quarta-feira, 3 de março de 2010

Cultura - Lançamento de livros

Família do poeta e escritor Anfrísio Lima realiza o lançamento das suas obras na capital mineira

- Fernando Abreu/Jornalista

Um evento diferente dos padrões ditos normais para o gênero. Assim foi o lançamento póstumo das obras literárias do poeta e escritor Anfrísio Lima, ocorrido em Belo Horizonte na última segunda-feira, dia 1º de março, na Biblioteca pública estadual Luis de Bessa.

A família de Anfrísio Lima, que recentemente havia realizado o lançamento de suas obras em Manga (06 de setembro/2009) e realizado um encontro da família, promoveu desta vez, o lançamento das obras na capital mineira. Muita gente compareceu ao encontro que se transformou numa grande confraternização, como gostava Anfrísio Lima.

O evento em Manga teve a coordenação da filha do escritor, Jussara França Lima, com o apoio da Prefeitura Municipal, já o de Belo Horizonte foi organizado pela neta Gertrudes Pastor Morato Dias, a Tudinha e da sua filha Isabel, bisneta do escritor, com a colaboração de Jussara Lima, mais uma vez.

Lembranças

Familiares, amigos, admiradores, poetas, escritores, políticos, artistas, jornalistas, empresários, muitas mulheres bonitas e até crianças, bem ao gosto do poeta, marcaram presença no inesquecível “dia de glória e de luz”.

A trilha sonora com músicas da região e de compositores manguenses emocionou e fez o público cantar e relembrar velhas estórias. O Buffet, com comidas típicas do Norte de Minas como requeijão, beijus, paçoca de carne de sol, cachaça, licor de jenipapo, doce de buriti... foi muito apreciado e fez as pessoas relembrarem o passado através das cores, sabores e o aroma característico da culinária do Norte.

Pessoas que não se viam há anos tiveram a oportunidade de se encontrarem, o que deve ter deixado o poeta Anfrísio muito feliz: além de conhecerem suas obras, as pessoas se reencontraram bem ao clima da Manga de outrora.

No telão eram projetadas imagens da Manga antiga e da Manga de hoje, fazendo com que muitos matassem a saudade dos tempos que não voltam mais e outros vissem ou conhecessem a situação atual da cidade, tão cantada em verso e prosa pelo saudoso poeta Anfrísio Lima.

Raízes

A neta, Maria Amarante Pastor Baracho, abriu a solenidade com um belo discurso, como os do poeta Anfrísio, carregado de teor filosófico e bastante emocionante. Confira alguns trechos:

- “... Nós, os manguenses, somos aqueles nordestinos, que ficaram pelo meio do caminho, na migração para São Paulo do final do século 18 e inicio do século 19. Muitos retirados dos caminhões de retirantes pelos amigos já estabelecidos nas gerais. Nas palavras da minha querida prima Virginia Pastor, nossa cidade de Manga é uma verdadeira Macombo - a cidade imaginária de Gabriel Garcia Marquez de seu livro Cem anos de solidão.”

- “..Como é bom dizer: nossa gente são nossas raízes, nossa argila, nosso barro de onde sorvemos nossa força e nossa energia.”

Emoção

O público foi ao delírio quando foi convidado a cantar o Hino à Manga, de autoria de Anfrísio Lima e o Hino do Encontrão - grande festival cultural ocorrido na cidade na década de 1970. As pessoas cantaram e dançaram, emocionadas e felizes por lembrarem a terra que tanto amam.

Assim foi o lançamento das obras do poeta, escritor, jornalista e político Anfrísio Lima, um evento cultural que foi marcado pela emoção, reencontros e boas lembranças. Onde quer que esteja o homenageado, deve estar muito feliz. E quem ganha com tudo isso é o município de Manga que, fica mais conhecido e com sua cultura e história ainda mais ricos através da literatura: as obras de Anfrísio Lima.

- Um grande sucesso, assim pode ser classificado este lançamento que preparamos com tanto carinho para que os manguenses e admiradores do vovô Anfrísio pudessem ter conhecimento das suas obras literárias. E o melhor é que o evento se transformou numa grande festa de confraternização de pessoas queridas e amigas. Agradeço a presença de todos e deixo aqui minha indignação aos políticos da região, que não compareceram para prestigiar um evento cultural de tamanha grandiosidade para Manga, seus filhos e toda a região Nortemineira, encerra Gertrudes Pastor.


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