnerabilidade. Por isso, deve haver articulação intersertorial (saúde, educação e assistência social) e integração de ações entre as três esferas de governo (municipal, estadual e federal) para acompanhar as famílias, identificar e resolver situações de vulnerabilidade e promover o acesso dos beneficiários aos direitos sociais.

As famílias em situação de descumprimento das condicionalidades estão sujeitas a sanções, de acordo com a Portaria GM/MDS nº 551/2005. Essas sanções são gradativas e vão desde a notificação da família, passando pela suspensão do benefício, podendo chegar ao cancelamento se porventura o descumprimento for repetido em cinco períodos consecutivos.

O objetivo das sanções gradativas é permitir que as famílias que não cumprem condicionalidades sejam identificadas, acompanhadas e que os problemas que geraram o descumprimento possam ser resolvidos.

Ao final do acompanhamento, conforme o calendário de cada área, o Governo Federal identifica as famílias que descumpriram seus compromissos no período, notifica essas famílias e procede a repercussão do descumprimento na folha de pagamento. Atualmente, a análise dos resultados do acompanhamento é feita de forma centralizada. No entanto, o MDS está desenvolvendo o Sistema de Gestão de Condicionalidades, que vai permitir a gestão de condicionalidades pelo município.

A informação sobre quais famílias não cumpriram as condicionalidades é periodicamente disponibilizada aos municípios no Sistema de Adesão, uma área de trabalho de acesso restrito aos gestores municipais. Éimportante que essas informações sejam compartilhadas entre as áreas de Assistência Social, Educação e Saúde.

Até o momento, cerca de 4.000 famílias já tiveram benefícios cancelados por não-cumprimento de condicionalidades e cerca de 22 mil já estão com a 2a suspensão. Estas são, na avaliação do Governo Federal, as famílias prioritárias para acompanhamento.

IGD: incentivo à gestão municipal

Para avaliar e apoiar o trabalho dos municípios na gestão do PBF, o Ministério do Desenvolvimento Social criou o Índice de Gestão Descentralizada (IGD). O IGD é um índice que avalia a qualidade e a atualização dos cadastros, bem como o acompanhamento das condicionalidades de saúde e educação. Cada um desses itens representa 50% do Índice.

Com base nos resultados é repassado um valor mensal aos municípios, para ser investido na melhoria da gestão do Programa e no acompanhamento das famílias. Assim, quanto melhor o acompanhamento das condicionalidades, maior o volume de recursos repassado aos municípios.

Calendário de registro de condicionalidades

Educação
Período de Acompanhamento: jun/jul 2007
Período de registro: 17 de julho a 21 de setembro de 2007
http://frequenciaescolarpbf.mec.gov.br/

Saúde
Período acompanhamento: 2.º semestre 2007
Período de Registro: 06 de agosto a 31 de dezembro de 2007
http://sisvan.datasus.gov.br/
*****

Mande as suas dúvidas para o Fale Conosco do Programa Bolsa Família ou entre em contato com a Coordenação de Atendimento pelo telefone (61)3433-1500

Coordenação Estadual de Alimentação e Nutrição
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
Av. Afonso Pena 2300 - 2º andar- Belo Horizonte - MG
Fax: (31) 3262 3908
Tel.: (31) 3262 3909

domingo, 23 de setembro de 2007

João Monlevade

João Monlevade



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Areté Cidadania Junto aos Moradores de Rua e catadores de papel

Areté Cidadania Junto aos Moradores de Rua e catadores de papel




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sábado, 22 de setembro de 2007

Culturas


Culturas

"A verdadeira contribuição das culturas não consiste numa lista das suas invenções particulares mas na maneira diferenciada com que elas se apresentam. O sentimento de gratidão e de humildade de cada membro de uma cultura dada deve ter em relação a todas as demais, não deve basear-se senão numa só convicção: a de que as outras culturas são diferentes, de uma maneira a mais variada e se a natureza última das suas diferenças nos escapa...deve-se a que foram imperfeitamente penetradas.

