domingo, 30 de maio de 2010

"O Meu Mundo Mágico" por Diane Mazzoni



Meu Mundo Mágico


Acho que crescer numa casa em que tudo é arte é um pouco como crescer no mundo de "Alice no País das Maravilhas”. Um mundo em que tudo é fantasia e feito de imaginação... E foi mais ou menos isso que aconteceu comigo. Cresci dentro do mundo mágico do artista plástico Marcos Mazzoni, meu avô. Aliás não só cresci nesse mundo, como o vi sendo criado, sendo transformado dia após dia. E, muitas vezes também, ajudei a construí-lo...


A obra da vida do meu avô foi a casa dele. Fazer da sua casa uma grande obra de arte. Uma obra de uma vida inteira... Ele utilizava o conceito da “anti-casa”, em que todo o acabamento seria feito com sucata...


Agora imagina isso para uma criança. Seus pais vão trabalhar e te deixam na casa dos avôs... Você chega lá e um mundo se abre... O banheiro simula o fundo do mar... O lugar de guardar as escovas de dente é uma janelinha de submarino, peixes ocupam as paredes, Iemanjá está lá no alto, te vigiando... Esse é o cenário perfeito para horas e horas de brincadeira de criança, não é verdade?

E a cada dia eu e meus irmãos descobríamos coisas novas... um caminho de porcas (isso mesmo, aquelas porquinhas de parafuso) rodeia toda a casa pelo lado de fora... Desde o portão de entrada, passando pela lateral, chegando no quintal, a outra lateral e finalmente de volta ao portão... E percorrer esse caminho não era tão fácil assim, tínhamos que vencer vários obstáculos, como pedras, plantas, (monstros!)... Mais mil brincadeiras surgem daí...


No chão da garagem, um círculo enorme com várias bolinhas de gude coladas (quanto tempo eu passei tentando descolar pelo menos uma nem eu sei). Também na garagem um espelho que deixa tudo de cabeça para baixo. Acho que todos da família já tiveram que me carregar para eu enxergar isso ou pelo menos ficar na frente para eu vê-los de cabeça para baixo... Perto da varanda um volante de navio (tá bom, eu não sei o que realmente era aquilo mas para mim não tem nem como falar que era outra coisa, era sim um volante de navio e ainda da altura certinha para eu ser a comandante).


Isso sem falar em todo o tempo que ficávamos com meu avô no ateliê dele. Ele fazendo suas geniais esculturas de barro e a gente fazendo as nossas... Nos sentíamos verdadeiros escultores também... Não sei que fim deve ter levado todas as obras de arte que eu e meus irmãos produzíamos lá... (Poderíamos ter ficado ricos!).


Aos poucos ao decorrer das minhas colunas aqui na Nota Independente, vou contando todas as minhas aventuras no meu mundo mágico. Vô, obrigada por ter feito essa obra magnífica e por ter criado esse mundo para a gente. Vó, obrigada por ter tido a sensibilidade de permitir que tudo isso acontecesse e zelado por todos nós.


Veja os vídeos:
http://www.notaindependente.com.br/dianemazzoni03.html

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