Se a nossa demonstração é válida não há nem pode haver uma civilização mundial no seu sentido absoluto, porque civilização implica na coexistência de culturas que oferecem o máximo de diversidade entre elas, consistindo mesmo nesta coexistência. A civilização mundial não será outra coisa que a coalizão de culturas em escala mundial, preservando cada uma delas a sua originalidade".

Claude Lèvi-Strauss

O princípio da gestão democrática na educação

O princípio da gestão democrática na educação

Gestão democrática da educação pública

Carlos Roberto Jamil Cury¹

A gestão democrática tem se tornado um dos motivos mais freqüentes, na área educacional, de debates, reflexões e iniciativas públicas, a fim de dar seqüência a um princípio posto constitucionalmente e reposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Comumente, o princípio da gestão democrática tem sido mais referido à eleição de diretores ou diretoras em escolas públicas. Tal dinâmica, inclusive, faz parte de várias Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais. Entretanto, sem negar esta possibilidade, desde logo inscrita neste princípio maior para uma função ou mesmo um cargo na estrutura do magistério e, sem se desviar do princípio federativo, cumpre refletir sobre as exigências e desafios trazidos por esta inserção constitucional inédita.

Gestão provém do verbo latino gero, gessi, gestum, gerere e significa: levar sobre si, carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar. Trata-se de algo que implica o sujeito. Isto pode ser visto em um dos substantivos derivado deste verbo. Trata-se de gestatio, ou seja, gestação, isto é, o ato pelo qual se traz em si e dentro de si algo novo, diferente: um novo ente. Ora, o termo gestão tem sua raiz etimológica em ger que significa fazer brotar, germinar, fazer nascer. Da mesma raiz provêm os termos genitora, genitor, gérmen.

A gestão implica um ou mais interlocutores com os quais se dialoga pela arte de interrogar e pela paciência em buscar respostas que possam auxiliar no governo da educação, segundo a justiça. Nesta perspectiva, a gestão implica o diálogo como forma superior de encontro das pessoas e solução dos conflitos.

Também o substantivo gestus (em português: gesto) deriva deste verbo e significa um feito, uma execução. Quando usado no plural latino, isto é, gesta, significa feitos ilustres, notáveis, nobres e corajosos.

A gestão, dentro de tais parâmetros, é a geração de um novo modo de administrar uma realidade e é, em si mesma, democrática, já que se traduz pela comunicação, pelo envolvimento coletivo e pelo diálogo.
Esta raiz etimológica já contém em si uma dimensão bem diferente daquela que nos é dada, de modo caricato, do gerente, especialmente o de bancos, como expressão de um comando frio, de uma ordem autoritária ou de uma iniciativa tecnocrática.

A gestão democrática, enquanto temática histórica, nos move em direção contrária àquela mais difundida em nossa trajetória política, em que os gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes, autoritarismo e congêneres são formas de pensar e agir sobre o outro não reconhecido como igual.
A polis ateniense já indicava ser ela, em sua praça, o lugar da cidadania. Ali se poderia exercer a liberdade de expressão, a igualdade de presença e a possibilidade de se tornar governante, sempre sob o signo do diálogo e da rotatividade.

Bobbio (1986), em O Futuro da Democracia, reporta-se à educação para a cidadania como sendo o único modo de fazer com que um súdito transforme-se em cidadão. No cidadão, a democracia brotaria do próprio exercício da prática democrática.

Se a noção da gestão democrática sob os direitos políticos é uma conquista da modernidade, ela se torna mais plena de significado para o Brasil.

O golpe de 1964 trouxe consigo a interrupção do desenvolvimento de muitas promessas de democratização social e política em gestação, inclusive da educação escolar e popular no Brasil. O regime militar, por sua forma política de se instalar e de ser, acabou por instaurar, dentro do campo educacional, comandos autoritários de mandamentos legais, os quais, por sua vez, se baseavam mais no direito da força do que na força do direito. O temor, a obediência e o dever suplantaram o respeito, o diálogo e o direito.

O movimento de contestação ao regime militar e sua derrubada contaram com a ampla participação da população, na qual o professorado esteve sempre presente. A mobilização geral foi capaz de derrubar a ordem autoritária e de criar um novo ordenamento jurídico nacional em bases democráticas.
A ordem jurídica de caráter democrático se impôs como um todo, aí compreendida a área educacional. Por isso, a ordem constitucional que nasceu em 1988 consagrou princípios caros à democracia e à educação democrática.
Ela é tanto um modo de se opor ao que até então vigorava em termos de medo e de despotismo, quanto uma maneira de se propor a gestação de uma nova maneira de se administrar a coisa pública.

Seja em contraposição a esta cultura instalada tradicionalmente, seja em função da criação e manutenção dos institutos próprios da democracia, nascem os princípios éticos estabelecidos em nossa Constituição de 1988.

A Constituição faz uma escolha por um regime normativo e político, plural e descentralizado, no qual se cruzam novos mecanismos de participação social com um modelo institucional cooperativo, que amplia o número de sujeitos políticos capazes de tomar decisões. Por isso mesmo, a cooperação exige entendimento mútuo entre os entes federativos e a participação supõe a abertura de novas arenas públicas de deliberação e mesmo de decisão.

A insistência na cooperação, a divisão de atribuições, a assinalação de objetivos comuns com normas nacionais gerais indicam que, nesta Constituição, a acepção de sistema se dá como sistema federativo por colaboração, tanto quanto de Estado Democrático de Direito.

E o campo educacional, junto com a derrubada do autoritarismo e com o processo em andamento de uma nova ordem constitucional, propugnou a inclusão do princípio da gestão democrática na Constituição.
O art. 206, VI da Constituição Federal, o formaliza como tal para as escolas oficiais.

Este princípio, ainda que abrangendo tão só os sistemas de ensino propriamente públicos, se justifica como tal, com maior razão, porque a educação escolar é um direito próprio de um serviço público por excelência.
Mesmo que legalmente não atinja o setor privado, o caráter ético e axiológico da democracia paira sobre todas as instituições escolares.

Daí a educação escolar se tornar pública como função do Estado e, mais explicitamente, como dever do Estado, a fim de que cada indivíduo possa se autogovernar como ente dotado de liberdade e ser capaz de participar como cidadão consciente e crítico de uma sociedade de pessoas livres e iguais.

A gestão democrática também comparece na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9.394/96, no art. 3o., VIII, reforçando o que já fora posto na Constituição. Referindo-se ao pacto federativo nos termos da autonomia dos entes federados, o art. 14 diz:

Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Neste sentido, a regra legal abre espaço para a autonomia dos entes federados encaminharem a gestão democrática para além do que está definido na Constituição e na LDB. Mas é preciso considerar, como sendo pertencentes à gestão democrática, os artigos 12, 13 e 15 que implicam um trabalho em equipe de toda a comunidade escolar.

A gestão democrática foi também alvo de atenção na Lei n. 10.127, de 9 de janeiro de 2001, mais conhecida como Plano Nacional de Educação (PNE).

Num primeiro momento, trata-se da gestão dos recursos, sua eficiência, transparência e modernidade nos meios. Num segundo momento, o texto põe em tela algo que será desenvolvido no próximo tópico e versa sobre gestão financeira e pacto federativo. Neste sentido, o texto usa de um adjetivo, no mínimo provocante, quando diz para que a gestão seja eficiente há que se promover o autêntico federalismo em matéria educacional, a partir da divisão de responsabilidades previstas na Carta Magna (...) portanto, uma diretriz importante é o aprimoramento contínuo do regime de colaboração. (grifo adicionado). Num terceiro momento é que se põe diretamente a gestão democrática, recomendando Conselhos de Educação revestidos de competência técnica e representatividade, conselhos escolares e formas de escolha da direção escolar que associem a garantia da competência ao compromisso com a proposta pedagógica emanada dos conselhos escolares e a representatividade e liderança dos gestores escolares.

Há, ainda, uma outra âncora constitucional que, neste processo, dá mais um fundamento para a gestão democrática. Trata-se da noção de Estado Democrático de Direito tal como expresso em nossa Constituição, no seu Preâmbulo e no seu art. 1o., inclusive seu § único.

O Estado Democrático de Direito é aquele que reconhece explícita e concretamente a soberania da lei e do regime representativo e, por isso, é um Estado de Direito. Ao mesmo tempo, reconhece e inclui o poder popular como fonte do poder e da legitimidade e o considera como componente dos processos decisórios mais amplos de deliberação pública e de democratização do próprio Estado. Veja-se, por exemplo, o artigo 14 da Constituição que, decorrente do art. 1o., reconhece o referendo, o plebiscito e a iniciativa popular como formas alternativas e complementares do processo democrático representativo, como que a reforçar o princípio democrático-rousseauniano da “vontade geral”.

A gestão democrática é um princípio do Estado nas políticas educacionais que espelha o próprio Estado Democrático de Direito e nele se espelha, postulando a presença dos cidadãos no processo e no produto de políticas dos governos. Os cidadãos querem mais do que ser executores de políticas, querem ser ouvidos e ter presença em arenas públicas de elaboração e nos momentos de tomada de decisão. Trata-se de democratizar a própria democracia. Tal é o caso dos múltiplos Conselhos hoje existentes no âmbito de controle e fiscalização de recursos obrigatórios para a educação escolar, da merenda e de outros assuntos. Tal é o caso também dos orçamentos participativos em diversos municípios do país. É neste sentido que a gestão democrática é um princípio constituinte dos Conselhos intra-escolares como os Colegiados, o Conselho da Escola, os Conselhos dos Professores e outras formas colegiadas de atuação.

A gestão democrática da educação é, ao mesmo tempo, transparência e impessoalidade, autonomia e participação, liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência.

Voltada para um processo de decisão baseado na participação e na deliberação pública, a gestão democrática expressa um anseio de crescimentos dos indivíduos como cidadãos e do crescimento da sociedade enquanto sociedade democrática. Por isso, a gestão democrática é a gestão de uma administração concreta. Por que concreta ? Porque o concreto (cum crescere, do latim, é “crescer com”) é o que nasce com e que cresce com o outro. Este caráter genitor é o horizonte de uma nova cidadania em nosso país, em nossos sistemas de ensino e em nossas instituições escolares. Afirma-se, pois, a escola como espaço de construção democrática, respeitado o caráter específico da instituição escolar como lugar de ensino/aprendizagem.

Neste sentido, a gestão democrática é uma gestão de autoridade compartilhada.

Mas, por implicar tanto unidades escolares como sistemas de ensino, a gestão vai além do estabelecimento e se coloca como um desafio de novas relações (democráticas) de poder entre o Estado, o sistema educacional e os agentes deste sistema nos estabelecimentos de ensino.

Nascem daí os desafios, nascem daí as perspectivas de uma democratização da escola brasileira, seja como desconstrução de desigualdades, de discriminações, de posturas autoritárias, seja como construção de um espaço de criação de igualdade de oportunidades e de tratamento igualitário de cidadãos entre si.

Nesse sentido, mais do que à União e aos seus governantes, mais do que aos Estados e Municípios e aos governantes, cabe às comunidades educacionais, lideradas por seus dirigentes oficiais, ao conjunto dos docentes no exercício do magistério e às associações docentes dos sistemas de ensino ampliar a consciência da relevância desse princípio. Dessa consciência, mais e mais ampliada, será possível pressionar por uma explicitação da gestão democrática que faça avançar a educação escolar como instituição republicana aberta à representatividade e à participação e voltada para um processo mais rico de ensino/aprendizagem que faça jus à educação como formadora da cidadania e qualificadora para o trabalho.

Nota
1- Professor da PUC-MG. Professor Emérito da Universidade Federal de Minas Gerais.

Fonte:
Salto para o futuro / TV Escola
www.tvebrasil.com.br/salto

Agenda Cultiva

Agenda Cultiva

I Encontro da Juventude pelo Meio Ambiente de BH Participe do Coletivo Jovem de Meio Ambiente de Belo Horizonte

INSCRIÇÕES ABERTAS

Data: 29 de setembro, 9h às 18h
6 de outubro, 9h às 18h
7 de outubro, 14h às 18h
Local: Parque Municipal Américo Renné Giannetti

O Encontro

O I Encontro da Juventude pelo Meio Ambiente será realizado em forma de oficinas e vivências e objetiva criar o Coletivo Jovem de Meio Ambiente de Belo Horizonte.

Fonte: http://www.cultiva.org.br/

Areté Cidadania : Participe da Discussão sobre orçamento Público

Convite:

O Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, Deputado Alberto Pinto Coelho, vem convidá-lo(a) para participar do Seminário Região Sudeste, promovido pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, destinado a discutir o Plano Plurianual para o período de 2008/2011 e a Proposta Orçamentária da União para 2008, a realizar-se no dia 27 de setembro de 2007, no Plenário Juscelino Kubitschek.

SEMINÁRIO REGIÃO SUDESTE DA COMISSÃO MISTA DE PLANOS, ORÇAMENTOS PÚBLICOS E FISCALIZAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL
Plano Plurianual 2008/2011 e Proposta Orçamentária para 2008
Dia 27 de setembro - Plenário da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais
14h - ABERTURA
Deputado Alberto Pinto Coelho - Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais
Senador José Maranhão - Presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional
Deputado Estadual Zé Maia - Presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa
Deputado Estadual André Quintão - Presidente da Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa

14h30 - APRESENTAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL PARA O PERÍODO 2008/2011 E DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA DA UNIÃO PARA 2008

Deputado Federal Cláudio Vignatti - Membro da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional e Relator do Projeto de Lei do Plano Plurianual para o período 2008/2011
Deputado Federal José Pimentel - Membro da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional e Relator-Geral da Proposta Orçamentária para 2008

DEBATE
Coordenador: Senador José Maranhão - Presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional
18h - Encerramento

Os consultores técnicos de Orçamento da Câmara e do Senado Federal estarão à disposição dos interessados, das 14h às 18h, em sala anexa ao Plenário, onde apresentarão os números da Proposta Orçamentária para 2008 e o Plano Plurianual para o período de 2008/2011, para cada região e para os Estados que a compõem.

APRESENTAÇÃO DE SUGESTÕES DE EMENDAS
As sugestões de emendas à Proposta Orçamentária para 2008 e ao projeto de lei do Plano Plurianual para o período 2008/2011 poderão ser encaminhadas à Comissão Mista, durante o evento, ou pelo e-mail cmo@camara.gov.br . As sugestões serão repassadas às comissões técnicas do Senado e da Câmara e aos parlamentares coordenadores de bancadas estaduais, para que examinem sua oportunidade e conveniência. As emendas aceitas serão incorporadas aos citados projetos pelas comissões ou pelas bancadas estaduais.


Informações técnicas:
Gerência-Geral de Projetos Institucionais - (31) 2108-7686

A importância histórica na obra de Hesíodo

A importância histórica na obra de Hesíodo

Jéferson Dantas¹

A poética grega é um dos grandes mananciais da literatura ocidental. Nela se fundem ou se ressignificam os elementos estudados por poetas das gerações posteriores, ou seja, escritores dos períodos medieval, moderno e contemporâneo. Os temas da poesia grega vão da Epopéia à Lírica e desta última para a Alexandrina, já no período helênico. Um dos grandes nomes da poesia grega, sem dúvida, foi Hesíodo.

Acredita-se que Hesíodo nasceu na Beócia, em Ascra, deixando como legado duas importantes obras para a humanidade: Teogonia e os Trabalhos e os Dias.
É possível observar na escrita de Hesíodo um estilo semelhante ao de Homero, embora de temáticas opostas. Hesíodo é o poeta do período arcaico grego, época de intensas turbulências no meio agrário. Se, por um lado, Hesíodo se afasta da temática social descompromissada de Homero, por outro ele vai empregar a mesma métrica e, praticamente, o mesmo vocabulário de Homero em suas narrativas. Supõe-se que 80% do vocabulário utilizado por Hesíodo sejam comuns àquelas utilizadas por Homero na Ilíada e na Odisséia.

Além disso, fica patente nas obras de Hesíodo o caráter didático. Na Teogonia ele faz uma explanação do universo a partir das divindades mitológicas. Metaforicamente, o poeta quer nos contar a origem do universo, servindo-se para tanto destas divindades perenes e austeras. No interior daquele contexto histórico (século VIII a.C. aproximadamente), Hesíodo nos traz com a pujança de sua poesia a manifestação de uma época de lutas entre grandes latifundiários e a população expropriada de qualquer espécie de privilégio. Cabe ressaltar que os desprivilegiados não são apenas os camponeses, mas todos os pastores e pequenos artesãos que começam a formar uma classe cada vez mais numerosa. Conforme o crítico literário e escritor Donaldo Schüller, "já não é possível silenciar a luta de classes, abafada nos poemas homéricos com o predomínio absoluto dos aristocratas e seus nobres".

Embora didático Teogonia tem fortes elementos morais, formalizada pelo perjúrio dos deuses. As divindades gregas são as responsáveis pela 'justiça', controlando os homens em seus excessos e até mesmo em suas paixões. Porém, o que Hesíodo procura denunciar é a sociedade corrompida, e uma religião que tão-somente resigna o ser humano. O poeta de Ascra é o porta-voz da classe camponesa. Em Os trabalhos e os dias, Hesíodo lamenta a sorte dos fracos e despossuídos, assinalando a única atitude que lhes convém: a submissão.

Não há como negar que Hesíodo foi o mais importante poeta grego depois de Homero, nem tanto pela grandiosidade de seus poemas ou pela dificuldade em romper com a linguagem epopéica, mas, sobretudo pela sua visão dos acontecimentos sociais da época. Para Werner Jaeger, "o seu pensamento estava profundamente enraizado no solo fecundo da existência campesina [o que] lhe outorgava uma personalidade e uma força próprias, [...] concedido pelas musas desvendar os valores próprios da vida do campo e acrescentá-los ao tesouro espiritual da nação inteira".

A consideração acima fica mais evidente em Teogonia, quando Hesíodo analisa as divindades tendo como enfoque principal Mnemósine (memória), que representa a mãe das musas. Esta divindade tem uma função psicossocial das mais fecundas, já que para a civilização grega no período arcaico (séculos VIII a VI a.C.) a escrita era reservada a poucos e a memória - lembrança do passado - denotava a própria divindade. Aí reside toda a riqueza épica deixada por Homero às futuras gerações - e que influenciaria sobremaneira Hesíodo -, já que o aedo (uma espécie de repentista), por valer-se de sua memória, vai criar a literatura oral épica, culminando na épica escrita do aedo Homero. Hesíodo, desta maneira, trata a memória (Mnemósine) como elevada técnica poética, propondo que a divindade dá ao poeta o dom sobrenatural para a busca da verdade e, com isso, a captura do passado como substância do presente.

Assim como os profetas são inspirados pelos deuses, os poetas são inspirados pela Mnemósine. Poetas e adivinhos são agraciados pela clarividência. O poder de saber as coisas que é dado ao poeta, pela mãe das musas, é explicado por Hesíodo como um dom divinatório. Acredita-se que Hesíodo se utilizou dos mitos de povos semíticos para a construção poética de Teogonia.
Independente da influência que estes povos tiveram na obra hesiódica vale ressaltar o aspecto sócio-cultural que o poeta acoberta com uma linguagem sempre dirigida aos deuses, mas que na realidade descortina a repressão dos grandes proprietários rurais.

Para Hesíodo, as idades heróicas do ouro, da prata e do bronze já passaram. Vive-se agora a 'idade do ferro', onde a vida é cruel e dura. Para Baldry, "a sua preocupação incide sobre a necessidade de pelo trabalho e pela poupança, o agricultor encher os seus celeiros e de uma manifestação de amargo descontentamento, quanto aos desonestos julgamentos dos reis locais".
Nesta direção, Hesíodo carrega em sua obra uma universalidade onírica profundamente enraizada no chamado inconsciente coletivo, remontando a figura arquetípica estudada por Jung. Muitos poetas contemporâneos bebem do arquétipo para a composição de suas obras, como é o caso do escritor latino-americano Ernesto Cardenal.

Hesíodo não criou uma linguagem poética nova. A epopéia serviu muito bem ao seu espírito arrebatado e justo e, nem por isso deixou de ser compreendido pelas camadas sociais mais empobrecidas. Homero tinha a verve fluídica, porém sintonizada com os interesses aristocráticos. Entretanto, a intensidade poética de Homero e de Hesíodo se assemelhava. Hesíodo, por ter reservado grande parte de seus escritos às reflexões sobre a justiça, antecipará a poesia lírica de Sólon, que era um legislador reformista e que foi diretamente responsável pelos princípios democráticos na Grécia antiga.
Por fim, o avanço estilístico alcançado por Hesíodo devido ao seu brilhante nível de abstração, inaugurou uma nova fase na poesia grega denominada "pós-épica".

1 Historiador e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisador e articulador do Grupo de Estudos do Currículo da Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz (FMMC), Florianópolis/SC. Professor Colaborador no Departamento de Pedagogia da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). E-mail:
clioinsone@gmail.com Blog: http://clioinsone.blogspot.com/

REFERÊNCIAS

BALDRY, H.C. A Grécia Antiga: cultura e vida. Lisboa: Ed. Verbo, 1968.
JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
SCHULLER, Donaldo. Literatura Grega. Porto Alegre: Ed. Mercado Aberto, 1985.

fonte: Centro de Educação para o pensar

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O Direito à Alimentação

O Direito à Alimentação

O Direito à alimentação é um direito inerente a toda mulher, homem e criança, independente de onde vivam no planeta.

A escolha do Direito à alimentação como tema para o Dia Mundial da Alimentação 2007 demonstra um crescente reconhecimento da comunidade internacional, sobre a importante função que os direitos humanos desempenham na erradicação da fome e da pobreza, assim como na aceleração e intensificação do processo de desenvolvimento sustentável.

Leia a Nota Informativa

Assessoria de Comunicação
(61) 3411.3349 / 2747
www.presidencia.gov.br/consea
ascom@consea.planalto.gov.br

Educação Alimentar é tema de seminário na Câmara dos Deputados

Educação Alimentar é tema de seminário na Câmara dos Deputados

Nesta quinta-feira (20), a partir das 9 horas, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados realiza o 1º Seminário de Educação Alimentar. O evento pretende discutir os mecanismos de promoção de práticas de alimentação adequada e saudável para a prevenção e o controle de doenças cardiovasculares, a redução dos riscos de câncer, obesidade, bulimia, anorexia e outras enfermidades crônicas como diabetes.

Os participantes vão debater a qualidade dos alimentos fornecidos para a merenda escolar, bem como propostas, normas e regulamentação para o combate aos hábitos inadequados de alimentação visando à promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida. Além disso, representantes do setor apresentarão quais as normas técnicas para a publicidade de produtos destinados a crianças e adolescentes.

Representando o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), a especialista em Monitoramento, Nutrição e Saúde Pública da ABRANDH, Marília Leão, participará da primeira mesa do evento, às 10 horas. Ela apresentará um diagnóstico da situação alimentar e nutrição no Brasil.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil apresentou, nos últimos 30 anos, elevação no índice de mortalidade por doenças cardiovasculares, tendo em vista que a prevalência de sobrepeso e obesidade tem aumentado, significativamente, na população, inclusive em crianças e adolescentes. As doenças do aparelho circulatório são responsáveis por cerca de 32% das mortes no país.

O 1º Seminário de Educação Alimentar será realizado a partir das 9 horas, no Plenário 7, localizado no Anexo II da Câmara dos Deputados. As inscrições podem ser feitas gratuitamente no site da Câmara até o início do seminário.

Foram convidados os ministros da Educação, Fernando Haddad; da Saúde, José Gomes Temporão; do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias; e da Agricultura, Reinhold Stephanes. E também representantes da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), do Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), do Conselho Nacional de Alimentação Escolar (CNAE) e os especialistas em educação alimentar Alfredo Halpern (USP), Muro Fisberg (Unifesp) e Olga Maria Amâncio, (Fiocruz).

Programação: http://www2.camara.gov.br/internet/eve/educacaoalimentar/programacao.html

Inscrição: http://www2.camara.gov.br/internet/eve/educacaoalimentar/inscricao/index.html

Com informações da Câmara dos Deputados.

Assessoria de Comunicação
(61) 3411.3349 / 2747
www.presidencia.gov.br/consea
ascom@consea.planalto.gov.br